Libertadores

Fala de Renato Paiva evidencia erro no planejamento do Botafogo

Após derrota para o Estudiantes, pela Libertadores, treinador português classificou fase do Glorioso como 'estranha'

O Botafogo foi derrotado por 1 a 0 pelo Estudiantes, da Argentina, e ficou em situação complicada na Copa Libertadores, com apenas três pontos em três jogos disputados. Depois da partida, na noite desta quarta-feira (23), no Estádio UNO, uma fala do técnico Renato Paiva ajudou a explicar e evidenciou as falhas no planejamento de Jhon Textor para 2025.

Paiva evitou fazer comparações com o time do Botafogo de 2024, que foi campeão da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro. E ressaltou que o clube ainda passa por um “momento de adequação”.

— Essa equipe (campeã da Libertadores) já não existe, mudaram muitos jogadores. Então isso é passado, estão sempre fazendo comparações quando os jogadores já não estão, nem sequer o treinador. As coisas mudam, e nas mudanças sempre há momentos de adequação. E estamos nesse momento — afirmou Renato Paiva em coletiva.

O problema, é claro, é que pela demora na definição de um novo treinador, o Botafogo passa por este “momento de adequação” em meio a uma importante maratona de jogos. Entre a saída de Artur Jorge, oficializada no começo de 2025, mas que já era esperada desde meados de dezembro, e a chegada de Renato Paiva foram 55 dias.

Renato Paiva chegou ao Botafogo após o clube ser eliminado do Campeonato Carioca e perder os títulos da Recopa Sul-Americana e Supercopa Rei. Apesar de ter vivido praticamente uma “pré-temporada” em março, o time e Paiva precisaram se adaptar aos jogos oficias logo na maratona que futebol brasileiro vive entre abril e maio.

Além disso, o Botafogo também passou por uma grande reformulação no elenco. Apesar da saída de apenas dois titulares – Luiz Henrique e Thiago Almada -, muitos reservas deixaram o clube. E as reposições contratadas ainda não corresponderam.

— Juntar os jogadores novos que chegaram e tentar fazer que o time jogue dentro das características deles. Inclusive, saíram não só titulares, mas também suplentes — comentou Renato Paiva.

Entre os suplentes que deixaram o Botafogo, estavam jogadores que foram muito utilizados em 2024 por Artur Jorge, como Júnior Santos, Tchê Tchê, Eduardo, Tiquinho Soares e Adryelson. Para o ataque, por exemplo, chegaram Elias Manoel, Nathan Fernandes, Rwan Cruz e Mastriani.

Além dos problemas na Copa Libertadores, o Botafogo também vive um começo de Brasileiro ruim, com cinco pontos em cinco partidas. No total, nas oito partidas sob o comando de Renato Paiva, o Glorioso teve duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. As únicas vitórias foram sobre os modestos Juventude e Carabobo-VEN.

Botafogo de Marlon Freitas vive momento ruim na Libertadores e no Brasileiro (Foto: Imago)
Botafogo de Marlon Freitas vive momento ruim na Libertadores e no Brasileiro (Foto: Imago)

Paiva classifica fase do Botafogo como ‘estranha'

Ao falar sobre o jogo com o Estudiantes, Renato Paiva lamentou a fase que o time vive. Para o treinador português, a sua equipe não vem aproveitando as oportunidades que cria e sendo castigado por “erros básicos”. No jogo desta noite, por exemplo, o goleiro John sofreu um frango inacreditável no gol dos argentinos.

— Quem acompanha nossos jogos percebe a fase que estamos atravessando. Quando criamos, não fazemos. E depois, em erros básicos, acabamos perdendo jogos. Esse é o terceiro jogo que perdemos por 1 a 0 com gols que são erros claros, e obviamente têm que se corrigir. No funcionamento coletivo da equipe, hoje, não gostei dos momentos defensivos, afundamos demais o bloco quando não era essa a intenção, não conseguimos sair para a pressão, que era o que queríamos. Nas oportunidades de transição, não conseguimos sair com efetividade. Na bola mais flagrante, bateu no travessão, no chão e não entrou — avaliou Renato Paiva.

— Sou treinador, sou responsável, mas de fato é uma fase muito estranha o que está acontecendo. Nossas oportunidades que são claras não entram, e as dos adversários que às vezes nem claras são acabam entrando e nos penalizando bastante — finalizou Renato Paiva.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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