Nos 10 anos do Bayern campeão da Champions, 20 motivos que tornam aquele time um esquadrão para a memória
Uma década depois da vitória sobre o Dortmund em Wembley, refletimos sobre as marcas que ficaram daquele Bayern
O Bayern de Munique, neste momento, precisa se concentrar na última rodada da Bundesliga. A supremacia dos alvirrubros na Alemanha está por um fio. E não deixa de ser uma grande coincidência que o risco de perder a Salva de Prata aconteça exatamente uma década depois do marco inicial do domínio. Há 10 anos, em 25 de maio de 2013, o Bayern conquistava a Champions League em cima do Borussia Dortmund – seu quinto troféu, o primeiro em 12 anos. Aquela Orelhuda simbolizou não apenas uma temporada inesquecível para os alvirrubros, mas também o início de sua dinastia. E, olhando em perspectiva, é também o auge de um dos grandes esquadrões desse século.
A caminhada daquele Bayern de Munique é feita de grandes histórias, sobretudo de redenção pelas decepções anteriores. Foi uma versão imparável dos bávaros, com um rendimento absurdo e vitórias históricas. Mais notável, aquele time parece marcar o auge de vários craques que estavam presentes no elenco, a começar por Franck Ribéry e Arjen Robben. Enquanto isso, os protagonistas alemães ainda estenderiam a bonança um passo além, com a conquista da Copa do Mundo. Existem estatísticas concretas para dizer que aquele é o mais competitivo time da história do Bayern. Também um dos maiores esquadrões da Champions, pelos nomes à disposição e pela maneira como atropelaram os adversários. Abaixo, relembramos os detalhes daquele timaço:
– A superação dos traumas
O Bayern de Munique vinha com o moral surrado nas temporadas recentes. E não tinha como ser diferente, diante das muitas frustrações vividas na Allianz Arena. Nas seis temporadas anteriores, os bávaros até conseguiram conquistar a Bundesliga duas vezes, em 2007/08 e 2009/10. Mas, no geral, eram tempos de decepções atípicas pelas glórias que o clube tinha experimentado na virada do século e também pelo nível de investimento em estrelas que não deram certo. As derrotas já deixavam de ser meras derrotas quando tinham enredos que pareciam meticulosamente escritos para ampliar o terror.
O Bayern chegou a ficar na quarta colocação da Bundesliga em 2006/07, o que sequer rendeu classificação para a Champions. Foi a única vez nesse século que o clube não disputou o torneio continental, sem sequer se dar bem na Copa da Uefa, eliminado nas semifinais pelo Zenit – e isso depois de passar um sufoco tremendo contra o Getafe. Outro golpe duríssimo aconteceu em 2008/09, diante da maneira como os bávaros foram humilhados pelo Wolfsburg na corrida pela Bundesliga. De qualquer maneira, a Champions representaria uma dor maior.
A derrota de 2009/10 foi dura de tragar. A Internazionale sobrou na decisão no Bernabéu e Diego Milito despontou como um pesadelo. Não à toa, o trabalho de Louis van Gaal desandou na temporada seguinte, com uma mera terceira colocação na Bundesliga. Mas nada se compara ao trauma de 2011/12. Na primeira temporada com a volta de Jupp Heynckes na casamata, o Bayern sofreu um tri vice. Perdeu Bundesliga e Copa da Alemanha para o embalado Borussia Dortmund. Pior ainda seria a derrota na final da Champions, em plena Allianz Arena. Foram várias punhaladas – o gol de Drogba no finalzinho, o penal defendido por Cech na prorrogação, a virada na disputa por pênaltis. Não parecia nada fácil recomeçar.
Até por isso, o Bayern de 2012/13 merece uma exaltação ainda maior. A sequência de derrotas não criou um cenário de terra arrasada. Jupp Heynckes foi mantido no comando e o elenco não sofreu uma caça às bruxas. A base vice-campeã em casa recebeu reforços pontuais muito bem vindos para que o time se tornasse tão redondo, mas todos os protagonistas da Tríplice Coroa já estavam desde antes em Munique. A mente em frangalhos por tantas bordoadas tomadas é que culminou numa mentalidade exemplar, que formou um esquadrão disposto a engolir quem aparecesse pela frente.
– Eficiência, pegada e virtuosismo
Uma marca bastante clara daquele Bayern de Munique era o seu estilo de jogo. Jupp Heynckes montou uma equipe extremamente equilibrada para ser competitiva. Os bávaros contavam com uma defesa forte, que não costumava de expor. O meio-campo oferecia uma pegada importante, que dava a fonte de intensidade aos alvirrubros. Já o ataque se valia demais das transições em velocidade, a partir dos pontas velozes e também de centroavantes com boa mobilidade, mesmo sendo rompedores. Existia uma fórmula de jogo.
