Libertadores

Boca e River fizeram um jogo à altura das expectativas e empate deixa tudo indefinido para a volta

Boca Juniors e River Plate começaram a mais esperada final da história da Libertadores com um grande jogo de ida. Na Bombonera, oso dois times empataram por 2 a 2, em um jogo aberto e de muitas chances, especialmente no primeiro tempo. O equilíbrio marcou este primeiro duelo entre as duas equipes e deixou tudo aberto para a partida de volta, no Monumental, no dia 24 de novembro. Entre os jogadores que brilharam, tivemos Ramón Ábila e Dario Benedetto pelo Boca e Gonzalo “Pity” Martínez e Lucas Pratto. O jogo teve bons momentos e teve uma participação intensa dos técnicos, que fizeram mudanças importantes ao longo do jogo, que ajudaram a definir os rumos da partida.

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No Boca Juniors, apesar de decisivo nas semifinais, o atacante Darío Benedetto começou no banco. Ainda recuperando a melhor forma, o jogador viu o titular ser o mesmo dos jogos anteriores, Ramón Ábila. A escalação ficou dentro do esperado, com um time no 4-3-3, como tem sido habitual.

No River Plate, o capitão Leonardo Ponzio ficou mesmo fora por lesão. Com isso, Gallardo escalou o zagueiro Lucas Martínez Quarta como titular. Com isso, o time ficou com três zagueiros e uma linha de cinco na defesa.  No meio-campo, nada de Juan Quintero, que começou no banco. O experiente Enzo Pérez começou a partida, ao lado do garoto Exequiel Palacios, que vem brilhando nessa Libertadores.

Nos primeiros 10 minutos, o River Plate chegou duas vezes com perigo, uma delas em escanteio e outra em contra-ataque. Muito técnico, os Millonarios tentavam causar problemas. Pity Martínez cobrou uma falta com perigo, que obrigou o goleiro Augustín Rossi a mandar para escanteio. O jogo era igual, mas o River chegava com mais perigo. Aos 15 minutos, Casco cruzou da esquerda e Borré se antecipou à marcação para tocar de cabeça, mas mandou fora.

Aos 27 minutos, o Bovca teve uma baixa em campo. O atacante Cristian Pavón teve que ser substituído por lesão. Caiu no chão e ficou muito nervoso, dando socos no gramado, lamentando ter que deixar a final. O técnico Guillermo Schelotto decidiu por Darío Benedetto, o que causou uma mudança tática também no time. Em vez do 4-3-3 até então, o time se moldou em um 4-4-2, formação que o técnico treinou durante a semana. Nahitan Nández foi deslocado para o lado direito do meio-campo, com Pablo Pérez e Wilmar Barrios no centro e Sebastián Villa na esquerda. Assim, ficaram à frente Benedetto e Ábila.

O Boca conseguiu um ótimo ataque aos 33 minutos. Olaza desceu pela lateral esquerda e tocou para Ramón Ábila, já dentro da área. O centroavante fez a finta no zagueiro Lucas Martínez Quarta e finalizou com força e o goleiro Armani defendeu, rebatendo para frente. No rebote, o próprio Ábila pegou a bola e chutou forte, no canto do goleiro do River, que não conseguiu defender: 1 a 0 para os mandantes na Bombonera.

Só que no ataque seguinte, o River Plate empatou. Em uma bela bola lançada por Pity Martínez para Lucas Pratto, o atacante dominou e, de pé direito, chutou cruzado, no canto, para marcar o gol de empate, aos 35 minutos. Tudo igual e muito equilíbrio. O jogo estava quente. Desarmes, correria, contra-ataques e aos 40 minutos, uma grande chance desperdiçada pelo River. Martínez passou para Borré, a bola desvigou na defesa e ainda sobrou para o colombiano, que tentou a finalização, mas a bola foi para fora. Depois, a arbitragem marcou o impedimento.

A estrela de Benedetto brilhou aos 46 minutos. Villa cobrou falta frontal, de longe, da intermediária na área e Benedetto tocou de cabeça, de costas, desviando para o gol e marcando: 2 a 1 para o Boca na Bombonera, que enlouqueceu em gritos. Com isso, o Boca foi para o intervalo em vantagem no placar, apesar do bom jogo também do adversário River no primeiro tempo.

