América do Sul

Chile x Brasil: porque chilenos chamam a Seleção Brasileira de ‘Scratch’?

Apelido tem relação com a capacidade do jogador brasileiro em driblar adversários e faz alusão aos tempos de ouro do futebol nacional

Nesta quinta-feira, o Brasil visita o Chile, no Estádio Nacional de Santiago, em jogo válido pela nona rodada das Eliminatórias para a Copa de 2026.

A Seleção Brasileira é a mais famosa do mundo e, por isso, ganhou vários apelidos ao longo das décadas. Canarinho e Amarelinha são nomes bem comuns usados por torcedores quando falam do Brasil.

No entanto, em terras chilenas, a seleção brasileira tem outro nome: ‘El Scratch'. Segundo publicado pela ESPN nesta quinta-feira, o singelo apelido faz referência a um período muito especial do futebol tupiniquim.

Scratch de Ouro do Brasil encantou o mundo do futebol após o bi-campeonato mundial em 1962
Scratch de Ouro encantou o mundo do futebol após o bi-campeonato mundial em 1962. Foto: Icon Sport

O que significa a palavra ‘scratch'?

Em 1958, o Brasil conquistou seu primeiro título mundial com um futebol eficiente, ofensivo, direto, que encantou o planeta. O time brasileiro ganhou o nome de “Scratch de Ouro”.

Na gíria do hip-hop, scratch — arranhar ou riscar, em tradução livre do inglês — é nome do movimento que o DJ faz para ir e voltar um disco, a fim de remixar um áudio.

Na Suécia, o Brasil driblou, bailou em campo, indo e voltando com a bola nos pés para superar seus adversários, o que popularizou o apelido.

A palavra ganhou até uma versão abrasileirada: “escrete”. Ela foi inclusive utilizada na letra de “Frevo do Bi”, de Braz Marques e Diógenes Bezerra, que inspirou o bicampeonato no Chile.

Vocês vão ver como é
Didi, Garrincha, Pelé
Dando seu baile de bola

Quando eles pegam no couro
O nosso escrete de ouro
Mostra o que é nossa escola

Bi mundial reafirmou apelido para o Brasil

Já em 1962, na Copa do Mundo do Chile, os dribles desconcertantes de Garrincha e Amarildo serviram para fixar o nome El Scratch como referência ao Brasil.

Mesmo sem Pelé machucado ainda na fase de grupos, a seleção brasileira fez uma campanha sólida, passando por adversários difíceis como Espanha e Inglaterra.

Na semifinal, o Brasil passou pelos donos da casa por 4 a 2, com grande exibição do craque do Botafogo, autor de dois gols naquele jogo.

Conhecido pelo futebol alegre, criativo, e cheio de dribles e lances de efeito, o Brasil surfou na onda das músicas remixadas das discotecas para fazer seus adversários dançarem em campo.

Apesar do momento ruim vivido pelo Brasil, o respeito conquistado em décadas passadas se mantém vivo, seja nas ruas, ou mesmo na imprensa chilena.

Brasil defende longa invencibilidade diante do Chile
Brasil defende longa invencibilidade diante do Chile. Foto: Imago

Brasil defende longa invencibilidade diante do Chile

Em toda a história, Brasil e Chile se enfrentaram em 75 oportunidades. A Canarinho tem amplo domínio no confronto com 53 vitórias contra oito dos chilenos, além de 14 empates.

Nos últimos nove anos, as seleções se enfrentaram em quatro oportunidades, e o Brasil levou a melhor em todos os confrontos.

A última derrota da seleção brasileira diante do Chile aconteceu em 2015. Na ocasião, as equipes se enfrentaram pela primeira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Na ocasião, a La Roja levou a melhor, vencendo pelo placar de 2 a 0, no mesmo palco do jogo desta quinta-feira, gols marcados por Eduardo Vargas, e Alexis Sánchez.

O Brasil é o quinto colocado na tabela das Eliminatórias para a Copa de 2026 com dez pontos ganhos. Já o Chile é o penúltimo na tabela com apenas cinco pontos e uma vitória no torneio.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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