Guia da Libertadores 2020 – Grupo H: Boca Juniors, Libertad, Caracas, Independiente Medellín
Por que acompanhar o grupo
Independentemente de que fase viva, o Boca Juniors é sempre uma das equipes a se acompanhar na Copa Libertadores, e aqui não é diferente. Tornando o grupo interessante, os xeneizes caíram juntos com o atual campeão venezuelano, Caracas, e com o vice-campeão geral do Campeonato Paraguaio, Libertad. Fechando o grupo, o Independiente Medellín chega depois de eliminar Deportivo Táchira, da Venezuela, e o argentino Atlético Tucumán pelas fases prévias da Libertadores, com destaque para o 4 a 0 na estreia contra os venezuelanos. Vale ver como o time boquense se comportará sob as ordens do novo técnico, Miguel Ángel Russo, diante de adversários interessantes para termos uma ideia da força desse novo Boca.
Ambição na Libertadores
Boca Juniors
Tecnicamente, a equipe pode não estar ainda no patamar de se colocar ao título, mas certamente é este o objetivo de um clube revigorado por uma nova direção que tem, entre os nomes fortes, o do ídolo Juan Roman Riquelme. Com a manutenção da espinha dorsal do elenco dos últimos anos, reforçada pelos bons resultados obtidos pelo novo técnico Miguel Ángel Russo, o objetivo dos xeneizes será buscar a conquista.
Caracas
O equilíbrio técnico na Libertadores é sempre muito acirrado para que alguma equipe entre se contentando em apenas fazer figuração na fase de grupos. O Caracas, portanto, mesmo sendo o mais frágil da chave, tem como objetivo o mata-mata, e não seria nada maluco consegui-lo. Para tanto, precisará se sair bem melhor que o campeão venezuelano que representou o país em 2019: o Zamora foi lanterna de sua chave, com três pontos, em grupo que tinha ainda Cerro Porteño, Nacional do Uruguai e Atlético Mineiro.
Independiente Medellín
A estreia com vitória por 4 a 0 na segunda fase, contra o Deportivo Táchira, impressionou, mas desde então o Independiente chegou à fase de grupos com emoção. Perdeu a volta na Venezuela por 2 a 0 e só avançou nos pênaltis contra o Atlético Tucumán, de campanha fraca na Superliga Argentina. Mostrou naquele primeiro jogo contra os venezuelanos um poder ofensivo com o qual contará para tentar buscar o que já lhe seria um bom resultado na Libertadores: alcançar as oitavas de final.
Libertad
O Olimpia pode ganhar as manchetes internacionais pela contratação de Emmanuel Adebayor, mas, por ora, quem ocupa o topo do Apertura 2020 no Paraguai é o Libertad. O bom começo de campanha, com cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota, é um bom indício ao Gumarelo antes de sua estreia na Libertadores. Vice-campeão paraguaio da temporada passada, a equipe, com bons nomes como Piris, Martín Silva e Óscar Cardozo, tem bola suficiente para buscar ir além das oitavas de final. Depois de liderar sua chave na campanha passada, em mesmo grupo que o Grêmio, o time paraguaio caiu para o próprio Tricolor Gaúcho. Esta será sua quarta campanha seguida na Libertadores, mas nas últimas três o time falhou em passar das oitavas. Tem, aqui, algo a provar – e conta com os ensinamentos passados para isso.
Como foram os últimos meses
Boca Juniors
Os xeneizes renasceram neste começo de ano, com o novo técnico Miguel Ángel Russo. Depois de um empate com o Independiente na estreia de Russo na Superliga, a equipe ganhou todos os cinco jogos que disputou desde então, marcando 15 gols e sofrendo apenas um. É a melhor defesa do torneio e tem o segundo melhor ataque. Desempenho suficiente para levar o time até a rodada final ainda com chances de título, dependendo de uma vitória própria e um empate do River para levar o caneco.
Caracas
A temporada venezuelana acaba de começar, então é difícil analisar os últimos meses, exatamente. O Venezuelano começou em fevereiro e, por ora, o Caracas vai bem na defesa do título. É o segundo colocado, com dois pontos a menos que o líder Deportivo Lara. Venceu três partidas e empatou duas em cinco duelos. Tem o melhor ataque, com 11 gols, e sofreu apenas dois gols neste período.
