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Os lançamentos de Kimmich foram a chave do Bayern para destravar o Hertha e retomar a liderança

O Bayern demorou a conseguir passar pelo goleiro Christensen, mas construiu a vitória sobre o lanterna Hertha com dois gols no segundo tempo

O Bayern de Munique entrou em campo na Allianz Arena sabendo que a liderança poderia voltar às suas mãos. E nem era um desafio tão grande assim aos bávaros, diante de um Hertha Berlim que se afunda na lanterna da Bundesliga. O time de Thomas Tuchel, de qualquer forma, não anda em fase tão confiável. Mesmo com um domínio supremo, os gols demoraram a vir, muito por conta da atuação inspirada do goleiro Oliver Christensen. No fim das contas, a chave para o Bayern foram os lançamentos de Joshua Kimmich, responsáveis por ambos os tentos. E os 2 a 0 no placar, com gols de Serge Gnabry e Kingsley Coman, recolocam o FCB um ponto à frente do Borussia Dortmund na dianteira da tabela.

O domínio esperado do Bayern se confirmou nos primeiros minutos, mas não com a agressividade necessária. O Hertha tomou um pouco mais de sufoco nos primeiros movimentos, mas encaixou sua marcação e retardou uma pressão mais concreta dos bávaros. A ineficiência travava a equipe da casa. As poucas finalizações terminavam nas pernas dos berlinenses ou para fora, sem tanto perigo. Foi só no fim da primeira etapa que os alvirrubros finalmente conseguiram ser mais efetivos.

Faltou combinar com Oliver Christensen. O goleiro Hertha começou a se tornar personagem pouco antes do intervalo. Primeiro fez grande defesa contra Kingsley Coman, já aos 38. Logo depois, Benjamin Pavard mandou um chute de longe que passou zunindo. O Bayern aproveitava seu melhor momento na partida para intensificar as ações. Esbarrou no arqueiro adversário, que voltaria a se agigantar para salvar uma batida de Serge Gnabry. Quando Coman tentou acionar Mané, o astro também desperdiçou. A primeira etapa terminou com 79% de posse do Bayern e 14 finalizações, mas só quatro na meta e um goleiro inspirado do outro lado.

O Bayern voltou para o segundo tempo com mais força ofensiva, ao trocar Leon Goretzka por Leroy Sané. As chances voltavam a se suceder. Mané teve um desvio para fora, antes de Matthijs de Ligt também cabecear sem direção. A pressão dos bávaros se tornava sufocante e o Hertha apenas sobrevivia, sem escape. O festival de tentativas se sucedia, em especial no jogo aéreo. Mais uma bola de De Ligt não encontraria o caminho das redes nessa sequência. Contudo, parecia cada vez mais claro que o Hertha cederia em breve a essa blitz.

O gol do Bayern que aliviou tudo aconteceu aos 24 minutos. Joshua Kimmich deu um lançamento frontal excelente e Gnabry se infiltrou na área, para mergulhar de peixinho e anotar de cabeça. Christensen ainda tentava evitar uma diferença maior e reapareceu para outra grande defesa, com a ponta dos dedos, diante de Coman. Mas o francês também não esperou muito para balançar as redes, aos 34, em mais uma bola espetada por cima. Kimmich deu mais um lançamento fabuloso, para Coman dominar e bater por baixo do goleiro. Lucas Tousart até forçaria a única defesa de Yann Sommer do outro lado, sem dificuldades para o suíço no encaixe. O destaque era mesmo Christensen, que terminou o duelo com sete intervenções, incluindo outra estupenda num tiro de Sané durante o apagar das luzes.

O Bayern de Munique alcança os 62 pontos na Bundesliga, com mais quatro rodadas pela frente. Agradece o tropeço do Borussia Dortmund contra o Bochum para retomar a liderança e ficar um ponto à frente dos aurinegros. Novamente, o time de Thomas Tuchel volta a depender de si, mas precisa ser mais confiável. O Hertha, por sua vez, praticamente se despede da primeira divisão. Com 22 pontos, o time fica a seis pontos de deixar o Z-2, com mais 12 pontos em disputa. O trabalho já precisa pensar a reformulação para a segundona.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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