Em tempos de tiki-taka, o Bayern de Munique ainda não se rendia à posse de bola excessiva para fazer os seus resultados – o que aconteceria mais adiante. Era uma equipe bem mais prática e incisiva em sua construção, com capacidade nos lançamentos longos e nos cruzamentos. O virtuosismo vinha mais da qualidade individual dos jogadores. Neste ponto é que os bávaros se valiam de um arsenal: tinham quem partisse para os dribles, quem desse cruzamentos milimétricos, quem lançasse com perfeição, quem botasse a bola para dentro, quem estivesse sempre no lugar certo. A beleza estava na maneira como tudo se encaixava, sempre com direção ao gol.
Não dá para chamar Jupp Heynckes de revolucionário ou qualquer coisa do tipo. O treinador montava sua base no 4-2-3-1 tanto em voga na época. A questão é que poucos times souberam executar tão bem seu trabalho naquele sistema. Entre solidez na defesa e capacidade no ataque, o Bayern ofereceu um time que talvez sirva de manual sobre aquilo que o desenho tático pode oferecer de melhor. Eram os jogadores precisos para a missão necessária. O resultado disso veio em forma de vitórias, com 46 triunfos em 54 partidas e um aproveitamento absurdo de 88% dos pontos disputados em todas as competições.
– Recordes, recordes e mais recordes
O que o Bayern de Munique fez naquela Bundesliga 2012/13 é emblemático. Se as derrotas anteriores mostraram um time insuficiente, o esquadrão de Jupp Heynckes decidiu não deixar pedra sobre pedra. Os números falam por si: 29 vitórias, quatro empates e só uma derrota – com a façanha cabendo ao Bayer Leverkusen em plena Allianz Arena, com os 2 a 1 do primeiro turno. O ataque chegou a 98 gols e a defesa sofreu míseros 18 tentos. O Borussia Dortmund, que vinha de um bicampeonato, terminou absurdos 25 pontos atrás na tabela. Tudo bem que os aurinegros não fizeram sua melhor campanha, mas é que os bávaros não deram a mínima chance para os concorrentes criarem esperanças. E isso tudo se traduziu numa coleção de recordes bastante impressionante.
O recorde de pontos, por exemplo, era do próprio Borussia Dortmund de 2011/12. O Bayern de 2012/13 estraçalhou essa marca: terminou com 91 pontos, dez a mais do que haviam feito os aurinegros na temporada anterior. Outras tantas novas marcas históricas foram estabelecidas: maior diferença entre líder e vice-líder, maior antecedência da conquista, mais tempo na primeira colocação, mais vitórias, menos derrotas, menos gols sofridos, mais jogos sem sofrer gols, maior saldo de gols, maior aproveitamento como visitante, melhor segundo turno. Existiam argumentos mais que suficientes para dizer que, em 50 anos de Bundesliga, não havia surgido um time mais dominante na história da competição – nem mesmo o timaço estrelado por Franz Beckenbauer e Gerd Müller nos anos 1970.
Também há argumentos que permanecem para repetir tal afirmação nos 60 anos da Bundesliga. Sim, o Bayern emendou mais dez títulos depois disso e teve outras campanhas arrasadoras, em especial nos tempos de Pep Guardiola. Apesar de tudo, alguns recordes vigentes ainda são do time de 2012/13. Por exemplo, os 91 pontos daquele esquadrão de Jupp Heynckes permanecem sem serem tocados, como recorde absoluto. Assim como a mísera derrota, no mais próximo que um time alemão já chegou de ser campeão invicto. Guardiola chegou a superar o número de menos gols sofridos, enquanto Hansi Flick superou a centena de gols marcados, o que não ocorria desde os anos 1970. Mesmo assim, o saldo de Heynckes permanece imbatível – e com 10 gols de vantagem para o segundo colocado.
São mais de 30 recordes coletivos da Bundesliga que ainda pertencem ao Bayern de 2012/13. E o mais curioso é que tudo isso aconteceu num momento em que existia até mais pressão sobre o clube diante daquilo que não dava certo. Dá para dizer que os troféus da década posterior foram mais fáceis porque não tinham exatamente a necessidade de abrir novamente o caminho. Quem conseguiu isso foi o timaço de Jupp Heynckes, e de uma maneira para ninguém esquecer como aquele primeiro foi gigantesco, pelo contexto e também pelo patamar atingido.
