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Colômbia une virtudes de seus melhores e piores momentos

Há 15 anos, a seleção colombiana vivia os últimos dias da melhor geração de sua história. Carlos Valderrama e Freddy Rincón eram os líderes do elenco que caiu na primeira fase da Copa de 1998, depois de terem vivido a surpresa de 1990 e a decepção de 1994. Desde então, os Cafeteros nunca mais voltaram ao Mundial, mesmo tendo conquistado neste intervalo o título mais importante de sua história, a Copa América de 2001. Uma escrita transformada nesta sexta, com a classificação à Copa de 2014.

A vaga no Mundial do Brasil já era praticamente certa aos colombianos. Afinal, a seleção conta com seu melhor elenco justamente desde aquela geração de ouro. Assim como há duas décadas, o talento sobra do meio-campo para frente, com Radamel Falcao García, James Rodríguez e Freddy Guarín como maiores estrelas. E os maiores méritos de José Pekerman à frente dos Cafeteros é justamente aproveitar esse poderio ofensivo sem desestabilizar o time na defesa.

O ponto de virada para a Colômbia veio com a contratação do técnico argentino, no início de 2012. A equipe havia tropeçado em dois de seus primeiros três compromissos nas Eliminatórias e não convencia sob o comando de Leonel Álvarez. Pekerman soube encaixar o time e fazê-lo render tão bem tanto em casa quanto fora, com cinco vitórias em seus primeiros seis jogos no qualificatório. Colocou os Cafeteros na zona de classificação para nunca mais sair de lá.

Por conta dos destaques, é natural que o ataque colombiano chame mais atenção. Falcao García é o vice-artilheiro das Eliminatórias, com nove gols, e o setor é o terceiro mais positivo da competição. Porém, o ponto forte da campanha de qualificação esteve na defesa. Em um setor que se destaca mais pela experiência do que pelo talento, com Mario Yepes e Luis Perea, os Cafeteros sofreram apenas 12 gols em 15 jogos – com oito partidas sem sofrer um tento sequer.

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E talvez seja essa o diferencial de Pekerman: unir as virtudes de dois momentos completamente distintos da história do futebol colombiano. A produtividade do ataque lembra o que aconteceu nas Copas de 1990, 1994 e 1998. Os grandes resultados eram conquistados justamente pela qualidade do homem de frente, como os 5 a 1 sobre a Argentina em Buenos Aires eternizaram. Em compensação, as eliminações mais doloridas vinham a partir de erros clamorosos da defesa – como a lambança de René Higuita e o gol contra de Andrés Escobar.

Já nas Eliminatórias de 2002, 2006 e 2010, por mais que a Colômbia não tenha conquistado a classificação para a Copa, era um time duríssimo de ser vazado. Nas três ocasiões, os Cafeteros mantiveram uma das três melhores defesas do qualificatório, com média de gols igual ou inferior a um tento por jogo. Se a vaga no Mundial não veio nesses 12 anos, foi mais improdutividade do ataque.

O último capítulo dessa história foi escrito com uma festa enorme em Barranquilla. Em uma noite atípica, sua defesa sucumbiu à intensidade do Chile no primeiro tempo e viu os visitantes abrirem 3 a 0. Porém, a equipe de José Pekerman manteve a calma e, intensificando a pressão na etapa final, arrancou o heroico empate por 3 a 3, com dois gols de Falcao García e outro de Teo Gutiérrez.

Na rodada final das Eliminatórias, a Colômbia cumpre tabela contra o Paraguai em Assunção. O que não significa que os Cafeteros não se empenharão pela vitória: quinta colocada no Ranking da Fifa, a equipe será uma das cabeças de chave da Copa se mantiver a posição. Prêmio mais que merecido para uma equipe que teve um salto de qualidade no último ciclo e que, equilibrada como poucas vezes em sua história, tem boas chances de fazer bonito no Mundial.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.

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