Bundesliga

Por que houve tantos protestos na Bundesliga no fim de semana? Te explicamos

Bundesliga vive um clima de tensão com protestos contra novo modelo de investimento "private equity" no futebol alemão

A assembleia da Liga Alemã de Futebol (DFL), aprovou a possibilidade de venda de 8% dos seus direitos comerciais para um investidor externo nos moldes de “private equity”. Desde então, a Bundesliga vive um clima de tensão com protestos contra esse tipo de investimento. As manifestações das arquibancadas, no último fim de semana, foram de lançamento de moedas de chocolate por torcedores do Dortmund e do Eintracht até bolas de tênis no confronto entre Hertha e do Union Berlin.

– Eles concederam aos co-CEOs da DFL, Steffen Merkel e Marc Lenz, um mandato para negociar com um parceiro estratégico de marketing um acordo de até 1 bilhão de euros (R$ 5,3 bilhões) para investir em digitalização, internacionalização e marketing global, em troca de uma parte de 8% das receitas provenientes dos direitos televisivos, durante um período de 20 anos – afirmou o jornal alemão ‘DW'.

Em sua apuração, o veículo europeu também indicou que os fundos interessados na empreitada são: Blackstone Group, Advent International, EQT Partners e CVC CVC Capital Partners – que já presentes na La Liga como fundos de investimento.

Uma proposta muito parecida com a que recebeu sinal verde havia sido rejeitada em maio de 2023, com uma porcentagem muito acirrada de votos prós e contras. Segundo o estatuto da DFL, 24 dos 36 clubes da primeira e segunda divisão precisam votar a favor para autorizar as negociações. Desta vez, o “sim” venceu e o caminho está aberto.

Torcedores alemães protestam contra novo modelo de negócio

Os torcedores de clubes da primeira e segunda divisões da Bundesliga se organizaram através da plataforma ‘Fan Scenes' para coordenar as ações de protestos nas partidas. No último sábado (10), o público lançou objetos no gramado, atrasando em oito minutos o início da partida entre Bayer Leverkusen e Bayern de Munique. 

Os torcedores protestam contra uma maior comercialização do futebol e a possível influência de investidores, muitos deles estrangeiros, no mercado local. O principal medo é que de os novos investidores poderiam acabar com a regra 50+1, que torna os clubes alemães propriedade dos seus sócios, e permite uma maior equidade entre essas equipes. 

No entanto, a resposta da DFL foi contundente sobre essa possibilidade: “Não venderemos nossas ações, não há perda de controle ou desvio da regra 50+1 e, portanto, não há motivo para protestos”.

Em outras palavras, o novo parceiro de marketing não terá influência nos campeonatos, nos horários das partidas, no preço dos ingressos ou em qualquer outro ponto que possa interferir na estrutura competitiva do futebol alemão.

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O que é o investimento “private equity”?

O private equity é uma modalidade de investimento que envolve a compra de participações em empresas que não estão listadas na Bolsa de Valores. Em outras palavras, é um investimento em empresas que não são negociadas publicamente e que não estão disponíveis para investimento no mercado de ações. Porém, o objetivo dos investidores é o mesmo do mercado convencional: gerar retornos significativos.

Esse modelo de negócio tem ganhado cada vez mais força dentro do futebol, após grande sucesso em outros esportes, principalmente nos Estados Unidos.

Um exemplo local desse tipo de negócio é o Vasco da Gama, que teve sua SAF comprada pela “777 Partners”, um fundo privado que possui participação em outros sete clubes, sendo que cinco deles estão na Europa.

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