– As goleadas acachapantes
Dos 54 jogos do Bayern de Munique na temporada 2012/13, nada menos que 13 terminaram com quatro ou mais gols de diferença. Neste sentido, nada supera os 9 a 2 para cima do Hamburgo. Foi a primeira vez em quase 30 anos que os bávaros anotaram nove gols em uma só partida na Bundesliga – e não conseguiram repetir a marca pelo campeonato desde então. Claudio Pizarro relembrou seu passado no Werder Bremen com força naquela tarde, ao anotar quatro gols e ainda dar duas assistências. E o detalhe é que os dois gols dos Dinossauros só saíram depois dos 30 do segundo tempo, quando o placar já anotava 8 a 0. Era março e aquele resultado enfatizava como os alvirrubros estavam dispostos a destroçar quem aparecesse no caminho.
O Bayern teve um placar predileto naquela temporada: 6 a 1. Foram nada menos que cinco partidas nas quais o marcador se repetiu. Três delas vieram pela Bundesliga: contra Stuttgart e Werder Bremen na Allianz Arena, bem como diante do Hannover 96 fora de casa. Também teve na fase de grupos da Champions, com os 6 a 1 na viagem do Lille à Alemanha, com cinco gols com pouco mais de meia hora no primeiro tempo. Já o mais especial desses saiu na Copa da Alemanha, não apenas por ocorrer nas semifinais, mas por ser aplicado diante do Wolfsburg. Podia não ser uma revanche completa pelos 5 a 1 engolidos na Bundesliga 2008/09, mas ainda assim era uma surra com gosto especial.
– Barcelona pulverizado
E, mesmo sendo uma goleada “mais econômica”, os 4 a 0 sobre o Barcelona nas semifinais da Champions servem de atestado do poderio daquele Bayern de Munique. Tudo bem que os blaugranas passavam por uma reformulação após a saída de Pep Guardiola, com a luta de Tito Vilanova contra um câncer também prejudicando. Mas aquela temporada viu o Barça fazer 100 pontos em La Liga, viu Lionel Messi quebrar o recorde de gols no ano. Estavam todos do outro lado: Xavi, Andrés Iniesta, Sergio Busquets, Gerard Piqué, Daniel Alves. Foi uma lavada que deixou os barcelonistas sem rumo, muito diferente do que havia ocorrido nas eliminações anteriores contra Internazionale e Chelsea, bem mais lembradas pelo heroísmo defensivo dos adversários.
Já na volta, diante de 95 mil no Camp Nou, o Bayern de Munique terminou de fazer o serviço. Ganhou por outros 3 a 0 sonoros, alcançando 7 a 0 no agregado. Lionel Messi, com problemas físicos, seria apenas reserva desta vez. Mas não dá para imaginar que o camisa 10, no auge de sua forma, seria capaz de transformar um placar desta magnitude. Por aquilo que era o momento do Barça, talvez nem os 8 a 2 do Bayern em 2020 se equiparem ao peso daquele resultado de 2013. A diferença de qualidade entre os times era muito menor na época do que sete anos depois e, afinal, os catalães tinham levantado a Orelhuda duas vezes nas quatro temporadas anteriores. Ainda assim, não viram a cor da bola.
No geral, a campanha do Bayern de Munique ao longo da Champions 2012/13 teve resultados imensos. A Juventus começava a construir sua dinastia na Serie A e não teve qualquer chance, com duas derrotas por 2 a 0 nas quartas de final. O único tropeço do Bayern nos mata-matas aconteceu nas oitavas, diante do Arsenal. Os 3 a 1 em Londres fizeram os alemães relaxarem, antes de cederem os 2 a 0 em Munique nos minutos finais. Curiosamente, a outra derrota dos alvirrubros na campanha merece ser lembrada como uma das maiores zebras da história da Liga dos Campeões: o Bate Borisov, quem diria, encaçapou o triunfo por 3 a 1 em Belarus. Era apenas o início da temporada, em outubro, com a segunda rodada da fase de grupos. Aquele baque auxiliado por Renan Bressan serviu para o Bayern não relaxar mais e entrar com muito mais sangue em cada compromisso.
– Enfim, a revanche contra o Dortmund
O Bayern de Munique tinha se tornado freguês do Borussia Dortmund. O time de Jürgen Klopp chegou a impor cinco derrotas consecutivas aos bávaros no Der Klassiker, durante as duas temporadas em que os aurinegros foram bicampeões da Bundesliga. O BVB ganhou os dois jogos, tanto em casa quanto fora, em 2010/11 e também em 2011/12. Já a cereja do bolo ficou para a final da Copa da Alemanha de 2011/12, quando o Dortmund atropelou os rivais por 5 a 2 no Estádio Olímpico de Berlim. Aquela derrota era outra ferida aberta na temporada do tri vice e também a prova cabal de que, se o time de Jupp Heynckes quisesse ser vencedor, precisaria ganhar os confrontos diretos.
