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30 gols e 10 assistências que dimensionam a excelência de Roberto Dinamite entre os maiores atacantes brasileiros

Através de uma coleção de gols e assistências de Roberto Dinamite, tentamos dimensionar não apenas a sua qualidade como atacante, mas também o encantamento que ele representa ao Vasco

Para o torcedor do Vasco, Roberto Dinamite é identidade. O maior ídolo da história cruzmaltina não se explica necessariamente pelos maiores títulos do clube ou por liderar os melhores esquadrões, mesmo que tenha sido multicampeão e também protagonista de timaços. A presença de Dinamite na linha do tempo vascaína é ampla. Estende-se por duas décadas (em campo, infinitas no coração) e sempre deixa sua marca expressa. Não se dilui. É o elo que une diferentes gerações da torcida, que soa até mesmo como um membro da família. Bob honrou o Vasco por tanto tempo e elevou o nível de excelência como nenhum outro. Por isso, é insuperável inclusive numa agremiação de história tão rica, de grandes craques em outras eras e esquadrões distribuídos por um século.

E essa grandeza de Roberto Dinamite pelo Vasco também pode ser chamada de encantamento. O prazer de abrir um sorriso com uma jogada do atacante permanece como um sentimento comum entre tantos cruzmaltinos. É uma magia que também aproxima, tanto quanto o orgulho que os torcedores têm pelas lutas sociais do clube ou pelas tantas estrelas no peito. Falar sobre a grandeza de Dinamite é citar suas centenas de gols, mas sem perder de vista que ele não se limitava a um mero centroavante definidor. Aliás, é exatamente seu futebol completo, que garantia bola na rede, mas produzia muito mais, que delineia a aura do maior vascaíno de todos.

Quão bom foi Dinamite? Dá para falar da artilharia de todos os tempos no Vasco, no Brasileirão ou em todos os grandes clássicos que ele disputou no Rio de Janeiro. Entretanto, melhor ainda é ver o que ele fazia. Na tentativa de ressaltar predicados comuns nos gols de Dinamite, após seu pesaroso adeus no início do mês, separamos abaixo 30 tentos que auxiliam a entender suas virtudes. Há uma série de pinturas, claro, que salientam o tamanho da qualidade do atacante. E como Bob não era só bolas nas redes, separamos também 10 assistências fantásticas que mostram o goleador além de seu ato mais comum, o tento. Maneira de exaltar Dinamite após seu adeus e também deixar registrado o muito que realizou.

A curadoria abaixo foi elaborada a partir de diferentes vídeos disponíveis na internet com os lances de Roberto Dinamite. Se você quiser assistir ao mais completo, fica a recomendação para os 17 minutos de jogadas de Bob compiladas pelo canal OGB – que reúne não só gols e assistências, mas também dribles, passes e outros momentos que não terminaram necessariamente no fundo das redes. Abaixo, a seleção. Desfrute:

30 gols

Plasticidade

Um dos gols mais famosos de Roberto Dinamite. Ainda garoto, contra o Santos, o craque faz um movimento de balé. Depois da partida, recebeu inclusive os parabéns de Pelé, motivação e tanto para se firmar na carreira. A sutileza dos movimentos auxiliavam a deixar o futebol do vascaíno ainda mais bonito. Cabeça erguida, peito estufado, passadas longas. E um movimento de pernas que, além de esteticamente perfeito, ainda cumpre com eficiência o trabalho de mandar a bola bem longe do alcance do goleiro, para que ele só ouça o véu de noiva estufar.

Refinamento

Roberto Dinamite era um jogador tão querido também por ser um cavalheiro em todas as circunstâncias. Tinha uma personalidade afável, sempre carinhoso com os torcedores. Não tratava os adversários com rispidez. E essa maneira de levar a vida também se traduzia num jeito refinado de tratar a bola. Era a sua amiga, que obedecia aos seus comandos quando afagada. Os pés do craque, em algumas de suas melhores jogadas, pareciam acariciar a redonda. O domínio transforma a bola em pluma. Leve, voa num chute igualmente majestoso e encerra seu caminho no leito de seu sono, o gol.