Independiente Medellín
O Independiente Medellín se classificou à Libertadores graças ao título da Copa da Colômbia de 2019. Na liga, não foi bem, terminando na 10ª colocação da classificação geral. Neste ano, o desempenho no campeonato local também não é bom. Depois de sete rodadas, ocupa o 14º lugar, com dois empates, três derrotas e apenas duas vitórias.
Libertad
Terceiro colocado no Apertura e segundo no Clausura de 2019, o Libertad terminou o Paraguaio do ano passado com o vice-campeonato. Começou bem 2020, liderando o Apertura após sete rodadas, com cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota, além do maior saldo de gols (nove).
Destaques individuais
Boca Juniors
Carlos Tevez renasceu com o técnico Miguel Ángel Russo. Tem sido um dos grandes nomes ofensivos neste começo de 2020 dos xeneizes. Em seis jogos na Superliga neste ano, anotou cinco gols e deu duas assistências, influenciando o jogo do Boca para além dos números, a partir de sua movimentação na intermediária. Com a experiência enorme em suas costas, é um nome com o qual a equipe contará para ir longe na Libertadores.
Caracas
No bom ataque que o Caracas tem demonstrado neste início de 2020, Robert Hernández se destaca como um ponta de cruzamentos perigosos, mas também com boa chegada às posições de finalização. Em quatro jogos no Apertura, anotou três gols e deu uma assistência. No ano passado, somou sete gols e cinco assistências em 28 partidas por todas as competições. Aos 27 anos, soma experiência com impacto físico para tentar desequilibrar a favor dos venezuelanos.
Independiente Medellín
Javier Reina não deixa saudades no futebol brasileiro, mas chegou voando ao Independiente Medellín. Contratado para o início de 2020, mostrou suas credenciais no 4 a 0 sobre o Deportivo Táchira, pela segunda fase da Libertadores, acabando com o jogo: duas assistências e um gol. O DIM foi atrás de sua contratação depois de ir bem no Once Caldas, no ano passado.
Libertad
Seus melhores anos já ficaram para trás, mas o veterano Óscar Cardozo, ex-Benfica, segue influente no Libertad desde que retornou ao Paraguai, em 2017. Em 2020, tem três gols em seis partidas, dando sequência a um bom ano de 2019, em que chegou a marcar quatro gols na Libertadores, além de nove tentos em Apertura e Clausura. Esteve com o Paraguai na Copa América sediada pelo Brasil.
Señor Libertadores
Boca Juniors
Iván Marcone disputou apenas uma Libertadores pelo Boca Juniors, a de 2019, mas soma longa experiência por duas outras equipes argentinas. Em 2017, fez 14 jogos pelo finalista Lanús, e acumulou também 20 partidas em três temporadas pelo Arsenal de Sarandí. No total, são 46 jogos de Libertadores no currículo.
Caracas
O Caracas não conta com um elenco de larga experiência na Libertadores. Jogador com mais participações e partidas na competição, Ricardo Andreutti soma 13 jogos em cinco temporadas, quatro delas pelo próprio Caracas (2019, 2018, 2016 e 2014). Pelo Deportivo Italia, esteve inscrito, mas não atuou em 2010.
Independiente Medellín
Assim como o Caracas, o Independiente Medellín não tem velhos conhecidos de Libertadores. Francisco Flores, meia defensivo venezuelano de 29 anos, fez 12 jogos pela competição antes da edição deste ano. Foram duas participações pelo Deportivo Táchira, em 2015 e 2016, com seis jogos em cada edição.
Libertad
O Libertad, sim, conta com grande experiência. Batendo o olho no elenco, podemos reconhecer diversos nomes de edições passadas: Martín Silva no gol, Paulo da Silva e Daniel Bocanegra na defesa, Macnelly Torres no meio… Mas nenhum deles soma mais atuações do que Sergio Aquino. O meia paraguaio, que segue em atividade mesmo aos 40 anos, soma 104 partidas pela Copa Libertadores. Para se ter uma ideia de sua longa história na competição, fez um gol pelo Cerro Porteño na derrota por 5 a 2 para o Palmeiras em 2001.