O primeiro sinal de reação aconteceu na Supercopa da Alemanha. É um torneio menor, de fato, mas os 2 a 1 do Bayern na abertura da temporada encerravam a sequência negativa e mostravam como o Borussia Dortmund não era imbatível. O empate por 1 a 1 no primeiro turno da Bundesliga, mesmo na Allianz Arena, mantinha uma vantagem dos bávaros na liderança que já era de 11 pontos. Depois viria o troco na Copa da Alemanha, com a vitória por 1 a 0 que classificou os alvirrubros nas quartas de final, gol de Robben. Já no segundo turno da Bundesliga, o Bayern pisou no Signal Iduna Park com o troféu assegurado. Aconteceu outro empate por 1 a 1, com direito a pênalti defendido por Neuer diante de Robert Lewandowski. Àquela altura, os dois rivais também já sabiam que seriam oponentes na final da Champions em três semanas.
O maior golpe do Bayern no moral do Dortmund tinha sido dado antes mesmo das semifinais, quando os bávaros anunciaram a contratação de Mario Götze para a temporada seguinte. O armador, lesionado, foi o principal desfalque dos aurinegros para a decisão em Wembley. E aquela seria uma partida bastante aberta. O Dortmund começou melhor, dando trabalho a Neuer, antes que o Bayern melhorasse e botasse Roman Weidenfeller para suar. O primeiro gol seria dos bávaros, aos 15 minutos do segundo tempo, com Mandzukic. Oito minutos depois, Ilkay Gündogan igualaria num pênalti. Durante a reta final, porém, o time de Jupp Heynckes parecia já vislumbrar o caminho para o título e era mais consistente. Isso até que, no apagar das luzes, a mágica acontecesse.
A vitória por 2 a 1 se consumou aos 44 do segundo tempo, para não dar tempo ao Dortmund reagir. Para oferecer ao Bayern o prazer reverso do desespero de um ano antes, contra Drogba. E a consagração precisava vir com a dupla principal, Robben e Ribéry. O passe de calcanhar do francês e a definição no contrapé do holandês expurgaram de vez o fantasma aurinegro. Justo os dois, que tinham saído no braço dentro dos vestiários meses antes, passariam a traduzir a excelência daquele Bayern. Viraram um só, “Robbéry”. Permitiram a conquista da Europa, enfim, 12 anos depois do título anterior dos bávaros. Fizeram a diferença para que o esquadrão de Jupp Heynckes se marcasse na história, jogando o Dortmund ainda no fundo do poço da melancolia pela década seguinte.
– O auge de Ribéry
O Bayern de Munique conquistou tantos títulos em 2012/13 por causa de seu conjunto. Todas as posições estavam muito bem servidas, com diversos craques à disposição. Mas se alguém merece o destaque principal, este é Franck Ribéry. Aos 30 anos, o francês estava no melhor de sua forma. Unia não apenas uma consistência impressionante, como também uma dose de magia. Várias e várias partidas eram decididas pelo ponta, com lances espetaculares e contundentes. Foi a versão mais completa do ponta esquerda, bem como a mais saudável, antes de entrar em temporadas de problemas físicos mais constantes.
A decisão da Champions fala por si. Ribéry teve papel fundamental nos dois gols do Bayern. No primeiro deles, o craque chama três marcadores e abre um rombo na defesa do Borussia Dortmund, antes de passar para Robben e este servir Mandzukic. Era como se os aurinegros temessem o que o craque faria. Já no segundo gol, o toque de calcanhar, mesmo que de raspão, desmontou a defesa. Garantiu a passagem para Robben se consagrar. Ribéry fechou a temporada com 11 gols e 23 assistências em 43 partidas. Foi de muito longe o melhor do time na Bundesliga, com destaque ao seu show particular na rodada final, com dois gols e duas assistências nos trepidantes 4 a 3 sobre o Borussia Mönchengladbach.
Dos anos em que Lionel Messi e Cristiano Ronaldo monopolizaram a Bola de Ouro, 2013 era um dos mais passíveis a ter um vencedor diferente. Ribéry até foi o mais votado entre os jornalistas, o que, conforme o regulamento anterior do prêmio, renderia sua vitória. Mas se não deu para levar a honraria para a casa, a memória responde por si. E a Tríplice Coroa, sobretudo pelo troféu da Champions, traduz aquele encantamento. A eternidade do ponta foi confirmada naquela temporada.
