Libertadores

O Santos superou uma imensa batalha em La Paz para garantir a classificação

Por mais que não tenha vencido o jogo, o sentimento de vitória era natural ao Santos. O resultado da batalha foi devidamente comemorado ao apito final em La Paz. Numa partida que ofereceu muitas dificuldades ao Peixe, a equipe sobreviveu. Sofreu com a pressão e com a desvantagem numérica no Estádio Hernando Siles. Precisou buscar a diferença no placar. E, com um pênalti perdido pelo Strongest nos minutos finais, celebrou triunfante o empate por 1 a 1. Ponto que garante os santistas nos mata-matas da competição continental, enquanto ameaçam os bolivianos, com uma missão difícil na rodada final.

Sem Ricardo Oliveira, que passou mal, o Santos apostou em uma formação mais leve, pronta para explorar os contra-ataques. O colombiano Vladimir Hernández era a principal novidade na linha de frente, após boas atuações saindo do banco de reservas. Só que a partida se desenhava mais favorável ao Strongest. Os anfitriões se impunham no campo de ataque e rodavam muito bem a bola, com Alejandro Chumacero comandando as ações. Iam perdoando nas conclusões, assim como viam Vanderlei crescer na meta adversária.

Aos 22 minutos, o Santos sofreria um grande baque. Um dos destaques nesta campanha da Libertadores, Bruno Henrique foi juvenil. Recebeu um cartão por reclamação, após Hernández ser derrubado na área, e pouco depois cometeu falta para cartão amarelo, sendo expulso. Não bastasse o cansaço imposto pela altitude, os paulistas teriam que correr com um a menos. E lidando com a proposta ofensiva do Strongest. Além disso, a tensão passou a tomar conta das equipes, com jogadores se estranhando. Assim, os aurinegros abririam o placar aos 39. Após bola mascada na área, Chumacero aproveitou o lance para finalmente deixar Vanderlei na saudade, driblando o goleiro e Cléber com um corte seco. Anotou seu oitavo gol nesta Libertadores.

Raras eram as chegadas do Santos ao ataque. E o panorama do jogo não mudou no segundo tempo, com o Strongest sufocando no campo de ataque. Faltava um pouco mais de qualidade nos arremates. Além disso, Vanderlei fez milagre para barrar Matías Alonso. O Peixe dependia de um lampejo. Que veio de seu jogador mais técnico, Lucas Lima. Em contra-ataque dos alvinegros, o camisa 10 passou pelo marcador e deu o passe na medida para Vitor Bueno, que não perdoou. Apesar de todas as adversidades, o time de Dorival Júnior estava vivíssimo.

A partir de então, a tônica do duelo se intensificou. O Santos recheou o meio de campo, enquanto César Farías reforçava o ataque do Strongest. Apesar do bombardeio, os visitantes conseguiam se segurar. Até o lance fundamental da noite. Aos 37 minutos, pênalti para o Tigre. Pablo Escobar partiu para a cobrança e meteu a cavadinha, por cima do travessão. Péssimo na partida, o veterano jogava fora a vitória. Não à toa, os santistas comemoraram o erro feito um gol e até provocaram o camisa 10. Já nos instantes finais, coube aos paulistas gastarem o tempo, vibrando demais com o apito final.

Cada gota de suor derramada pelo Santos valeu a pena. Invicto na Libertadores, a equipe empatou o seu terceiro jogo fora de casa e chegou aos nove pontos, suficiente para se garantir, independentemente do resultado na rodada final. Os alvinegros receberão o Sporting Cristal, enquanto Independiente Santa Fe e Strongest se digladiam na Colômbia, com a vantagem do empate aos aurinegros. Uma vitória para moldar o caráter do time na competição continental e para fazer os santistas sonharem.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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