Libertadores

O Cerro Porteño teve forças para reagir e comemorar a classificação na Olla Azulgrana

Enquanto amarga o domínio do rival Olimpia no Campeonato Paraguaio, o Cerro Porteño vinha dando sinais positivos em suas últimas participações continentais. E a campanha do Ciclón na Libertadores 2019 vale o reconhecimento, recolocando o clube entre os oito melhores do torneio pela primeira vez desde 2011. Mais do que isso, a equipe também garantiu a noite mais palpitante desde a reforma da Olla Azulgrana, o abarrotado estádio em Assunção. O San Lorenzo até saiu em vantagem e colocou pressão sobre os paraguaios. Porém, o Cerro teve forças para reagir e virar o placar em 2 a 1, garantindo a já significativa classificação às quartas de final.

O empate por 0 a 0 em Buenos Aires havia sido um bom resultado ao Cerro Porteño, sobretudo porque o time atuou com um a menos durante a meia hora final do encontro. Assim, diante de uma inflamada torcida, o time da casa poderia mostrar reafirmar o potencial em seus domínios. Não seria tão simples assim. Logo aos 18 minutos, o San Lorenzo abriu a contagem. Os argentinos tiveram um pênalti anotado a seu favor e o paraguaio Adam Bareiro, recém-contratado pelos cuervos, converteu a cobrança. Os visitantes, aliás, poderiam ter feito mais. Tiveram duas outras boas oportunidades, em uma atuação intensa dos comandados de Juan Antonio Pizzi, diante de uma apagadíssima apresentação dos anfitriões.

O Cerro Porteño precisava de dois gols para avançar. E a mudança de postura do time no segundo tempo foi essencial à reação. Contou com mais raça e vontade do que com técnica, o que já seria o suficiente. O empate também nasceu a partir de uma penalidade, convertida pelo argentino Joaquín Larrivey aos 11 minutos. E os paraguaios aproveitaram o momento, ampliando aos 18. Óscar Ruiz saíra do banco pouco antes e apareceu na área para emendar de peixinho o cruzamento de Federico Carrizo. Com a vantagem no placar, o Cerro soube se resguardar diante das investidas de um nervoso San Lorenzo e concretizou a virada.

Por aquilo que demonstrou na fase de grupos, o Cerro Porteño merecia créditos. No fim, tem grandes chances de terminar como o único representante paraguaio vivo na Libertadores. O chaveamento pode ter contribuído aos azulgranas. Mesmo assim, é um time que faz uma campanha consistente e, com seu jogo reativo, pode causar incômodos ao River Plate nas quartas de final. O favoritismo é todo dos argentinos, mas essa leveza de poder surpreender contribui aos paraguaios.

https://www.youtube.com/watch?v=Zt5_xOeSD7E

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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