– O poder decisivo de Robben
Durante algum tempo em sua carreira, Arjen Robben carregou alguns rótulos muito duros. Um deles era sobre a fragilidade de seu físico e, de fato, as lesões impediram que o ponta fosse ainda maior. Contudo, pesava também uma certa fama de “amarelão”. O holandês era tratado como um craque que não aparecia nas grandes decisões. Foi dolorosa a derrota na final da Copa de 2010, especialmente pela chance desperdiçada por Robben diante de Casillas. Ainda pior aconteceu em 2011/12, na decisão da Champions, quando o craque perdeu um pênalti na prorrogação contra o Chelsea. Era um jogador tecnicamente brilhante, mas com um grande asterisco em sua aura de campeão – algo até injusto, diante de outras ocasiões em mata-matas nas quais brilhava.
A temporada de 2012/13 nem foi tão boa assim para Robben, a bem da verdade. O ponta sofreu com os problemas físicos, para variar, e perdeu boa parte do segundo semestre de 2012. Foi um mero coadjuvante na Bundesliga, sem disputar metade dos jogos. Mas cresceu no momento certo, especialmente na Champions. O holandês marcou gols nos dois jogos contra o Barcelona pelas semifinais. Já na decisão, Robben teria uma revanche particular com o Dortmund. Na temporada anterior, o ponta também havia perdido um pênalti contra os aurinegros. Ficou marcada a imagem de Neven Subotic partindo para cima do holandês para falar poucas e boas em seu ouvido.
Robben terminou como o melhor em campo em Wembley. Não foi sua noite perfeita, chegando a perder uma chance no mano a mano com Roman Weidenfeller. Porém, apareceu no momento mais importante, o decisivo, que tanto lhe escapava. Deu a assistência para que Mandzukic abrisse o placar. E, para evitar a prorrogação, surgiu diante de Weidenfeller de novo. Derrubou a muralha amarela com um leve toque no contrapé. O gol que o consagrou, enfim, como um jogador de grandes partidas. Que, de certa maneira, transformou a percepção sobre sua carreira. Ficou para trás o “amarelão”. Surgiu o cara que fez uma Copa de 2014 fantástica e que pavimentou a dinastia do Bayern nas Bundesligas seguintes. Teve mais sequência e, claro, mais poder de fogo.
– A liderança de Lahm
Philipp Lahm moldou-se com o Bayern de Munique e chegou à decisão da Champions League como um jogador tarimbado. Mesmo assim, faltava algo na carreira do lateral. Sobravam Bundesligas em sua estante, mas não tinha conseguido ainda uma taça que ampliasse a percepção sobre si. Não vinha com a seleção da Alemanha e, até aquele momento, também fugia no próprio Bayern. Aos 29 anos, caberia ao defensor se estabelecer como grande liderança na travessia feita pelos bávaros rumo à glória. Era o capitão dessa caminhada.
E se hoje não é nenhum exagero colocar Lahm como um dos melhores laterais da história, seja qual fosse o lado do campo em que ele aparecesse, a Champions League de 2012/13 também o confirmou como um verdadeiro campeão. Não tinha outro jogador no mundo que atingisse seu nível na lateral naquele momento, e isso era um ponto de confiança imenso para os bávaros. Lahm fazia tudo muito bem e servia de norte aos demais companheiros. Foi um monstro nas diferentes campanhas, com 19 assistências ao todo naquela temporada. Seria ele a face principal nas fotos das entregas dos troféus, com méritos.
Os elogios sobre Lahm cresceram mais depois daquele 2013 mágico. Com Pep Guardiola, o lateral transformou-se em cérebro no meio-campo e se saiu também excepcional na nova função. Contudo, seu lugar na história era mesmo como lateral, e a seleção alemã deu a mostra final quanto a isso, pela maneira como potencializou a equipe após sua readaptação no flanco durante a Copa de 2014. Teria outra taça para erguer no Maracanã, aquela bem mais cintilante. Mas que talvez não fosse possível sem a trajetória sacramentada um ano antes, com a Orelhuda em Wembley.
– A redenção de Schweinsteiger
A Alemanha tinha uma geração de talentos que estava no meio do caminho em 2012/13. Era boa o suficiente para ser exaltada, mas sem a faixa no peito que os confirmasse entre os maiores da história. Bastian Schweinsteiger era quem mais transmitia essa impressão. Surgiu como um meia agressivo e talentoso, antes de se redefinir como um volante impositivo e cheio de categoria. Mas, ainda que a segunda versão do camisa 31 fosse até mais impressionante, ele não tinha dado aquele passo além para se confirmar num panteão do futebol alemão.
