Sem comandar nem sequer um treino, Jordi Cruyff deixa seleção equatoriana depois de seis meses
A passagem de Eliminatórias da Copa de março.
[foo_related_posts]Como foi o técnico que pediu demissão, a federação equatoriana teria direito a 900 mil dólares de indenização (no Equador se usa dólares, uma dica já dada pelo Sunday Cooks, excelente blog de viagem). Só que o técnico estava sem receber salários há quase cinco meses. Segundo o jornal espanhol El País, o técnico abriu mão dos salários a receber em troca da multa. O mesmo valeria para a sua comissão técnica, parte que ainda estava no Equador.
O comunicado divulgado nesta quinta-feira pela Federação Equatoriana de Futebol (FEF) ainda ressalta que não houve jogo desde março em função da pandemia. “Estamos há quase três meses do início das Eliminatórias para a seleção nacional. É um tempo curto, mas é prudente para reorganizar e trabalhar na sucessão da comissão técnica que está saindo. É nossa prioridade que quem assuma o projeto possa dar continuidade ao plano de seleções nacionais que nos permita conquistar os objetivos traçados. Classificar à Copa do Mundo do Catar 2022 é o que todos aspiramos”, diz ainda o documento.
Jordi Cruyff dejó de ser el Director Técnico de @LaTri
– Se respetaron las cláusulas contractuales.
– Se priorizó la economía de la Federación.
– Se trabaja sobre la sucesión para darle continuidad al “Plan de Selecciones Nacionales” pic.twitter.com/AFRveckGyI
— FEF ?? (@FEFecuador) July 23, 2020
Antes de contratar Jordi Cruyff, a FEF tentou contratar Jürgen Klinsmann, que o presidente da entidade, Francisco Egas, disse que esteve próximo de assinar. Outros seis nomes também tinham sido procurados na época: Matías Almeyda, Mauricio Pellegrino, Gabriel Heinze, Fernando Hierro, Robert Moreno e Santiago Solari. Todos eles recusaram o convite.
Cruyff deixou o Equador no dia 13 de março, quando a pandemia do coronavírus se agravava, para cumprir a quarentena com a família, na Espanha. Não voltou mais ao país sul-americano. Era esperado que retornasse ao país no dia 9 de julho, mas sua chegada foi adiada para o dia 16, quando novamente ele não apareceu. Na semana passada, já se sabia que Cruyff não ficaria mais no cargo. O comunicado oficial só aconteceu nesta quinta-feira, 24.
Segundo o jornal El Universo, Jordi Cruyff recebeu menos de dois meses de salários – que era de US$ 2,27 milhões por ano para ele e mais um assistente. A sua chegada não foi consenso dentro da diretoria da FEF, o que fez com que os seus adiamentos para voltar ao Equador criassem uma pressão para a saída do treinador.
“Da minha parte, quis ser consequente e tomar a decisão mais correta. E estou convencido que é a melhor solução para todos por nos encontrarmos em um contexto de instabilidade em um país que está sofrendo economicamente os efeitos desta pandemia. Por isso, comuniquei ao presidente da FEF, Francisco Egas, a quem agradeço sinceramente por sua compreensão e pela confiança depositada em mim e na minha equipe técnica”, disse Cruyff à agência EFE, segundo citado pelo El Universo.
Ainda não há definição sobre o novo técnico. Segundo o presidente da FEF, Francisco Egas, ainda não houve conversa com qualquer profissional para assumir o posto. “Desde que as possíveis notícias de uma saída de Cruyff surgiram, meu telefone não parou de tocar. Recebi propostas de muitas pessoas que querem falar. Há uma linha de respeito com o profissional que estava trabalhando e com os nomes mencionados. É preciso analisar o conjunto com os direitos. Não sei como há fontes que dizem que eu já ofereci o cargo a outro técnico”, afirmou o dirigente ao El Comercio.
As Eliminatórias da Copa 2022 da Conmebol estão marcadas para outubro, com horários ainda a confirmar. Pela tabela, o Equador enfrenta a Argentina em Buenos Aires no dia 8 de outubro. O Brasil enfrentará a Bolívia, em casa – segundo o Globoesporte, no Maracanã.