Homem de jogos grandes

Quem é o maior artilheiro do Vasco x Flamengo? E do Vasco x Botafogo? E do Vasco x Fluminense? Roberto Dinamite não apenas marcava gols aos montes, ele também não escolhia os seus adversários. Os maiores rivais estavam entre as suas vítimas preferidas. E esse gosto de aparecer em clássicos certamente auxilia bastante a dimensionar a idolatria de Bob. Os tentos rendiam títulos, claro. Mas, mais do que isso, rendiam momentos mágicos para encantar quem estava no Maraca. Imagina o que foi aos cruzmaltinos ver seu maior ídolo deixar dois rubro-negros no chão, antes de bater na gaveta…

Domínio

Talvez o principal fundamento para diferenciar o grande jogador do craque seja o domínio. Muitos sabem driblar, passar, chutar. Porém, conseguir fazer a bola dormir em seu pé nem todo mundo consegue. Ainda mais na pressão de um jogo, cercado por adversários dentro da área, em plena Copa do Mundo. Roberto chamou a redonda para tirar um cochilo e logo a mandou para dentro, sem nem dar tempo dos beques reagirem. Ali viria a classificação da Seleção à segunda fase da Copa de 1978.

A matada no peito

A matada no peito é um movimento imperial do futebol. É como se um craque impusesse sua soberania em campo, coração colado à bola, mas também peito de aço para encarar os adversários nos olhos. Algumas das jogadas mais bonitas começam com essa declaração de grandeza. Roberto era primoroso ao concretizá-la. E ainda conseguia transformá-la em mais do que um domínio. Aqui ele não quer fazer apenas a bola parar, ele também quer tirar os zagueiros de perto e explorar o espaço para a definição. É um drible de peito, uma ajeitada para si mesmo. Anota, ainda por baixo das canetas do goleiro.

Precisão

Roberto Dinamite sabia bater na bola. Infindáveis são os gols em que o atacante parece mandar o chute no ponto mais difícil para que o goleiro tentasse defender. E nem era preciso dar muito espaço ao craque. Uma fresta bastava para que ele atingisse o inalcançável ao arqueiro e fizesse a rede abraçar a bola. Sua precisão tinha muito de talento, muito de treino. Muito de quem nasceu artilheiro e amava ser artilheiro, por isso nunca se cansou de comemorar gols.

Potência

A dinamite também explodia no fundo das redes. Roberto não era um atacante que fazia questão de bater colocado todas as vezes, mesmo que pudesse fazer isso sempre. Quando avaliava necessário, também possuía um arremate bastante forte. De frente com o goleiro, resolveu derrotá-lo sem muita clemência, com seu tirambaço – e isso com a canhota mesmo, sem querer nem ajeitar para a direita.

Noção de onde estava o gol

Um dos maiores predicados de Roberto Dinamite estava em sua noção espacial. Parecia até que o atacante possuía mais de dois olhos, talvez alguns na nuca, outros no topo da cabeça, para saber exatamente onde mandar a redonda mesmo que não estivesse olhando. E a mira do artilheiro não deixava de funcionar nem em situações desfavoráveis, de costas, num movimento difícil. Sabia que mais difícil ainda era pegar seu chute.

Frieza

A tranquilidade para lidar com situação de pressão diferencia qualquer jogador de futebol. É confiar em seu taco e pensar sempre com mais certeza que o adversário na hora da definição. Dinamite também tinha esse talento, de sobra. Não havia muita coisa que parecia abalar a calmaria de Bob – mesmo apertado por zagueiro e goleiro na linha de fundo. Esse tento é lindo porque mistura força e destreza. Primeiro o atacante acelera, depois desloca o beque na marra. Então, com os dois aos seus pés, os faz comerem poeira e dá só um toquezinho por cima. Gelado.

Antecipação

Roberto Dinamite tinha muita clareza para imaginar suas jogadas. Tinha uma experiência de área enorme, assim como um raciocínio muito rápido. Podia se antecipar ao que os adversários estavam pensando. Esse lance é um prato cheio nesse sentido. Um jogador comum talvez dominasse de canhota e tentasse girar depois. Bob não: ele deu o corpo para o defensor e girou para dominar com a direita de frente para o crime. Depois ficou fácil de dar um toque para fazer o outro oponente passar lotado e bater por cima diante do goleiro que já caía. Eles pensavam que antecipavam o camisa 10, mas era ele quem já percebera tudo antes.

