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Palmeiras levou susto, mas acelerou quando precisou e concebeu mais uma bela noite de Libertadores com Abel

O Barcelona de Guayaquil chegou ao intervalo vencendo por 2 a 0, mas sofreu uma inapelável virada nos 45 minutos finais

O histórico do Palmeiras na Libertadores sob o comando de Abel Ferreira – dois títulos, uma semifinal, goleadas, longa invencibilidade fora de casa – é um pouco absurdo e recheado de jogos memoráveis. O desta quarta-feira não foi tão importante, mas ainda impressionou. Após um primeiro tempo sonolento, chegou ao intervalo perdendo para o Barcelona de Guayaquil por 2 a 0. Não era um desastre, a classificação ainda provavelmente viria sem sustos na última rodada, mas podia custar a primeira posição do grupo. Na etapa final, porém, foi um rolo compressor: a virada pareceu inevitável desde o primeiro gol, marcado por Gustavo Gómez, no segundo minuto, e no fim os paulistas venceram por 4 a 2.

Não era necessário sair perdendo por dois gols de diferença para mostrar força, mas o Palmeiras soube encontrar uma marcha extra quando precisou, um recurso importante para o arsenal de qualquer clube que quiser chegar longe na Libertadores. Com 12 pontos, chegou à última rodada empatado com o Bolívar, mas atrás no saldo de gols. Precisará vencer os surpreendentes bolivianos, que conseguiram ganhar do Cerro Porteño até longe da altitude, no Allianz Parque para avançar em primeiro lugar.

O Palmeiras quase marcou um golaço, aos 18 minutos. Dudu encaixou um lindo drible dentro da área e cruzou para trás. Gabriel Menino chegou batendo de letra, mas a defesa afastou. Na sequência, Luan encontrou Raphael Veiga dentro da área, que soltou rápido com Rony. Com uma bonita Trivela, o maior artilheiro do clube alviverde na Libertadores abriu o placar. O gol, porém, foi anulado por impedimento. Ainda era um começo normal para o campeão brasileiro que chegava bem com Piquerez pela esquerda e finalizava mais, até um erro na saída de bola dar a chance aos equatorianos.

Zé Rafael perdeu a posse no meio-campo, Janner Corozo avançou pela meia direita e tentou o passe entre as pernas de Gustavo Gómez. O capitão palmeirense chegou a desviar, mas a bola ainda caiu na direção de Francisco Fydriszewski, que bateu de primeira para colocar o Barcelona à frente. A resposta foi quase imediata. Piquerez recebeu de Dudu na linha de fundo e encontrou a infiltração de Raphael Veiga na primeira trave. A cabeçada à queima-roupa explodiu no travessão. E aí, novamente em um equívoco defensivo, os equatorianos ampliaram para 2 a 0.

Mayke estava pressionado perto da linha de fundo e tentou ganhar um tiro de meta. Errou o adversário e entregou a bola para Christian Ortíz, que cruzou fechado. Fydriszewski antecipou-se à marcação para desviar, e Weverton fez a defesa no susto. O atacante do Barcelona conferiu no rebote. O Palmeiras teve duas grandes oportunidades de descontar ainda no primeiro tempo. Artur, na segunda trave, pegou o cruzamento de Dudu de primeira com a perna e mandou para fora. Em um escanteio, Rony desviou, mas Adonis Preciado cortou em cima da linha.

Abel Ferreira retornou com uma substituição. Flaco López entrou no lugar de Gabriel Menino, com Raphael Veiga mais recuado. Deu bastante certo. O Palmeiras passou por cima do Barcelona até conseguir a virada. Logo no comecinho, Veiga lançou Dudu, que ganhou escanteio. Na cobrança, Gustavo Gómez cabeceou firme para descontar. O último susto equatoriano foi uma bomba de Damián Díaz de fora da área que explodiu no travessão de Weverton. Logo em seguida, Artur deu uma grande arrancada a partir da meia direita e bateu cruzado de canhota da entrada da área. Também balançou o poste.

Depois da grande ação de Artur, Veiga cruzou da direita, e Dudu completou de cabeça. A defesa tirou em cima da linha. Aos 12 minutos, Rony, pressionado, tentou matar o cruzamento de Dudu no peito. A bola sobrou para Piquerez soltar a perna esquerda e empatar. A virada era questão de tempo àquela altura, talvez até antes do segundo gol, dada a superioridade. Gómez teve outra boa oportunidade de cabeça, e tanto Flaco López quanto Artur deixaram passar um novo cruzamento de Piquerez na boca do gol.

Piquerez estava um tanque nesta quarta-feira. Aos 25 minutos, ganhou a dividida na intermediária, avançou para a ponta e cruzou ao meio da área. Rony cabeceou em cima do goleiro, que fez boa defesa à queima-roupa, e Artur chegou escorando de cabeça para fazer o terceiro. E para garantir, Raphael Veiga cobrou falta na área, Flaco López cabeceou no travessão, e Endrick, que havia acabado de entrar no lugar de Rony, pegou o rebote e fechou a vitória palmeirense.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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