E a desgraça das derrotas acompanhava Schweinsteiger, tanto na seleção quanto no clube. Em 2012, ele virou protagonista do revés na decisão da Champions League. O último pênalti na final contra o Chelsea foi perdido por ele. Em desesero, lamentava o erro na Allianz Arena lotada. Mas o tempo trabalharia para a sua redenção, e em poucos meses. Basti era o motor do Bayern multicampeão em 2012/13. Era o coração e também o cérebro. O cara que fazia as engrenagens girarem, especialmente após ganhar a companhia de Javi Martínez para limpar os trilhos ao seu lado. O camisa 31 jogava e fazia o restante dos companheiros também jogarem.
Schweinsteiger teve um momento muito especial no jogo que decidiu o título da Bundesliga naquela temporada. A vitória por 1 a 0 sobre o Eintracht Frankfurt veio com um gol do meio-campista, e um gol de letra. Ainda assim, nada poderia ser maior do que a Champions para sua recuperação. Foi um leão em Wembley e, quando o apito final soou, estava em plena satisfação, punhos cerrados e braços erguidos com o rosto exultante. É uma pena que a carreira em alto nível de Basti tenha durado pouco além disso. Que bom que ainda deu tempo para o meio-campista também fazer uma Copa do Mundo absurda, sobretudo por aquilo que jogou na final do Maracanã, o melhor em campo da Alemanha tetracampeã.
– A confirmação de Neuer
Manuel Neuer estava em sua segunda temporada no Bayern de Munique quando tudo aconteceu. Já era o goleiro titular da seleção da Alemanha e tinha colecionado momentos fantásticos com o Schalke 04. Porém, sua estatura entre os maiores da história começou a se desenhar mesmo na Baviera. O final de 2011/12 ainda não tinha sido o mais feliz. Neuer tinha se agigantado na campanha até a final da Champions, sobretudo pelos pênaltis defendidos contra Cristiano Ronaldo e Kaká nas semifinais diante do Real Madrid. A decisão, contudo, viu Petr Cech se mostrar maior. A Tríplice Coroa, em compensação, viu o arqueiro reaparecer com ainda mais força.
Neuer teria uma Bundesliga consistente, mas voltou a ser impressionante mesmo na Champions. Defesas quase impossíveis eram feitas com a facilidade de quem só precisava esticar o braço para conter a bola. O camisa 1 fechou o gol em diferentes momentos, inclusive na decisão contra o Borussia Dortmund. No período em que os aurinegros eram melhores na partida, foram algumas defesas sensacionais de Neuer. Pode não ter parado o pênalti de Gündogan, mas o arqueiro teve um papel preponderante para que a Orelhuda voltasse a Munique. Em votação popular no site da Uefa, o melhor em campo em Wembley foi ele, e não Robben – algo talvez afetado pelo gol tardio do holandês.
A revolução encabeçada por Neuer como um goleiro que não se continha mais à área começou só depois disso, com Pep Guardiola. Fez a Copa do Mundo de 2014 que fez e dá para dizer que algumas campanhas da sequência de títulos na Bundesliga estão na sua conta. Depois, até voltaria a colocar as mãos na Champions, como uma figura espetacular no título de 2019/20 – sua confirmação depois de tantas lesões. Mas tudo tem um começo e a Tríplice Coroa serviu de rito de passagem a um goleiro especial para outro que, desde então, passou a ser visto como uma lenda de sua posição.
– A mística de Thomas Müller
Thomas Müller podia ter apenas 23 anos quando pisou no gramado de Wembley, mas a trajetória do atacante garantia experiências que muitos veteranos não haviam experimentado. A começar pela Copa de 2010, o marco da explosão de sua carreira, quando terminou eleito o melhor jovem. Além do mais, também por tudo o que já tinha acontecido no Bayern de Munique. O camisa 25 era um dos melhores do time havia algumas temporadas, algo visível nos números. Tinha erguido suas primeiras taças, assim como vinha calejado pelos baques. A maturidade seria muito bem recebida para que Müller se agigantasse com a tríplice coroa.
Thomas Müller talvez tenha sido o segundo melhor jogador do Bayern naquela temporada, só atrás mesmo de Ribéry. Suas atuações na Bundesliga dizem isso, com uma variedade de jogos que decidiu, principalmente na largada imponente dos bávaros durante o primeiro turno. Foram 13 gols e 13 assistências em 28 partidas pela liga, produção de quase um tento por jogo. Atuou tantas vezes na ponta direita, na posição de Robben, ou então como meia centralizado. E mesmo com tamanha participação na liga, conseguiu ajudar até mais na Champions. E o atacante sempre gostou de encarar o Barcelona. Seria a principal figura nos dois shows diante dos blaugranas.
