Para evitar novos surtos de COVID-19 e adiamentos, Bundesliga determina quarentena para a reta final

A Bundesliga enfrenta surtos de COVID-19 tanto na primeira quanto na segunda divisão. A Alemanha atravessa sua terceira onda da pandemia e alguns clubes acabaram afetados com múltiplos casos da doença, resultando no adiamento de partidas. A questão interfere principalmente na briga contra o rebaixamento na elite, com três compromissos do Hertha Berlim suspensos, e o acesso da segundona, com a paralisação das atividades de Holstein Kiel e Karlsruher. Desta maneira, para tentar evitar novos riscos, a DFL (responsável por organizar a liga alemã) determinou quarentenas entre os elencos na reta final dos campeonatos.
A “quarentena em duas etapas” valerá para as três últimas rodadas, tanto na primeira quanto na segunda divisão. A intenção da liga é mitigar os efeitos da terceira onda, seguindo as recomendações da força-tarefa chefiada pelo médico Tim Meyer, responsável pelos protocolos desde a retomada da temporada passada. A Bundesliga tenta evitar adiamentos que possam afetar o calendário, às vésperas da Eurocopa.
A primeira dessas etapas de quarentena começa em 3 de maio. A partir desta data, as pessoas envolvidas nos jogos (jogadores, comissões técnicas e funcionários) devem permanecer exclusivamente no ambiente doméstico ou nas instalações dos clubes. Com isso, a força-tarefa pretende minimizar ainda mais os riscos de infecção, como aconteceu na reta final da temporada passada. Atualmente, não há essa restrição. Funcionários podem sair de casa, cumprindo as regras locais de distanciamento e proteção.
Já a partir de 12 de maio, todos os 36 clubes das duas primeiras divisões entrarão em quarentena nos centros de treinamentos, cumprindo a segunda etapa apontada pela DFL. Todos os elencos e funcionários permanecerão isolados até a rodada final das duas primeiras divisões, nos dias 22 e 23 de maio. Os times que disputarem os playoffs de acesso / descenso podem passar dias a mais dentro desse protocolo.
“O objetivo dessa quarentena é fornecer garantias adicionais para a realização dos jogos, tendo em conta a pressão de tempo causada pela Eurocopa, que acontecerá depois da temporada. É responsabilidade dos clubes garantir que jogadores, treinadores e funcionários não tenham contato com outras pessoas durante o período. Todos os requisitos do conceito médico e de higiene permanecem inalterados. Se indivíduos tiverem que deixar temporariamente o centro de treinamentos em casos excepcionais, eles só podem retornar ao grupo de pessoas com novas medidas de proteção, apresentando exames negativos”, explicou a DFL.
Desde a última semana, o Hertha atravessa uma quarentena de duas semanas, por conta dos casos de COVID-19 no clube. Diante da determinação, três jogos dos berlinenses foram adiados. Em consequência, a equipe entrou na zona de rebaixamento, atualmente na penúltima colocação. Os jogos ficarão encavalados na reta final da temporada, com cinco compromissos num intervalo de apenas 13 dias. Já na segunda divisão, o caso mais delicado é o do Holstein Kiel. Os nortistas passam por um processo similar de isolamento. Candidato ao acesso, o time tem quatro partidas a menos que alguns concorrentes. Além disso, seu calendário é mais apertado, depois da classificação às semifinais da Copa da Alemanha.
Conforme o protocolo da DFL, com até três casos positivos de COVID-19, os clubes podem continuar jogando e treinando – mas isolados no próprio CT. O Hertha, contudo, teve um quarto exame positivo entre jogadores e comissão técnica, o que levou à paralisação – aplicada em outros setores da sociedade. “É o passo certo olhando para a saúde. Obviamente nos afeta no plano esportivo, porque teremos seis jogos acumulados até 22 de maio. Mas é o necessário para conter a doença. O time continuará treinando em sessões virtuais. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance”, explicou o ex-jogador Arne Friedrich, atual diretor esportivo do Hertha.
A Alemanha registrou 23,7 mil casos de COVID-19 nas últimas 24 horas, com 243 óbitos. O país totaliza 2,8 milhões de pessoas infectadas, com 81,9 mil mortes. Os números atuais do coronavírus na Alemanha se aproximam da alta registrada em dezembro, quando as médias atingiram seus recordes, durante a segunda onda. Na época, porém, a primeira divisão da Bundesliga não foi afetada com adiamentos.