Qualidade com as duas pernas

A maioria dos gols anotados por Roberto Dinamite é com a perna direita. Entretanto, a esquerda também possuía um poder de fogo imenso. Basta ver o que o atacante faz nesse duelo contra o México, pela Seleção: domina entre os zagueiros com um movimento seguro, botando a bola para baixo. Então, solta o canhotaço indefensável no canto. Depende da confiança naquela que deveria ser a “perna ruim”, mas é ótima.

Chute de longe

Para quem marcou tantos e tantos gols em cobranças de falta, é claro que os chutes de média e longa distância também com bola rolando serviam como recurso. Não tinha como desperdiçar a mistura de potência e precisão da qual Roberto desfrutava. Resultado? Alguns golaços. Aqui, a pancada seca da entrada da área parece teleguiada ao ângulo. Não tem nada que o goleiro possa fazer para evitar.

Tabelinhas

A inteligência privilegiada de Roberto Dinamite dentro de um campo de futebol facilitava bastante sua associação com os companheiros. Não era apenas saber onde entregar a bola, mas também onde recebê-la de volta. Pior para os zagueiros, que ficavam perdidos na missão de marcá-lo. E se Zico era um dos melhores amigos do vascaíno além das quatro linhas, essa tabelinha pela Seleção dá uma pitada de como os dois se entendiam bem.

Mano a mano

Num futebol de mais espaços e mais tempo para realizar a jogada, Roberto Dinamite tantas vezes se viu diante de um beque à espreita para dar o bote. Aí pesava também a qualidade no drible que o artilheiro possuía. Sempre muito elegante nos movimentos, muito difícil de se prever. A matada no peito já facilita o trabalho. Então, rabisca com a direita para dentro e chama o marcador para dançar. Caminho aberto, a batida era  cirúrgica.

Drible sobre o goleiro

Se o futebol de hoje em dia possui raros gols em que o atacante se propõe a se impor contra o goleiro com seus dribles, no passado esse tipo de jogada chancelava a vitória de um matador sobre aquele que tentava impedi-lo. E pobres eram os goleiros que precisavam encarar Roberto Dinamite. O arsenal de recursos era tamanho que ficava difícil de imaginar o que aconteceria no caminho. Porque o final era quase sempre certo: bola no barbante. Aqui, com a colaboração da zaga, teve chapéu e depois finta.

Explosão

Não é para abusar do trocadilho, mas Dinamite possuía uma excelente explosão para prevalecer em jogadas ofensivas mais rápidas. Acelerava para ganhar dos zagueiros e, então, com elegância, resolvia a parada depois com a bola nos pés. Os defensores do Botafogo chegam todos depois e mesmo assim não conseguem pegar quando o atacante corta para dentro e desfere seu arremate.

Mudança de direção

Ao ter a bola, Roberto Dinamite tomava a iniciativa. E se valia da capacidade de raciocínio para sempre se desvencilhar dos marcadores, para induzi-los ao erro. Neste sentido, também conseguia imprimir em campo uma quebra de ritmo que dificultava a tarefa de pará-lo. A direção da jogada indica um caminho, mas Bob conseguia girá-lo ao seu gosto e redesenhar a fluidez. O que poderia ser uma arrancada para dentro da área, aqui, vira um domínio leve já tornado finta para fazer o beque perder o passo. E aí contava também com a tão famosa precisão nos chutes.

Força

Roberto Dinamite era um atacante tão dominante porque conseguia unir o melhor de dois mundos: tinha a habilidade de um camisa 10 e a força de um camisa 9. Podia vencer seus adversários na manha, mas também resistia quando chegavam mais duro. Não foi uma dividida dentro da área, por exemplo, que levou o craque a se estirar no chão pedindo pênalti. Seguiu em frente, em pé, em direção ao seu objetivo. Claro, terminou em gol.