Müller anotou dois gols e ainda deu uma assistência nos 4 a 0 dentro da Allianz Arena. Também deixou seu gol nos 3 a 0 do Camp Nou. Era o homem que, com sua leitura de jogo, fazia os espaços se tornarem maiores aos companheiros. Todos que jogavam ao seu redor se beneficiaram naquela temporada. Contra o Barça, o camisa 25 possui oito vitórias e só uma derrota, com novo recital nos 8 a 2 de 2020. Com o passar do tempo, é mais fácil de entender o jogador influente que Müller é, sem precisar ser o mais virtuoso. Aquele jovem de 2012/13 foi extremamente cerebral, como se repetiria em outras temporadas mais à frente e até numa Copa do Mundo.
– A juventude campeã
Além de Thomas Müller, outros cinco jogadores da base campeã do Bayern de Munique em 2012/13 não passavam dos 24 anos. Todos ganharam um status bem maior a partir daquela conquista. O mais jovem era David Alaba, prestes a completar 21 anos. Muitas vezes usado como meio-campista, o austríaco viraria o novo dono da lateral esquerda. Virou uma certeza entre os melhores do mundo na posição, com gols e assistências importantes na caminhada da Champions. Já na defesa, Jérôme Boateng refazia seu nome depois de uma esquecida passagem pelo Manchester City. Virou sinônimo de zagueiro técnico.
Javi Martínez talvez não tenha atingido em sua carreira o status que se projetava ao final de 2012/13, mas aquela temporada do volante foi sensacional. Vinha como contratação mais cara da história do Bayern e também como reserva no título mundial da Espanha. Virou o ponto de equilíbrio do time de Jupp Heynckes. Já um coadjuvante que permanece até menos lembrado daquele Bayern é Toni Kroos. Em processo de amadurecimento, a promessa trazida do Bayer Leverkusen tantas vezes atuava como meia central, com Müller deslocado para a direita. Perseguia seu máximo potencial e por vezes sua falta de velocidade não se encaixava com o jogo do time. Mesmo assim, esteve entre os melhores do primeiro turno da Bundesliga. Perdeu a reta final da Champions por lesão. Ainda vale citar um jovem Xherdan Shaqiri, que vinha como aposta do Basel e teve espaço nas competições nacionais, especialmente pelos gols e assistências na Copa da Alemanha.
– Os coadjuvantes brasileiros
Três brasileiros deram mais força ao Bayern campeão de tudo. E, mesmo que a Copa de 2014 tenha deixado uma visão ruim sobre si, Dante fez a diferença em 2012/13. O zagueiro era um dos reforços para aquela temporada e garantiu bem mais solidez atrás, o que não havia com os problemas físicos das demais opções – Daniel van Buyten e Holger Badstuber. O baiano se entendeu muito bem com Jérôme Boateng, assim como o complementou. No geral, conseguiu desempenhar até melhor do que o alemão na temporada como um todo. Foi uma figura imprescindível para Jupp Heynckes, mesmo que tenha se ausentado da final da Copa da Alemanha, contra o Stuttgart, por causa da convocação à Copa das Confederações.
Luiz Gustavo até começou a temporada como titular, mas perdeu espaço com uma lesão muscular e também pela chegada de Javi Martínez. Não era mais um esteio do time como nos tempos de Louis van Gaal, mas se firmou como o reserva imediato do meio-campo. Não à toa, participou de todos os jogos dos mata-matas da Champions League. Merecia um prêmio por sua boa passagem pela Baviera. Já Rafinha foi o menos utilizado dos três, mas servia de curinga. Sempre um jogador dedicado, apareceu tanto como lateral quanto como meio-campista. Seria um coadjuvante que depois cresceu em consideração com Guardiola.
– O ataque bem servido de tanques
Se atualmente o Bayern de Munique sente falta de um centroavante, dependente de Eric-Maxim Choupo Moting, naquela época os bávaros podiam fechar os olhos e apontar para qualquer um. Jupp Heynckes contava com três matadores do mais alto nível, que, se bobear, ainda conseguiriam ser titulares atualmente mesmo com a idade avançada – e aposentados. Mario Mandzukic era a opção principal, com as alternativas ainda de Claudio Pizarro e Mario Gómez. Três figuras memoráveis da Bundesliga que possibilitaram a Tríplice Coroa.
