Libertadores

‘Vale a pena’: Artur Jorge se emociona com final pelo Botafogo e reflete sobre saída da Europa

Técnico do Botafogo, o português Artur Jorge aproveitou a vaga na final da Libertadores para falar sobre a trajetória no clube

A classificação do Botafogo para a sua primeira final de Copa Libertadores emocionou o técnico Artur Jorge. Depois da derrota por 3 a 1 para o Peñarol, nesta quarta-feira (30), no Centenário, que ainda garantiu o Glorioso na decisão contra o Atlético-MG, no dia 30 de novembro, no Monumental, o treinador português aproveitou para refletir sobre a sua saída de Portugal para trabalhar no Botafogo.

Artur Jorge trocou o Braga, de Portugal, pelo Botafogo em abril, ainda no começo da fase de grupos da Copa Libertadores. Visivelmente emocionado, ele relembrou do momento da sua decisão de vir ao Brasil com a sua comissão técnica.

— O meu sentimento é de poder entregar à apaixonada torcida do Botafogo o momento que estamos a viver. Esta vitória é para eles, para aqueles que sempre acreditaram, aqueles que já sofreram com o Botafogo e continuam fiéis. Saber que estamos dando mais alegria aos botafoguenses – afirmou Artur Jorge, antes de completar sobre a chegada ao Botafogo e a trajetória no clube.

— Quando saí de Portugal para abraçar este projeto fui acompanhado do Franclim, do João, do André e do Tiago. Depois de ganharmos um título em Braga, falamos que seria importante ter esse projeto pela frente, com um sentimento que tinha que valer a pena. E hoje eu digo que vale a pena por aquilo que nós apostamos nesse projeto. Por quem também apostou em nós, pelos jogadores que temos à disposição para poder sonhar em atingir esses patamares. Estou extremamente feliz e muito satisfeito – completou o técnico do Botafogo.

Artur Jorge voltou ao gramado para tirar foto com comissão técnica (Foto: Vitor Silva/Botafogo)
Artur Jorge voltou ao gramado para tirar foto com comissão técnica (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

A sinergia com a torcida do Botafogo ficou ainda mais claro depois da coletiva. Os botafoguenses, que ainda aguardavam para serem liberados para sair do Centenário, comemoravam e cantavam quando Artur Jorge apareceu no gramado para tirar uma foto com a sua comissão técnica.

Neste momento, a torcida do Botafogo começou a gritar o nome de Artur Jorge, enquanto o treinador passou a reverenciar os alvinegros presentes no Centenário.

 

Artur Jorge avalia derrota e valoriza vaga

Ao falar sobre a partida contra o Peñarol, nesta noite, no Centenário, o técnico Artur Jorge preferiu valorizar a classificação para a final da Libertadores. Para o treinador, este grupo de jogadores já está marcado no clube.

— Nós tínhamos um objetivo muito claro, que era conseguir superar esse adversário no conjunto de dois jogos que tínhamos para fazer com eles na semifinal. O objetivo principal foi completamente atingido, que era chegar à final, um marco histórico. É isso que deve ser destacado, o fato de este grupo de jogadores conseguir pela primeira vez colocar o Botafogo em uma final de Libertadores. É um grupo de atletas que vai ficar na história do clube, pela forma com que conseguiram fazer toda uma trajetória desde os playoffs (fases prévias da Libertadores) – disse Artur Jorge.

O técnico português, é claro, também valorizou a vantagem conquistada no Nilton Santos. Para ele, para analisar a partida desta noite, é preciso levar em consideração os 180 minutos do duelo com o Peñarol.

— Era um jogo que tínhamos que olhar para ele, gostem ou não, a vitória ficou 6 a 3. Vencemos claramente no primeiro jogo. Tivemos aqui movimentos de jogo que foram estranhos para nós. Estranho pela vantagem que tínhamos, estranho por alguns momentos que abdicamos de jogar, estranho em que, durante o segundo tempo, estávamos a dominar por completo com um a mais e tivemos um pênalti e não deixaram a gente concluir o lance. Sei que nós vamos olhar para o resultado, mas temos que fazer uma análise cuidada sobre aquilo que é o jogo. Um jogo onde nos fizemos momentos mais defensivos inconscientemente, e só quem está lá dentro sabe. Quem só comenta e vê é impossível sentir aquilo que os jogadores sentem.

— A forma como hoje acabaram por se retrair mais daquilo que é o seu jogo jogado. Aquilo que não é a cara desse Botafogo. Defendemos mais tempo, defendemos mais vezes, defendemos mais baixo… Mas é muito difícil entrar na cabeça dos jogadores porque é uma final, é um momento histórico, é chegar num patamar muito alto, é estar no topo daquilo que são as competições sul-americanas. Dois jogos, 6 a 3, fomos melhores, estamos felizes. Perdemos aqui, mas estamos na final. Extraordinário para nós, eu digo que os jogadores foram excepcionais e colocaram o Botafogo em um patamar mais alto ainda – completou o técnico do Botafogo.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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