A tarefa no Equador se mostrou difícil demais para o Corinthians, eliminado na fase de grupos da Libertadores
Pela rotatividade de técnicos nos últimos dois meses, o Corinthians se deu poucas chances de classificação e no fim não conseguiu mesmo

O Corinthians havia conseguido boas vitórias contra Fluminense e Atlético Mineiro. A torcida torcia para ser o esboço de uma recuperação, mas a derrota para o América Mineiro não manteve a empolgação. Os últimos dois meses foram difíceis. O adversário era bem complicado, o Independiente del Valle em Quito, mas, para um jogo de vida ou morte, foi fraquíssima a atuação do time de Vanderlei Luxemburgo, que perdeu por 3 a a 0, está eliminado da Libertadores e ainda precisa de um resultado na última rodada para continuar na Copa Sul-Americana.
A partida fecha uma campanha muito ruim do Corinthians. A única vitória foi na estreia, contra o Liverpool. Desde então, perdeu de Argentinos Juniors e Del Valle em Itaquera e conseguiu apenas um empate na Argentina. Após os uruguaios venceram os equatorianos na última rodada, tinha controle do próprio destino, mas isso importa menos se não há futebol para buscar os resultados necessários.
Pelo menos neste estágio do trabalho de Vanderlei Luxemburgo, apesar de alguns bons resultados recentes, não havia. A partida no Equador não deixou muitas dúvidas: mesmo com a importância do momento, o Corinthians foi dominado e nunca pareceu capaz de competir com o Del Valle. Ao longo das cinco rodadas, aliás, mostrou realmente ser um time abaixo dos dois líderes neste momento.
O Liverpool levou um gol no fim Argentinos Juniors e perdeu por 2 a 1, o que deixa a situação do Timão um pouco melhor. Pelo saldo de gols, não precisa mais vencer na última rodada, mas ainda seria bom fazê-lo pelo menos para deixar a Libertadores com uma imagem um pouco melhor. O Argentinos Juniors, com 11 pontos, e o Del Valle, com nove, estão classificados e disputarão a primeira posição no Equador.
Luxemburgo entrou novamente com três zagueiros e… bom, não rolou. A defesa do Corinthians foi um queijo suíço, muito bem explorada por um dos times mais estáveis e coesos da América do Sul. Logo aos 15 minutos, Junior Sornoza teve liberdade na intermediária e deu um passe preciso para Michael Hoyos infiltrar a área pela direita, antes de bater cruzado com força para abrir o placar.
Murillo conseguiu um desvio de cabeça relativamente perigoso em cobrança de falta de Renato Augusto, mas o Del Valle ampliou sem demora. Renato Augusto reclamou de falta no meio-campo, mas o jogo seguiu. Hoyos recebeu o lançamento pelo lado direito do ataque, dominou, levou para o meio e soltou um forte chute de perna esquerda, sem ser muito incomodado em nenhum desses movimentos.
A noite não era mesmo corintiana, e Cássio evitou um desastre ainda maior ao provar que os reflexos estão em dia, quando Matheus Bidu quase marcou contra, após cruzamento de Sornoza pela esquerda. O goleiro corintiano também defendeu uma batida de média distância de Sornoza, no começo da etapa final. O único momento em que parecia possível uma recuperação foi com o potencial gol aos 16 minutos que acabou anulado por impedimento de Gil durante a jogada. Róger Guedes, pouco depois, teve uma boa chance, mas o goleiro Kleber Pinargote fez boa defesa.
E aí, o Del Valle matou o jogo. Matías Fernández abriu na direita com Lautaro Díaz, que cruzou rasteiro para Sornoza chegar batendo de primeira. Cássio ainda teve que fazer uma grande defesa nos minutos finais para evitar o gol de Lautaro Díaz que transformaria a derrota em goleada.
O Corinthians não se deu uma grande chance de avançar à Libertadores. Entre a decisão de encerrar o trabalho de Fernando Lázaro, a catastrófica contratação de Cuca e a chegada de Vanderlei Luxemburgo, foi instabilidade demais para uma campanha de tiro curto. A eliminação foi apenas confirmada em Quito, onde a sobrevivência dependia de um resultado difícil, mas ela foi construída ao longo de todo esse processo.