O segundo tempo começou com o Boca voltando muito mais empolgado e nos primeiros minutos o time tentou alguns ataques e reclamou de dois pênaltis – que não aconteceram. O time, porém, voltou muito melhor do que iniciou o primeiro tempo e não deixava o River jogar, tocar a bola e nem contra-atacar: o Boca era quem mais mordia na marcação, retomando a bola e os ataques o tempo todo.

Vendo o time ser controlado pelo rival, o técnico do River (Gallardo ou Matías Biscay? Não sabemos) mudou o time e consertou o problema: tirou o zagueiro Lucas Martínez Quarta para colocar o meio-campista Ignacio Fernández, aos 13 minutos. Desmontou o sistema com três zagueiros de área, que não funcionava contra o 4-4-2 do Boca. A mudança surtiu efeito para fazer o River voltar ao jogo e levar perigo.

Só que aí foi a vez do River conseguir arrancar o empate, mesmo no melhor momento do rival. Em cobrança de falta de Pity Martínez da intermediária, o zagueiro Carlos Izquierdoz subiu junto com Lucas Pratto e desviou levemente a bola, que assim ficou fora do alcance do goleiro Rossi: 2 a 2 na Bombonera.

Aos 27 minutos do segundo tempo, Guillermo Schelotto colocou o time ainda mais ao ataque. Tirou Villa, já cansado, para colocar Carlos Tévez, que entrou como um ponta de lança, atuando logo atrás dos dois atacantes. Os Xeneizes passaram a atuar em um losango, com três jogadores de meio-campo mais atrás na marcação, Pérez, Barrios e Nández, com Tevez à frente deles e os dois centroavantes alinhados ainda mais à frente. A mudança causou problemas para o River, que precisou lidar com um jogador perigoso ali pelo meio.

O Boca teve a bola do jogo nos pés de Dario Benedetto aos 44 minutos do segundo tempo. Em um ataque pelo meio, Tevez se livrou da marcação e foi solidário: passou para o lado onde estava Benedetto, que chutou em cima de Armani. O goleiro do River saiu bem e conseguiu uma defesa que é crucial.

O jogo de ida da Libertadores fez jus à alta expectativa que causou. Tanto Boca quanto River fizeram um grande jogo e o empate acaba refletindo o bom jogo e o equilíbrio das duas equipes. No dia 24 de novembro, no Monumental, os dois times voltam a campo para decidir quem fica com a taça histórica desta Libertadores.

FICHA TÉCNICA

Boca Juniors 2×2 River Plate

Local: La Bombonera, em Buenos Aires (ARG)
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Gols: Ramón Ábila aos 34’/1T (Boca), Lucas Pratto aos 35’/1T (River), Dario Benedetto aos 46’/1T (Boca), Carlos Izquierdoz (contra) aos 16’/2T (River)
Cartões amarelos: Leonardo Jara, Sebastián Villa, Ramón Ábila, Carlos Tevez      (Boca), Milton Casco, Santos Borré (River)
Cartões vermelhos:
nenhum

Boca Juniors

Augustín Rossi; Leonardo Jara (Julio Buffarini aos 36’/2T), Carlos Izquierdoz, Lisando Magallán e Lucas Olaza; Nahitan Nández, Wilmar Barrios e Pablo Pérez; Sebastián Villa (Carlos Tévez aos 28’/2T), Ramón Ábila e Cristian Pavón (Dario Benedetto aos 27’/1T). Técnico: Guillermo Schelotto

River Plate

Franco Armani; Gonzalo Montiel, Jonatan Maidana, Lucas Martínez Quarta (Ignacio Fernández aos 13’/2T), Javier Pinola e Milton Casco; Exequiel Palacios, Enzo Pérez (Bruno Zuculini aos 30/’/2T) e Gonzalo Martínez (Juan Quintero aos 32’/2T); Rafael Borré e Lucas Pratto. Técnico: Marcelo Gallardo (mas quem ficou no banco foi Matías Biscay, já que Gallardo estava suspenso)

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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