Barcos, o Pirata, chegou ao Alianza Lima mudando rumos como dono do time
Barcos ficou conhecido como Pirata em suas passagens por Palmeiras e Grêmio no Brasil; hoje, é o craque do Alianza Lima

Antes mesmo de chegar ao Alejandro Villanueva, já dá para saber. O distrito de La Victoria é um reduto do Alianza Lima. Às cercanias do estádio, popularmente chamado de Matute, o bairro ganha o branco e o azul aliancistas. Os grandes jogadores e títulos do clube colorem as casas populares da região. E ali, entre os ídolos, está a figura de Hernán Barcos, em sua inconfundível comemoração em que imita um Pirata.
Aos 39 anos, o argentino já não ostenta mais o cabelo comprido preso em um rabo de cavalo, sua antiga marca registrada. Mas os gols, estes sim, persistem em sair. Eles saem aos montes. O transformam no maior artilheiro estrangeiro da história do Alianza Lima. Não é exagero dizer que Barcos chegou para mudar a história do clube. Aliás, quem diz isso é um funcionário do Alianza Lima que trabalhava no estádio durante o treino da Seleção, neste domingo (10).
– Hernán Barcos é muito ídolo do torcedor. Ele chegou quando o time não estava muito bem, botou o time nas costas e mudou os rumos da temporada – afirma o funcionário, na entrada do estádio.
Barcos muda os rumos do Alianza
Barcos foi contratado pelo Alianza em 2021, e só o que os aliancistas fazem desde então é comemorar títulos. O clube é o atual bicampeão peruano e acaba de vencer também o Apertura de 2023. O time já está garantido na disputa do tricampeonato, portanto.
O argentino não é apenas bicampeão. Ele é bicampeão e protagonista. Em 2021, despejou 11 gols e oito assistências em 29 jogos. No ano seguinte, foram 18 gols e sete assistências em 41 partidas. Veio 2022, e os números seguem expressivos: 11 gols e cinco assistências em 31 aparições.
Sempre se trabalha com entusiasmo para fazer história. Não só passar pelo clube. E eu cheguei com essa ideia no Peru. É tratar de mudar alguma coisa, melhorar outra. Nesses quase três anos, deu certo. Espero que continue. (Hernán Barcos)
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Barcos faz tudo (mesmo)
Depois de tudo isso, teria algo a mais para um centroavante fazer? Na verdade, sim. Barcos foi até goleiro pelo Alianza na temporada passada. Aconteceu em 22 de outubro, numa partida contra o Ayacucho.
O capitão primeiro fez o gol da vitória, de cabeça, aos 14 do primeiro tempo. Depois, fez questão de garanti-la. O goleiro Campos foi expulso por retardar a saída de bola já no final da partida. O centroavante resolveu agir: vestiu a número 1 e para defender a meta nos últimos minutos.
E Barcos foi novamente protagonista. Primeiro de um momento inusitado, ao se jogar no chão para evitar a saída de bola pela linha de fundo. Depois, no último lance da partida, quando subiu para agarrar a gola e garantir a vitória.
História por Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro
Barcos pode se orgulhar de ter feito história nos três times que passou no Brasil. O primeiro deles foi o Palmeiras. O centroavante foi campeão da Copa do Brasil pelo clube paulista, em 2012. Mas naquele mesmo ano, amargou um rebaixamento. No ano seguinte, ele se transferiu para o Grêmio, clube que defendeu até janeiro de 2015, quando se transferiu para o futebol chinês.
No Tricolor gaúcho, Barcos não foi campeão. Mas ele eternizou seu nome na história do clube com 45 gols marcados em 112 jogos. Até hoje, é o maior artilheiro estrangeiro da história do clube. O argentino ainda voltou ao país para atuar pelo Cruzeiro em 2018. E foi campeão da Copa do Brasil novamente.
Barcos falou com muito carinho sobre o Grêmio e revelou que mandou mensagem para Suárez.
“Sempre (acompanho). Até mandei uma mensagem para o Suárez. Que cuide bem da 9. É muito lindo que jogadores como Suárez estejam no Grêmio. Fala muito da grandeza do Grêmio” pic.twitter.com/oKOCSEOInZ
— Eduardo Deconto (@eduardodeconto) September 10, 2023
Visita à Seleção
Barcos esteve no estádio em que virou ídolo na condição de fã neste domingo (10). Ele levou o filho para ver o treino da Seleção no Alejandro Villanueva. Por lá, ele conversou com muitos jogadores que foram seus rivais no Brasil – Neymar inclusive. Ganhou de presente a camisa 9 do Brasil e entregou a sua camisa 9, do Alianza Lima, ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. O argentino, inclusive, assistiu a toda a atividade, fechada durante boa parte para a imprensa.