O Boca sufocou, mas o Racing saiu no lucro ao segurar o zero na Bombonera
O Boca Juniors fez uma grande partida na ida das quartas de final da Libertadores, mas sabe que o empate sem gols na Bombonera é ruim

A Bombonera se ornou para uma partida enorme pela Copa Libertadores. O Boca Juniors encarava o Racing, num clássico pelas quartas de final. Todavia, o clima pulsante nas arquibancadas não foi suficiente para que os xeneizes saíssem com a vitória. A equipe de Jorge Almirón até fez uma grande partida, com muito volume ofensivo, amassando os racinguistas. Edinson Cavani obrigou um milagre do goleiro Gabriel Arias e o Boca se mostrou muito forte pelo lado esquerdo, mas faltaram mais finalizações precisas. Do outro lado, a Academia fazia uma apresentação fraca, mas sobreviveu na primeira etapa e melhorou um pouco no segundo tempo – também porque o ótimo Valentín Barco deixou os boquenses lesionado. O empate por 0 a 0 é pesar ao Boca Juniors e lucro ao Racing, que poderá definir o confronto diante de sua torcida no Cilindro de Avellaneda.
O Boca Juniors entrou em campo num 3-5-2, com Edinson Cavani no comando do ataque ao lado do elétrico Valentín Barco. Luis Advíncula e Frank Fabra eram laterais muito fortes no apoio, enquanto Sergio Romero e Marcos Rojo lideravam a defesa. Já o Racing, em seu 4-3-3, reunia um ataque com Agustín Ojeda, Maximiliano Romero e Gabriel Hauche. Gabriel Arias e Leonardo Sigali eram os medalhões na defesa.
Boca Juniors manda no primeiro tempo
A partida na Bombonera teve inclusive sua dose de confusão nos primeiros minutos. Graças aos serviços de um gandula, o escanteio rápido terminou na cabeça de Cavani e a bola entrou. Todavia, o lance não tinha sido autorizado, com a bola do escanteio colocado antes que a outra saísse, e o árbitro Wilton Pereira Sampaio expulsou o gandula. Após uma dose de estranhamento entre os times, o jogo continuou sem sobressaltos. E só uma equipe jogava. A superioridade do Boca Juniors era gritante. O Racing apenas rifava a bola, acuado em seu campo.
Empurrado pela torcida na Bombonera, o Boca Juniors adiantava sua pressão e recuperava a bola rapidamente. As finalizações não eram constantes, mas o gol não veio por milagre aos 10. Num cruzamento de Fabra, Cavani desferiu uma cabeçada potente, no cantinho. O goleiro Arias se esticou todo e realizou uma defesa descomunal. O trabalho de Barco era fundamental pelo lado esquerdo do ataque, na criação, tantas vezes apoiado por Fabra. O jovem quase surpreendeu Arias, numa bola levantada que passou perto do ângulo. O domínio dos xeneizes era total.
O Racing sequer conseguia equilibrar a partida na Bombonera. O time de Fernando Gago parecia sentir o histórico recente desfavorável contra os xeneizes e não progredia em campo. Não teve uma finalização sequer nos 45 minutos iniciais. Melhor para o Boca Juniors, que fazia por merecer o gol. Aos 34, Fabra quase complicou os adversários. O lateral chegou à linha de fundo e fez o cruzamento rasante na pequena área. Nicolas Oroz fez o corte providencial, e muito difícil. Antes do intervalo, Cristian Medina também deu um chute de longe que passou raspando a trave. O controle boquense era evidente, mas não era um bombardeio.
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Racing melhora e sai satisfeito
Uma preocupação ao Boca Juniors aconteceu na saída para o intervalo, com Barco mancando. O jovem ainda iniciou a segunda etapa, mas não aguentou as dores e caiu no gramado às lágrimas. Miguel Merentiel entrou no ataque. A partida seguiu sob comando dos xeneizes e Merentiel deu seu cartão de visitas aos oito, numa pancada sem muito ângulo que explodiu no goleiro Arias. O Racing tentava esfriar um pouco mais os adversários, mas os principais perigos continuavam com os boquenses. Fabra de novo apareceu num chute que saiu para fora.
O Racing acionou seu banco aos 18, com a entrada de Juan Fernando Quintero, herói de uma final de Libertadores contra o Boca Juniors (pelo River Plate) em 2018. Já o Boca Juniors veio com três trocas aos 21: Marcelo Weigandt, Lucas Janson e Exequiel Zeballos. O time ganhou energia com as trocas. Logo no reinício, Cavani serviu um sem-pulo de Merentiel para fora. A pressão voltava a aumentar e a torcida crescia junto. Entretanto, não demorou para a Academia contornar a situação e sair mais para o jogo. Entrou Agustín Almendra, cria da base xeneize muito vaiado por virar a casaca para os racinguistas.
Almendra tentou responder as vaias com um chute de longe, mas parou em Sergio Romero. O Boca Juniors continuava mais próximo do gol. Aos 35, numa cobrança de falta ensaiada, Lucas Janson recebeu com liberdade na área e tentou o chute cruzado. A bola passou zunindo ao lado da trave. O final da partida era lá e cá, com um Racing mais interessado em atacar. Maximiliano Romero teve uma cabeçada na área em que não pegou em cheio e facilitou a defesa de Sergio Romero. Do outro lado, Zeballos bateu para uma defesa firme de Arias. Darío Benedetto entrou nos acréscimos e o Boca tentou uma blitz. Não daria tempo nem de pegar na bola.
O resultado é amargo para o Boca Juniors. Dava muito bem para os xeneizes saírem com a vantagem diante de sua torcida. A superioridade é incontestável, mas faltou qualidade na finalização, exceção feita à cabeçada de Cavani. Já o Racing sabe que terá o apoio no Cilindro no reencontro. Porém, também precisa apresentar mais futebol, no que foi uma atuação pobre da Academia. Individualmente, os xeneizes têm mais recursos.