Libertadores

O Palmeiras novamente mostrou falta de alternativas ao sair atrás no placar

Desde o retorno de Luiz Felipe Scolari, o Palmeiras saiu atrás no placar dez vezes. Em nenhuma das dez vezes conseguiu a virada. Em apenas metade dessas partidas, buscou pelo menos o empate. A última situação como essa foi apresentada nesta terça-feira, em Buenos Aires, quando Marcelo Herrera abriu o placar para o San Lorenzo, aos seis minutos do segundo tempo. E o time de Felipão novamente se mostrou incapaz de reagir e perdeu a terceira rodada da fase de grupos da Libertadores por 1 a 0.

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A maneira como o Palmeiras joga com Felipão é bem definida: forte na defesa, lançamentos de laterais na área, bolas esticadas e talento individual para abrir o placar e, então, recuar e matar a partida no contra-ataque. A eficiência da estratégia é indiscutível, embora não seja o melhor jeito de potencializar todo o talento do elenco alviverde. Gostar ou não depende de cada um. O problema é não haver plano B.

E, se era compreensível, em setembro e outubro do ano passado, que não houvesse, porque Felipão havia chegado há pouco tempo, com dois jogos por semana, não é mais que ainda não haja. O trabalho aproxima-se do seu primeiro ano e o treinador teve pré-temporada para trabalhar e mercado para se reforçar, sem restrições financeiras.

O que acontece quando o Palmeiras sai atrás é que ele de repente se vê na inconfortável posição de propor o jogo, ficar com a bola e criar espaços. Como não há uma solução tática ou coletiva para esse problema, alterna entre períodos infrutíferos, passes, cruzamentos e lançamentos forçados ou tentativas individuais. Às vezes aparece um gol. Normalmente, não.

Felipão poupou jogadores, mais notoriamente Goulart e Gustavo Scarpa, reduzindo o talento individual do setor ofensivo para fazer o primeiro gol. Mesmo assim, foi um primeiro tempo normal para este time do Palmeiras. Algumas chances, a melhor delas uma bola na trave em bicicleta de Moisés, o que seria um golaço. O susto foi o chute de Castellani da entrada da área que também beijou o poste de Weverton.

O problema quando se joga no limite é que o futebol acaba virando ainda mais um jogo de pequenas margens, e qualquer erro pode ser fatal. Uma falha de marcação no começo do segundo tempo deixou Herrera livre na intermediária. Ele levou a bola à esquerda, puxou à perna direita e, ainda sem ninguém pressionar, mandou no canto de Weverton.

Felipão havia trocado os dois volantes titulares, Thiago Santos e Bruno Henrique, por Felipe Melo e Lucas Lima, respectivamente. Tinha apenas mais uma alteração para mudar o panorama da partida, o que Raphael Veiga não conseguiu fazer. O Palmeiras subiu o ritmo e pressionou, mas nada criou, expondo mais uma vez o seu principal problema: o monoteísmo.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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