Desfigurado, Palmeiras até teve um golaço de Flaco López, mas levou a virada em La Paz
Em jogo com um expulso para cada lado, o time reserva do Palmeiras não resistiu ao Bolívar, nem à altitude, e começou a Libertadores com derrota
É difícil ganhar na altitude de La Paz. Poucos conseguem. Contra o Bolívar, por exemplo, a vitória do Palmeiras em 2020 foi a primeira de um clube brasileiro após 37 anos. Com um time praticamente reserva a situação fica um pouco mais difícil e o campo ainda virou um latifúndio com um expulso para cada lado desde o começo do segundo tempo. A equipe de Abel Ferreira chegou a abrir o placar com um golaço de Flaco López, mas levou a virada e começou a caminhada em busca do seu quarto título da Libertadores com derrota fora de casa por 3 a 1.
Os três pontos provavelmente não estavam na conta do Palmeiras, e Abel Ferreira não fez muita questão de garanti-los. Entrou com um time desfigurado e tirou vários jovens do banco de reservas. A expulsão de Jaílson no fim do primeiro tempo, com o gol da virada do Bolívar logo em seguida, deixou a situação mais crítica. Os donos da casa também receberam um cartão vermelho pouco depois do intervalo, mas o Palmeiras não conseguiu aproveitar a igualdade numérica e os espaços extras para buscar o empate. E passou perto de ser goleado, com uma bola no travessão de Marcelo Lomba nos minutos finais.
Escalações
Para não passar por uma “grande vergonha”, Abel Ferreira afirmou que o Palmeiras precisa reverter a situação contra o Água Santa na final do Campeonato Paulista, após perder o jogo de ida por 2 a 1. E realmente parece determinado a fazer isso porque levou um time reserva à altitude de La Paz, com direito a dois laterais direitos: Mayke mais recuado, e Gabriel García à sua frente. Artur foi titular. O Bolívar, clube do grupo City que era treinado por Antônio Carlos Zago, fez cinco mudanças em relação ao time que venceu o Aurora Cochabamba pelo Campeonato Boliviano no fim de semana. As mais notáveis foram as entradas do experiente goleiro Carlos Lampe e do argentino Patito Rodríguez, velho conhecido da torcida do Santos.
Primeiro tempo
Durante aproximadamente 20 minutos, parecia que o Palmeiras conseguiria. O primeiro tempo foi aberto, com muitos ataques em velocidade e sem enrolação no meio-campo. Todo mundo acelerava, chegava pelas pontas e buscava a melhor jogada. O Bolívar começou em cima. Ganhou alguns escanteios no começo da partida e exigiu uma boa defesa de Marcelo Lomba com um chute de média distância de Fernando Saucedo.
O Palmeiras abriu o placar na primeira chegada mais perigosa, com um golaço. Flaco López recebeu na ponta direita, levou à linha de fundo e errou o drible. Manteve a posse da bola e avançou protegendo contra Bentaberry até chegar no bico da grande área, de onde acertou um chute perfeito no ângulo de Carlos Lampe. López, em seguida, descolou um bom passe em profundidade para acionar Breno Lopes dentro da área. Batida para fora.
Também atacando muito pelos lados, o Bolívar empatou, aos 20 minutos, quando Ronnie Fernández escapou pela esquerda e cruzou na medida para Pablo Hervías. A reação foi quase imediata porque Breno Lopes recebeu um cruzamento rasteiro de frente, mas parou em Jesús Sagredo, que bloqueou a finalização antes de a bola chegar a Lampe. A melhor chance de ampliar caiu nos pés de López. Jaílson o acionou na entrada da área. Ele tinha a opção de abrir com García, entrando livre pela direita, mas preferiu bater rasteiro. Lampe fez grande defesa.
A um minuto do começo dos acréscimos, Jaílson foi expulso. Ele havia recebido cartão amarelo por uma mão no rosto em uma arrancada pelo meio e levou o segundo por bloquear o chute da entrada da área de Saucedo com o braço. A cobrança de falta desviou na barreira. O escanteio foi cobrado para a intermediária, de onde saiu o cruzamento para José Sagredo ajeitar de cabeça. Diego Bejarano completou e deixou o Palmeiras em uma situação bem complicada para o segundo tempo.
Segundo tempo
Abel Ferreira voltou com Gabriel Menino no lugar de Fabinho, e o reforço Richard Ríos na vaga de García. E logo de cara, o Palmeiras recuperou a igualdade numérica. José Sagredo deu um pisão em Ríos e levou o segundo cartão amarelo. A partida ficou bem aberta. Patito Rodríguez assustou com uma cobrança de falta da entrada da área que morreu no lado de fora da rede – e parecia ter entrado -, e no minuto seguinte, Artur bateu rasteiro para boa defesa de Lampe.
O Bolívar respondeu com Patito chegando pela esquerda e batendo colocado de fora da área para uma defesa plástica de Lomba com apenas uma mão. Mayke precisou ser substituído após uma entrada feia de Bentaberry (que não lhe rendeu nem cartão amarelo). Javier Uzeda entrou bem para o Bolívar e, depois de limpar Richard Ríos, não encontrou Ronnie Fernández por pouco na cara do gol. Lampe se assustou com um cruzamento de Breno Lopes que foi direto para o gol e depois também barrou uma tentativa forte de Rafael Navarro.
O brasileiro Gabriel Poveda quase fez um golaço. Arrancou do meio-campo, limpou Luan, limpou Vanderlan e ficou cara a cara com Lomba, que saiu bem do gol e fez uma bela defesa. Na cobrança de escanteio, a defesa do Palmeiras afastou para a intermediária. Roberto Fernández recolheu, passou fácil por dois marcadores e rolou à marca do pênalti, onde Uzeda apareceu batendo de primeira para fazer 3 a 1.
O Palmeiras escapou por pouco de uma goleada. Aos 47 minutos, Miguel Villaroel recebeu uma cobrança de falta quase no bico esquerdo da grande área e bateu de primeira. Limpa desviou com a ponta dos dedos antes de a bola explodir no travessão.