Bundesliga

O Bayern acionou sua versão impiedosa e, contra um Schalke entregue, atropelou com facilidade assustadora

Há poucas semanas, Schalke 04 e Bayern de Munique ocuparam as manchetes no mercado de transferências. Os Azuis Reais deram bobeira e não renovaram o contrato de Alexander Nübel, goleiro promissor que assinou com os bávaros para a próxima temporada. Suspenso, o garoto não entrou em campo na Allianz Arena contra o futuro clube. Todavia, viu o seu substituto sucumbir na goleada imposta pelo Bayern. Até pareceu fácil o chocolate por 5 a 0, com duas falhas de Markus Schubert, arqueiro de 21 anos. Mas seria injusto colocar a culpa apenas no jovem, diante de uma péssima jornada do Schalke, apático por 90 minutos na Baviera.

O placar esmagador do final até fez esquecer, mas o Schalke começou tentando algo no ataque e Suat Serdar teve a primeira chance, em defesa segura de Manuel Neuer. Esta, porém, seria uma nota de rodapé ao desenvolvimento da partida. O Bayern de Munique logo tomaria as rédeas na Allianz Arena. O primeiro gol, aos seis minutos, foi uma cortesia de Schubert. O goleiro não conseguiu segurar o cruzamento de Thomas Müller e facilitou para Ivan Perisic. O croata ajeitou e Robert Lewandowski ampliou suas contas na Bundesliga, agora com 21 tentos.

O Schalke esteve a ponto de empatar, num contra-ataque no qual Rabbi Matondo foi deveras fominha. Com três companheiros abertos, seu chute travado ainda bateu no travessão. Todavia, os Azuis Reais foram passivos durante o restante do tempo. A equipe não exercia grande pressão na marcação, diante da posse de bola relativamente confortável do Bayern. E os bávaros nem precisavam de tanta agressividade para ameaçar. Thomas Müller teve um gol anulado por impedimento e Schubert faria uma boa defesa em cabeçada de Leon Goretzka. Quando os visitantes tentaram acordar, a mão dos bávaros pesou outra vez antes do intervalo.

Lewandowski anotou o segundo gol anulado da noite, em impedimento de Benjamin Pavard na construção da jogada. E depois que Amine Harit desperdiçou um raro ataque azul, o segundo gol do Bayern aconteceu (de fato) nos acréscimos. Goretzka ajeitou o cruzamento de Perisic e Thomas Müller emendou para dentro. O Bayern chegou aos 78% de posse de bola em parte do primeiro tempo. A sonolência do Schalke espantava.

Na volta do intervalo, o Bayern pisou mais no acelerador. Schubert barrou David Alaba, mas não conseguiu impedir o belo tento de Goretzka. Após tentar a primeira vez de cabeça, o meio-campista virou uma acrobacia para fazer valer a Lei do Ex. Já aos 13 minutos, o quarto gol se concretizou aos bávaros. A partir de uma roubada no meio, Lewandowski arrancou e só rolou para Thiago Alcântara concluir rasteiro. Impiedosa, a equipe de Hansi Flick contava bastante com a capacidade de apoio de seus laterais e com a infiltração de seus meio-campistas. Destruía a defesa adversária.

O Bayern relaxou um pouco mais na reta final do duelo, enquanto o Schalke estava entregue. Lewandowski era quem mais se mostrava interessado em aumentar a sua contagem pessoal e insistia, mas não vivia sua atuação mais eficiente. O artilheiro chegou a triscar a trave e a parar em Schubert. Todavia, a história mais marcante da noite foi mesmo a infelicidade do goleiro. Aos 44, o novato desviou com as próprias pernas um cruzamento de Serge Gnabry e anotou um gol contra, que encerrou a goleada dos anfitriões em 5 a 0.

O Bayern de Munique teve uma rodada favorável. Além do sossego desfrutado na Allianz Arena, também viu a derrota do RB Leipzig. Assim, os vice-líderes estão mais próximos dos líderes. Com cinco vitórias consecutivas, a equipe de Hansi Flick ficou a um ponto do Leipzig. O confronto direto acontece dentro de duas rodadas, na Baviera. Já o Schalke se distancia do G-4. Com 33 pontos, mantém provisoriamente a quarta colocação, mas corre o risco de ser ultrapassado pelo Bayer Leverkusen neste domingo. Há muito para David Wagner consertar – sobretudo o moral de seus comandados.

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Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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