Em qualquer terreno

Roberto Dinamite costumava atuar em um dos melhores estádios do mundo, o Maracanã. Entretanto, não era isso que significava ter sempre um tapete à disposição para desfilar a sua classe. E o craque sabia lidar com qualquer tipo de terreno, mesmo um lamaçal. O lance é emblemático porque os zagueiros sequer conseguem ficar em pé no campo escorregadio. Nem isso parece abalar a altivez de Bob, firme e fatal.

Humildade em gol

“Só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol”, canta Jorge Ben sobre Fio Maravilha. Os versos se adaptam perfeitamente a Roberto Dinamite. Sua humildade era exatamente uma das marcas do ídolo muito além dos gramados. Nas quatro linhas, sua habilidade imensa podia até fazer os adversários se sentirem humilhados, mas não que parecesse um intuito de Bob para desmoralizá-los. Era a sua arte e sua maneira de jogar futebol. Aqui, mesmo depois de fazer o goleiro passar lotado com um toque sutil, o artilheiro não enfeita na hora de concluir.

As cobranças de falta – parte 1

Alguns jogadores são tão fantásticos e completos que parte de suas virtudes não são comentadas como deveriam. O próprio Roberto Dinamite, por exemplo. Apesar da fama como artilheiro, sua categoria nas cobranças de falta nem sempre é citada de imediato. E o camisa 10 marcou muitos gols de bola parada, muitos, das mais diferentes formas. Para começar, um completo com precisão, curva e força.

As cobranças de falta – parte 2

Pancada do meio da rua? Roberto Dinamite sabia como fazer isso, para deixar um goleiro como Valdir Peres só olhando.

As cobranças de falta – parte 3

E colocado na gaveta, mais no jeito que na força? Tinha também, com uma eficiência que goleiro nenhum poderia salvar.

As cobranças de falta – parte 4

No canto do goleiro? Mais um tipo de cobrança que Roberto Dinamite dominava, porque não dava para saber direito o que esperar de quem chutava tão bem.

As cobranças de falta – parte 5

E por baixo da barreira? Muita gente acha que esse tipo de cobrança surgiu apenas recentemente. Roberto Dinamite já fazia, com sua costumeira categoria.

Cabeçadas

Como um bom artilheiro, Roberto Dinamite tinha nas cabeçadas um grande recurso. E a imposição no miolo da área não precisava ser apenas física, ela também contava com o refinamento tão presente no trato do atacante com a bola. Os vídeos não permitem termos certeza, mas os lances sugerem que as cabeçadas de Bob sempre aconteciam com os olhos bem abertos. Só assim para direcionar a bola com tamanha precisão. Sempre uma aula de como executar os gestos técnicos.

Capacidade para entrar na área

Todo zagueiro precisava ficar atento com Roberto Dinamite. Porém, nem sempre era possível detectá-lo dentro da área. O atacante possuía uma incrível capacidade de esperar o momento certo para surgir como elemento surpresa. Não são poucos os seus gols de cabeça anotados assim. Nesta oportunidade, chegou rasgando no segundo pau para um peixinho bastante potente. Não tem o que fazer.

Coragem

Um dos gols pela Portuguesa, no fim da carreira, mostra como Roberto Dinamite também tinha muito brio em seu sangue. O caráter sereno parecia determinar os traços finos realizados por suas pernas. O que não inibia, porém, um atacante corajoso que se metia entre zagueiros botinudos e lutava bastante também pelos resultados. Mergulhar para uma cabeçada dessas também exige uma dose de valentia e garra que se colocava acima de qualquer vaidade ou peso da idade.

Oportunismo

Para se marcar centenas de gols na carreira, é óbvio, o oportunismo é bastante necessário. Roberto tantas vezes se colocava à espreita de um rebote ou de um passe que encurtasse o caminho para as redes. E nem por isso precisava marcar aquele “gol feio”, de um só toque. A qualidade era tanta que o craque embelezava até isso, numa sobra em que deixa o zagueiro passar batido dentro da pequena área, antes de, aí sim, só empurrar.

