Libertadores

Insanidade pura: O Racing tomou o empate do Aucas e buscou a vitória com um a menos, graças a um gol contra bisonho

O Racing abriu dois gols de vantagem logo cedo, sofreu o empate numa grande reação do Aucas depois do intervalo e, com um a menos, só venceu por uma infelicidade da zaga adversária

Os clubes argentinos experimentaram uma rodada de emoções ao máximo na Copa Libertadores. Começou com a virada do Boca Juniors nos acréscimos do segundo tempo contra o Deportivo Pereira, quando a torcida na Bombonera já xingava a equipe. Ampliou-se com o triunfo do River Plate sobre o Sporting Cristal, de virada e com um a menos durante todo o segundo tempo. Com menos taquicardia, o Argentinos Juniors copou na visita ao Corinthians. Já nesta quinta-feira, o Racing bateu o Melgar com doses cavalares de insanidade no Cilindro. A Academia vencia por dois gols de diferença, mas cedeu o empate e teve um jogador expulso. A vitória por 3 a 2 se confirmou apenas nos finalmente, e com um gol contra bisonho que manteve os 100% de aproveitamento dos albicelestes.

A partida em Avellaneda oferecia um confronto direto para resolver quem terminaria a rodada na liderança do Grupo A. E o Racing dominou o primeiro tempo para construir uma vitória confortável. A Academia amassou o Aucas nos primeiros minutos, com direito a bola na trave e tudo. O gol mesmo saiu aos 12, num cruzamento que Maxi Romero cumprimentou de cabeça na pequena área. Cinco minutos depois, a conta já tinha aumentado graças a Juan Nardoni, que só cutucou o presentaço de Romero. Era um vareio, mas os racinguistas reduziram o bombardeio no resto da primeira etapa.

O Aucas era mero sparring na partida, até renascer no segundo tempo, como havia feito contra o Flamengo. O primeiro gol, aos três minutos, foi uma obra solo de Erick Castillo. Impressionou como o atacante ganhou na força e girou sobre a marcação para se desvencilhar de dois, antes de bater cruzado no canto inferior. E a virada já tinha se concretizado aos 11, numa falta cobrada em direção à área que Luis Cangá aproveitou no segundo pau para arrematar. Só depois disso os racinguistas voltaram a acordar.

De novo o Racing passou a dominar a posse de bola e retomou a iniciativa. Porém, a situação ficou um pouco mais difícil quando Maxi Moralez deu uma solada no campo de ataque e recebeu um cartão vermelho estúpido, aos 33. Quase o Aucas capitalizou na sequência, não fosse a cabeçada torta de Roberto Ordóñez dentro da área. Contudo, o triunfo foi mesmo da Academia. E numa bobeada imensa dos equatorianos, já aos 41. Numa bola alçada para a área, Wilker Ángel desviou de cabeça em direção ao seu próprio gol e encobriu o goleiro Hernán Galíndez, no momento em que saía para socar a pleota. Lance patético, que punia todo o esforço dos visitantes. Depois disso, não teria mais reação e o Aucas ainda terminou com dez, após a expulsão de Aubrey David.

O Racing assume a liderança isolada do Grupo A da Libertadores, com seis pontos. Na próxima rodada, os albicelestes receberão o Flamengo em Avellaneda, num jogo de suma importância aos rubro-negros. O Aucas fica com três pontos, mas pode se recuperar no duelo mais acessível da chave, diante do Ñublense.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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