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Sorrateiro, o San Lorenzo sobrevive nos pênaltis e avança às quartas da Libertadores

Dentre os argentinos presentes nesta Copa Libertadores, o San Lorenzo não chama tanta atenção. O início ruim de campanha marcou o Ciclón, antes da reviravolta que permitiu sua classificação épica contra o Flamengo. Já nas oitavas de final, uma dose de apuros contra o Emelec. Depois da vitória difícil dentro do George Capwell, onde os equatorianos não costumam perder pontos, os azulgranas acabaram derrotados por 1 a 0 dentro do Nuevo Gasómetro e se garantiram apenas na disputa por pênaltis. Avançam mais na sorte do que no juízo, mas conscientes que têm força para a série de duelos nacionais que tendem a enfrentar na sequência dos mata-matas.

Assim como Lanús e River Plate na terça-feira, o San Lorenzo parece ter sentido a falta de sequência, por estar em pré-temporada. Os cuervos entraram em baixa rotação no reencontro com o Emelec e pouco produziram em campo, longe da organização ideal. E, logo no início do segundo tempo, a cabeçada forte de Osbaldo Lastra já devolvia ao Emelec o placar ocorrido em Guayaquil. Nem mesmo a vantagem numérica por mais de meia hora, após a expulsão de Oscar Bagüí, ajudou o Ciclón. Era preciso suportar o drama dos pênaltis, em série definida apenas nas alternadas, com o goleiro Nicolás Navarro honrando a herança de Sebastián Torrico e classificando os argentinos com o triunfo por 5 a 4 na marca da cal.

Olhando no papel, o San Lorenzo tem um time inferior a River Plate e Lanús. Não possui as estrelas dos Millonarios e nem a consistência do Granate. Mesmo assim, conta com jogadores experientes e sabe que a Libertadores se decide dentro de campo. Até pela guinada que deu durante a fase de grupos, o time de Diego Aguirre provou que pode derrubar rivais mais renomados. E não estar entre os favoritos não se mostrou um grande problema no título dos azulgranas, em 2014 – quando, de qualquer maneira, tinham um elenco mais forte.

O Lanús será o desafio da próxima fase. No último encontro pelo Campeonato Argentino, em dezembro, prevaleceu o empate por 2 a 2. Ao menos pelo ritmo da temporada, os dois times estarão em pé de igualdade. Resta saber se o San Lorenzo estará propenso a fazer sua camisa pesar na competição continental. Sem precisar ser brilhante, já eliminou um adversário que costuma dar trabalho. O sonho de retornar à decisão, com o River Plate podendo pintar como adversário nas semifinais, começa a se viver no quintal de casa.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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