O máximo da arte

Não tinha como ignorar esse gol contra o Botafogo. É um dos mais bonitos da história do futebol brasileiro, e para sempre será. Mais do que isso, é o melhor resumo da arte que praticava Roberto Dinamite. Tantos e tantos predicados presentes em poucos segundos: o domínio, a noção de espaço, o drible, a plasticidade, a finalização precisa… O sublime de um craque eterno. Para apreciar:

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10 assistências

Visão

Roberto Dinamite, especialmente nas fases finais da carreira, usava sua cadência e sua experiência para facilitar a vida dos colegas de time. Jogava com uma calma imensa e ainda assim vislumbrava uma brecha para abrir um rombo na defesa adversária. Foi o que fez num passe rasteiro que desmontou as linhas opostas, até encontrar Romário.

Precisão (de novo)

Lembra aquilo de Roberto Dinamite ter mais do que dois olhos? Pois bem, isso também se manifestava em forma de assistência. Além de saber onde estava o gol, ele também tinha plena consciência de onde se encontrava o parceiro de ataque em melhores condições. O instinto talvez fizesse qualquer atacante fuzilar essa bola na entrada da área. Roberto não era um qualquer e, por isso, toca de calcanhar.

Facilidade

Todo zagueiro tinha que tomar cuidado redobrado com Roberto Dinamite. Até porque ele não apenas poderia afundar o seu goleiro no fundo das redes. Quando todo mundo esperava a finalização, o artilheiro também tinha condições de entregar um passe açucarado. O domínio no peito faz muita gente imaginar o que aconteceria. Bob fez diferente: rolou a bola a quem vinha de trás em melhores condições.

Simplicidade

Tão inteligente que era, Roberto Dinamite também possuía uma predileção por tornar os lances mais simples. Era um atalho no caminho do gol. Uma bola alçada na área poderia gerar uma acrobacia do craque. Foi então que ele já percebeu o companheiro na passada e só escorou de cabeça, tal qual um cumprimento para que o amigo fosse lá no fundo do gol e depois voltasse para abraçá-lo, em agradecimento à gentileza.

Categoria

A categoria para bater na bola pode se transformar de outras maneiras além dos chutes indefensáveis. Que tal um lançamento genial por cima da defesa? É o que Roberto faz com o peito do pé, num movimento tão plástico quanto refinado. Melhor ainda quando a definição do companheiro completa o golaço.

Lançamentos

A combinação de potência e eficácia de Roberto Dinamite era outra virtude que se adaptava aos seus passes quando necessário. Para aproveitar a velocidade dos companheiros, conseguia lançá-los com condições de gol. De novo, nem precisava necessariamente ver para saber o que se passaria. A forma como ajeita a bola é um luxo. Faz o lançamento com ela no alto, um balão, que cai exatamente na cabeça do atacante que se infiltra entre os dois beques e concluiu a gol.

Cruzamentos

Mais uma forma de Roberto Dinamite deixar os seus companheiros em condições. Uma fatiada na bola basta para a execução perfeita. Não é um cruzamento tão fácil de se fazer, em velocidade. É a canhota que bota o parceiro sozinho no meio da área, com tempo de dominar e arrematar entre dois zagueiros.

Quebra de ritmo

Marcha rápida e depois marcha lenta. Roberto Dinamite dosava diferentes velocidades em campo para fazer seus gols e também para servi-los aos companheiros. Aqui, a arrancada serve para deixar o zagueiro na saudade. Breca na linha de fundo, para entregar um presente macio à conclusão do companheiro.

Recurso

Bem, isso aqui não é uma assistência propriamente dita – não por culpa de Bob, claro. Mas como fazer para barrar Roberto Dinamite entre as diferentes maneiras como ele poderia se comportar? O padrão do craque era não ter exatamente um padrão de movimentos, o que garantia sua imprevisibilidade. O italiano penou bastante e terminou estatelado no gramado.

Uma aula de Roberto

Por fim, uma assistência que também resume a excelência de Roberto Dinamite. É um lance completo: matou no peito, tirou o zagueiro com um drible, fez o lançamento. Visão e precisão para deixar o colega na cara do gol. Destruía qualquer defesa.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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