Num jogo de mais história que bola, Nacional e Boca Juniors não saíram do zero
Nacional e Boca Juniors até fizeram uma partida pegada em certos momentos, mas ficaram devendo tecnicamente na ida das oitavas de final da Libertadores

O Gran Parque Central recebeu um confronto de camisas pesadíssimas pela Copa Libertadores. Nacional de Montevidéu e Boca Juniors se afastam cada vez mais de seus momentos gloriosos na competição, mas ainda alimentam o sonho da classificação para as quartas de final. A primeira partida, como era de se esperar, teve muita pegada entre os times e um clima vibrante das arquibancadas. Só não foi o melhor espetáculo em termos de futebol, num empate por 0 a 0 mais marcado pelos gols perdidos. O péssimo gramado não ajudou, assim como o vento intenso que atrapalhava os times.
Não foi dessa vez que o Boca Juniors contou com a presença de Edinson Cavani, recém-contratado pelo clube. O uruguaio fez falta, diante dos erros constantes de Miguel Merentiel na linha de frente. Jorge Almirón escalou o time num 4-5-1, com intenção de sair nos contragolpes. Já Álvaro Gutiérrez recheou o meio-campo do Nacional, num momento em que o Bolso se vira após a venda do goleiro Sergio Rochet para o Internacional.
Grandes chances perdidas
A partida em Montevidéu era pegada, com bom nível de intensidade entre os times. O Nacional tentou se impor durante os primeiros minutos e logo testou o goleiro Sergio Romero, mas sem grande perigo. O Boca Juniors, por sua vez, não se fechou na defesa e buscou sua resposta. As duas equipes tentavam bolas esticadas para os atacantes, mas os goleiros levavam a melhor. Com o passar dos minutos, a superioridade dos uruguaios se tornou mais clara. Os tricolores conseguiam trabalhar bem no meio-campo e chegavam mais.
O Nacional teve alguns lances de perigo em bolas paradas. Já aos 29, o Bolso lamentou uma bola na trave de Juan Ignacio Ramírez. O atacante conseguiu bater na saída de Romero, mas parou no poste. Os tricolores também tiveram uma reclamação de pênalti ignorada. O Boca Juniors não acertava no ataque e se via limitado a espasmos. O melhor lance aconteceu aos 45, numa bola alçada na área. Miguel Merentiel apareceu livre no segundo pau e desviou para fora, quando tinha todas as condições para marcar. Os uruguaios, ainda assim, eram mais ativos na frente até o intervalo.
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Poucas alternativas
O segundo tempo se tornou mais equilibrado. O Boca Juniors conseguiu equilibrar as ações e saiu para o jogo. Não era uma partida tão rica em chances de gol, porém. O Nacional deu trabalho a Romero aos dez minutos, numa batida de longe de Yonathan Rodríguez que o veterano espalmou. Entretanto, a tensão prevalecia, com os times sem recursos para resolver o resultado. Os erros técnicos se sobressaíam. Se de um lado Romero quase entregou o ouro, do outro Merentiel falhou num presente dos tricolores.
As alterações dificultaram ainda mais as equipes em sua organização. Durante a reta final, o Boca Juniors se mostrou mais interessado na vitória. Uma entrada importante foi a de Marcos Rojo, voltando ao time após dez meses afastado por lesão. Já o Nacional teria uma boa oportunidade aos 42, com uma falta frontal, mas Daniel Bocanegra isolou. Nos acréscimos, os times partiram para o desespero e poderiam ter definido o duelo. Se por um lado Gonzalo Castro perdeu o passo no ataque do Nacional, do outro Exequiel Zeballos falhou pelo Boca.
A partida de volta acontece na próxima quarta-feira, na Bombonera. Como mandante, o Boca Juniors indica melhores condições de buscar a classificação. Entretanto, também precisará apresentar mais futebol. Caso tenha condições de jogo, Cavani pode surgir como salvador se puder estrear, especialmente diante das deficiências que Merentiel escancarou.