Novos reforços
Boca Juniors
Com dificuldades para contratar, o Boca viu seu desejo para o ataque, Paolo Guerrero, renovar com o Internacional. Para o meio, recorreu ao velho conhecido Pol Fernández, revelado pelos próprios xeneizes, e reforçou a defesa com dois bons nomes: Carlos Zambrano, que estava no Dínamo Kiev, e Lisandro López, que defendia o Benfica.
Caracas
O Caracas não goza de grande poderio financeiro, então foi atrás de jogadores com contratos já encerrados. Perdeu atletas importantes da campanha de 2019: Quijada (Alianza Lima), Alain Baroja (Delfín), Arrieta (Deportivo Cali). A colheita foi numerosa, com aposta em diversos jovens. Chegaram o goleiro Beycker Velásquez, os zagueiros Javier Maldonado e Diego Osío, o volante Luis Ramírez, venezuelano que estava na Eslováquia. Carlos Rivero, de 27 anos, traz experiência para a zaga, enquanto para o ataque o grande reforço é Alexis Blanco, argentino que marcou 17 gols em 28 jogos pelo Blooming, da Bolívia, em 2019.
Independiente Medellín
A barca de saída foi grande, com dez jogadores deixando o clube, entre eles Germán Cano. As chegadas também foram numerosas, e os principais destaques são o ponta de lança Federico Laurito, argentino com passagens por Udinese e Empoli, e Javier Reina, ex-Cruzeiro e Ceará. Na zona defensiva, o meia Adrián Arregui foi contratado em definitivo depois de defender o clube por empréstimo.
Libertad
Entre empréstimos e contratações, o Libertad deu boas-vindas a seis novos jogadores, com destaque para Tito Villalba, que passou os últimos três anos na MLS, defendendo o Atlanta United. Daniel Bocanegra, ex-Atlético Nacional, reforça a defesa, e outros nomes que acabam de se transferir incluem Nicolás Milesi, Luciano Abecasis, Pablo Adorno e Carlos Sebastián Ferreira.
O técnico
Boca Juniors
Com a mudança de diretoria, mudou também o comando técnico. O Boca foi atrás de um velho conhecido, Miguel Ángel Russo, após o fim do contrato de Gustavo Alfaro, e a alteração surtiu efeito. Russo foi o último treinador campeão da Libertadores pelo Boca Juniors, em 2007, e, ao menos inicialmente, o fator novidade tem dado conta de reanimar os xeneizes. Em seu currículo, além da conquista da Libertadores em 2007, tem ainda um Clausura pelo Vélez (2005) e uma Superliga Colombiana pelo Millonarios (2018).
Caracas
Jogador profissional entre os anos 1980 e 1990, Noel Sanvincente começou sua carreira como técnico em 2002, pelo próprio Caracas, e lá construiu uma pequena dinastia, passando oito anos no comando do clube. Desde 2010, rodou por La Guaira, Zamora e, ainda, seleção venezuelana, antes de retornar ao Caracas em 2017. Na temporada anterior, conquistou o Campeonato Venezuelano pela primeira vez nesta sua segunda passagem. A anterior havia sido marcada por muito sucesso, com cinco títulos de liga nacional (2002/03, 2003/04, 2005/06, 2006/07 e 2008/09) e uma Copa da Venezuela (2009).
Independiente Medellín
Aldo Bobadilla escreveu história como goleiro do Cerro Porteño e da seleção paraguaia, e desde 2013, um ano depois de sua aposentadoria dos gramados, se envereda pelo futebol como treinador. Depois de rodar por várias equipes, entre elas o Olimpia e o Libertad, faz no Independiente Medellín seu melhor trabalho, tendo conquistado a Copa da Colômbia de 2019. Sua longa experiência como atleta servirá de boa referência aos comandados nesta Libertadores.
Libertad
Assim como Miguel Ángel Russo, Ramón Díaz está apenas há alguns meses em seu clube. Assumiu o Libertad em dezembro e tem feito bom trabalho neste início de Apertura 2020. Díaz tem um currículo de peso, tendo levado o River Plate à conquista da Libertadores de 1996, além de três Aperturas, dois Clausuras e um Torneio Final, já em passagem posterior, em 2014.