Libertadores

Estadual não importa? O planejamento do Grêmio diz o contrário

Em meio à disputa da final do Campeonato Gaúcho, Grêmio estreia na Libertadores com time totalmente reserva contra o The Strongest, em La Paz

Depois de três anos, o Grêmio volta a disputar uma partida de Libertadores nesta terça-feira (2), às 21h, contra o The Strongest, no Estádio Hernando Siles, em La Paz, na Bolívia. Mas se enganou quem esperava que a mobilização do Tricolor Gaúcho para a estreia na competição continental seria a maior possível.

Por estar em meio à disputa da final do Campeonato Gaúcho — na qual empatou por 0 a 0 com o Juventude, no jogo de ida, no último sábado (30), em Caxias do Sul, e encara a partida de volta no próximo sábado (6), às 16h30min, em Porto Alegre —, o Grêmio reservou preservar todos os titulares do confronto com o The Strongest. Eles permaneceram na capital gaúcha, onde treinam no CT Luiz Carvalho.

A decisão do técnico Renato Portaluppi, em alinhamento com os demais departamentos do Grêmio, mostra que, apesar de muito criticado por torcedores de grandes clubes, o campeonato estadual tem, sim, valor importante. Ao menos para o Tricolor, que, se superar o Juventude, chegará ao heptacampeonato consecutivo, e ao 43º título do Gauchão.

The Strongest não perde para brasileiros em La Paz há 11 anos

Ao mesmo tempo, é claro que as dificuldades inerentes ao jogo contra o The Strongest tiveram peso na decisão. Devido à altitude de 3.600 de La Paz, os jogadores que estiverem em campo no Hernando Siles sofrerão desgaste ainda maior do que o habitual.

Ainda que fosse com o que tem de melhor, não seria fácil para o Grêmio obter um bom resultado. Em La Paz, pela Libertadores, o The Strongest não perde para times brasileiros há 11 anos. A última derrota foi para o Atlético-MG, por 2 a 1 em 2013. De lá para cá, os bolivianos somam seis vitórias e dois empates em oito partidas.

Grêmio tem mescla de jogadores contestados com garotos

O descaracterizado time do Grêmio que vai tentar quebrar essa escrita conta com jogadores jovens e outros contestados pela torcida. No primeiro grupo, estão nomes como Gustavo Martins, Natã, Wesley Costa e Nathan Fernandes. No segundo, Nathan, Galdino e João Pedro Galvão.

A principal dúvida na escalação da equipe de Renato Portaluppi é no meio de campo. Se o tradicional 4-2-3-1 for mantido, Nathan deve ser titular como meia centralizado. Outra possibilidade é a utilização de Ronald como primeiro volante, em um 4-1-4-1. A provável formação gremista tem Marchesín; Fábio, Natã, Gustavo Martins e Wesley Costa; Dodi e Du Queiroz; Galdino, Nathan (Ronald) e Nathan Fernandes; João Pedro Galvão.

— Muito feliz por essa experiência nova na Libertadores. Representar uma equipe como o Grêmio, com tanta história, qualquer jogador fica com uma felicidade enorme. Sabemos que jogamos contra uma equipe aqui da Bolívia, em uma altura que não é fácil. Mas temos grandes jogadores, somos uma equipe muito competitiva. Fico na expectativa de iniciar uma nova competição, e deixar tudo por essa camiseta, que tem muita história. É um prazer muito grande estar aqui — disse, à Grêmio TV, o goleiro Marchesín, que está recuperado de lesão muscular e voltará a atuar depois de um mês.

No banco de reservas, estará uma legião de garotos oriundos das categorias de base, alguns dos quais sequer estrearam pelo profissional. São os casos, por exemplo, do zagueiro Viery, do lateral esquerdo Zé Guilherme e dos meias Cheron e Riquelme, alguns dos destaques do Grêmio na última Copa São Paulo de Futebol Jr.

 

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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