Libertadores
Tendência

O pulso ainda pulsa: Santos vence Boca com um golaço e segue vivo

Na estreia de Fernando Diniz, Santos consegue três pontos enormes em casa que colocam o time em segundo no grupo e joga Boca para terceiro

O Santos conseguiu renascer na Libertadores. Depois de duas derrotas nas duas primeiras rodadas, o Peixe consegue a sua segunda vitória seguida e embola o Grupo C. Contra um time experiente, o alvinegro praiano venceu por 1 a 0, com gol de Felipe Jonathan, e assim supera os argentinos na classificação. Conseguiu isso com uma atuação longe de ser brilhante, mas com muita vontade, organização e raça. Superou o cansaço e um time perigoso e de qualidade, um dos favoritos do torneio e o cabeça de chave do Grupo C.

Fisicamente, o time tinha as pernas mais cansadas que o Boca, que descansou a equipe titular no fim de semana, pela Copa da Liga Argentina. O Santos, por sua vez, precisou jogar com tudo que tinha contra o São Bento, na mesma Vila Belmiro, porque corria risco de ser rebaixado se perdesse. Venceu, se safou e foi eliminado do Paulistão. As forças ficariam concentradas no torneio continental.

Depois de estrear com derrota em casa para o Barcelona, mais uma derrota fora de casa contra o Boca Juniors e uma goleada na Vila sobre o Strongest, a situação do Santos era delicada. Se perdesse, ficaria em uma situação muito complicada para buscar a classificação. A vitória era crucial. Por isso, o que o time fez em campo nesta noite de terça-feira tem muito valor, porque recoloca o time na disputa e vai em condições melhores para duas rodadas finais que devem ser complicadas.

Foi a estreia do técnico Fernando Diniz no comando do Santos. Uma estreia de fogo, em um confronto de peso na Libertadores e em uma situação ainda temerária para o alvinegro. Até porque Santos e Boca estavam empatados em pontos. O Barcelona, do Equador, tinha o Strongest pela frente, em La Paz, e tanto argentinos quanto brasileiros torciam para quer os equatorianos tropeçassem.

Diniz escolheu um time leve para entrar em campo, como é característico. O jovem Ângelo foi titular mais uma vez para substituir um dos principais destaques do time, o atacante Marinho, machucado. Alison também ficou fora por lesão. Vinicius Balieiro jogou no meio-campo ao lado de Jean Mota, com Gabriel Pirani mais à frente, armando as jogadas. Lucas Braga atuou pela ponta esquerda, com Kaio Jorge como referência.

O Boca foi a campo sem o seu goleiro titular, Esteban Andrada, por causa da COVID-19. O técnico Miguel Angel Russo escalou Carlos Tevez no ataque, ao lado de Cristian Pavón e Sebastián Villa. No meio-campo, o trio que tem sido titular, com Alan Varela, Cristian Medina e Agustín Almendra.

Logo a seis minutos, Carlos Izquierdoz lançou para a direita, Cristian Pavón cruzou e Carlos Tévez finalizou de primeira, mas mandou para fora. Foi a primeira chance da partida, com uma boa jogada do Boca.

Se na Bombonera o Boca esperou muito o Santos, na Vila Belmiro o Peixe retribuiu. O time demorou a tentar se impor. Foi só com o passar dos minutos que o time foi se encontrando em campo. O Boca tentava chegar com bons toques de bola procurando Tevez, que esteve bem marcado a maior parte do tempo.

No final do primeiro tempo, Jean Mota apareceu, encontrou Kaio Jorge na direita e o centroavante cruzou rasteiro. A bola atravessou a área e Felipe Jonathan driblou o defensor no primeiro toque e finalizou de pé esquerdo no segundo para marcar um belo gol: 1 a 0 para o Peixe.

Logo no primeiro minuto do segundo tempo, um pênalti não marcado para o Santos. Em um cruzamento para a área, o zagueiro Izquierdoz levou o braço à bola, mas o árbitro não viu. A bola saiu em escanteio, que quase rendeu gol em cabeçada de Kaio Jorge.

O árbitro Christian Ferreyra, do Uruguai, causou uma imensa confusão. Em um cartão amarelo dado a Lucas Braga por uma falta que ele nem parece ter visto, Fernando Diniz passou a reclamar e o técnico do Boca, Miguel Angel Russo, também. Os dois técnicos estavam reclamando muito e ele deu o cartão amarelo a ambos. Só que não bastou e o árbitro tratou de expulsar os dois.

Depois das expulsões dos treinadores, o Boca assumiu uma postura mais ofensiva e tentando buscar mais o gol. O problema é que o Santos, bem posicionado na defesa, dava poucas chances de finalização. O Santos não conseguiu causar problemas defensivos ao Boca e sequer finalizou uma bola no gol. O Boca teve 62% de posse de bola no segundo tempo, chutou sete vezes ao gol do Peixe, mas só uma delas acertou o alvo. Não conseguiu o gol.

Com o apito final, o técnico Fernando Diniz vibrou muito no camarote, enquanto o time comemorou em campo. O Santos chega a seis pontos e sobe ao segundo lugar, superando o Boca, que também tem seis pontos, no saldo de gols. O Barcelona do Equador poderia ter disparado, mas acabou derrotado pelo Strongest em La Paz e, assim, ficou com nove pontos. Embora a classificação esteja encaminhada, precisará enfrentar o Boca Juniors na Bombonera e o Santos em Guayaquil nas duas rodadas finais.

Se no último fim de semana o Boca poupou seus jogadores para os jogos da Libertadores, o fim de semana reserva um desafio que impedirá isso: jogará contra o River Plate nas quartas de final da Copa da Liga. Desta vez será o Santos que poderá descansar, porque não joga mais o Campeonato Paulista.

Antes de decidir a vida no Equador, o Santos terá um desafio imenso na próxima terça-feira, dia 18, em La Paz. Precisará enfrentar o Strongest e conseguir os pontos. Depois, no dia 26, quarta, vai até Guayaquil para enfrentar o Barcelona, certamente em um jogo que valerá a sobrevida no torneio.

Standings provided by

 

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
Botão Voltar ao topo