América do Sul

Presidente do Lanús relembra pancadaria contra o Atlético-MG que terminou com Leão no hospital

Equipe argentina protagonizou pancadaria contra o Atlético em 1997, na final da Copa Conmebol

Atlético-MG e Lanús foram protagonistas das competições continentais em 2024. Em 1997, ambos se enfrentaram por uma taça e o Galo encaminhou sua segunda conquista internacional. Além da disputa pela glória, os clubes também protagonizaram uma das maiores cenas de pancadaria do futebol sul-americano.

O atual presidente do Lanús, na época um jovem torcedor, relembrou o caso com exclusividade para a Trivela.

Foi em 6 de novembro de 1997, quando Atlético e Lanús decidiram a extinta Copa Conmebol. Ambos já tinham sido campeões da competição uma vez e estavam na briga pelo bicampeonato.

A ida foi na Argentina, justamente no dia 6 de novembro, há 27 anos. Em campo, um passeio do Atlético, com uma goleada de 4 a 1, de virada, que encaminhou a segunda taça atleticana e irritou muito os argentinos.

No apito final, os jogadores e a comissão técnico do Atlético foram encurralados em um alambrado por jogadores e torcedores do Lanús. Os argentinos eram maioria, claro, e os atleticanos foram espancados.

O meia Roberto foi cercado no alambrado e, enquanto trocava socos com um jogador do Lanús, recebia chutes de um torcedor na arquibancada. Doriva, hoje treinador, levou um soco em cheio no rosto. Mas quem se deu pior foi o técnico Emerson Leão, que acabou no hospital com uma fratura na face.

Leão colocou 14 parafusos de titânio no rosto por conta da pancada que recebeu em Lanús (Reprodução/TV Globo)

Na volta, o Lanús não pôde contar com seis jogadores, suspensos pela confusão, e viajou para Belo Horizonte com um time bem modificado (e com muito medo de represália). No fim, o empate por 1 a 1 terminou com o Galo levantando a taça e sem nenhum incidente.

Presidente do Lanús relembra pancadaria

Hoje presidente do Lanús, Luís Chebel era um adolescente em 1997 e estava nas arquibancadas de La Fortaleza acompanhando o duelo como um torcedor. Seu pai, Emilio Chebel, era o então presidente do clube argentino.

Para a Trivela, Luís relembrou o dia da confusão, e demonstrou sua lamentação pelo caso, que não reflete em nada o que para ele é o Lanús.

— Lembro desse dia da briga, que terminou com o Leão com a mandíbula quebrada. Tinha 17 anos e terminamos na polícia aqui perto. Todos nos demos mal. Lanús não é isso, é tranquilidade, é família, e esse dia estavam todos nervosos. Mineiro fez uma grande partida e para nós foi difícil, por ser a primeira final que perdemos — disse Chebel à Trivela.

A Trivela esteve na Argentina no fim de outubro para o duelo do Lanús contra o Cruzeiro, pela Sul-Americana, que terminou com classificação mineira, mas sem qualquer episódio adverso desta vez.

Em conversas com torcedores no arredor do estádio, muitos, principalmente os mais velhos, citaram a partida contra o Galo, mas sempre demonstrando muito respeito.

Reencontro entre Lanús e Atlético em 2014

Em 2014, Atlético e Lanús voltaram a se encontrar em uma decisão continental. Campeões da Libertadores e da Sul-Americana em 2013, respectivamente, os clubes duelam pela taça da Recopa.

O Galo venceu a ida, em Lanús, por 1 a 0, novamente sem problemas extracampo. Na volta, no Mineirão, um jogo maluco, que terminou 4 a 3 para o Galo, na prorrogação, após dois gols contra do time argentino — um deles de Gustavo Gómez, hoje no Palmeiras.

Mostrando que não há mágoa de nenhum dos lados, no meio da sala da presidência do Lanús, está a placa de boas-vindas que o Atlético entregou ao Granate na Recopa de 2014.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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