Trazido do Wolfsburg naquela temporada, Mandzukic foi quem mais somou minutos em campo. O croata unia presença física e uma certa dose de refinamento para auxiliar nas infiltrações de seus companheiros. Casou-se muito bem numa equipe que contava com pontas tão agudos. Foram 15 gols na Bundesliga, com direito a oito tentos nas primeiras nove rodadas. Já na Champions, embora tenha marcado só três vezes, o atacante desequilibrou nos duelos contra a Juventus e também abriu o caminho na finalíssima.
Mario Gómez tinha mais história no Bayern de Munique, mas a chegada de Mandzukic se deveu a uma lesão no tornozelo que tirou o alemão dos primeiros meses da temporada. De volta apenas em novembro, Super Mario passou a se revezar mais com o croata. Os poucos minutos não o impediram de balançar as redes 11 vezes na Bundesliga, o melhor do time em média. Seu único jogo como titular nos mata-matas da Champions foi a destruição nos 4 a 0 sobre o Barça, em que deixou seu gol. Por fim, Pizarro voltou à Baviera mais como um velho ídolo para complementar o elenco e fez a festa na reta final da Bundesliga. Dos três, foi quem teve mais moral depois, com Guardiola.
– A eternização de Jupp Heynckes
A carreira de Jupp Heynckes como treinador já estava mais do que consolidada quando ele retornou ao Bayern de Munique, em 2011. Tinha conquistado uma Champions League com o Real Madrid em 1998, num título bastante simbólico pelo fim do jejum de 32 anos do clube, mesmo que o comandante tenha saído logo depois. Em seus primórdios no Bayern, após marcar época à frente do Borussia Mönchengladbach, o ex-atacante também conseguiu um bicampeonato da Bundesliga em 1988/89 e 1989/90. Porém, o veterano deu um salto no retorno, com a Tríplice Coroa. Ia de um nome respeitado na Europa para o responsável pela formação de uma das equipes mais arrasadoras de todos os tempos.
Heynckes já tinha se aposentado quando voltou como interino ao Bayern em 2009, para tentar dar um jeito no trabalho desastroso de Jürgen Klinsmann. Não ficou além do final da temporada e não conseguiu evitar o vice na Bundesliga, mas ganhou moral suficiente para assumir o Bayer Leverkusen. Depois de dois anos, retornou à Baviera para substituir Louis van Gaal. Merecia aquela chance, mesmo aos 66 anos. E se a primeira temporada seria de frustração, com os três vices de 2011/12, o voto de confiança da diretoria bávara se tornou fundamental para a confirmação da lenda.
Heynckes foi a diferença entre um Bayern muito forte no papel e um time imparável em campo. O treinador conseguiu elevar os bávaros. Sua aposentadoria compulsória em 2013 se tornou discutível pela maneira como tudo aconteceu, diante do anúncio de Pep Guardiola como futuro técnico antes mesmo que a temporada se concluísse. Ainda assim, os jogadores bávaros pareceram dispostos a um gás a mais para que Heynckes se despedisse no lugar mais alto possível. Não tinha um resultado diferente a não ser a Tríplice Coroa, com tudo aquilo que havia escapado tempos antes.
A formação de um Bayern tão imponente na Bundesliga passa por Jupp Heynckes. E passaria de novo, nos momentos de necessidade. Sua aposentadoria seria de novo interrompida em 2017/18, quando substituiu Carlo Ancelotti e levou a quinta Salva de Prata de sua carreira. O veterano estaria à disposição do clube sempre que precisassem dele. Já estava na história, porque a temporada de 2012/13 virou uma marca inoxidável do sucesso.
– O sucesso que se abriu a uma geração
O Bayern campeão de 2012/13 possui outros tantos reflexos. Olhando em retrospectiva, é muito difícil não ligar aquele momento do clube com o que aconteceu com a seleção da Alemanha em 2014. A conquista da Copa do Mundo não deixa de ser uma extensão do que se fazia na Baviera. Joachim Löw tentou copiar de maneira até excessiva o que Pep Guardiola traçava em Munique. Só deu certo quando o time se reformulou no meio da campanha e passou a ter uma postura mais próxima ao que se notava com Jupp Heynckes, na tríplice coroa. E se os 7 a 0 nas semifinais contra o Barcelona foram o emblema da excelência dos alvirrubros, a Mannschaft só precisou de 90 minutos para ter seus 7 a 1.
Neuer, Lahm, Boateng, Schweinsteiger, Kroos e Müller foram os titulares de 2014 que também fizeram parte da Tríplice Coroa. Ganharam complementos decisivos de alguns dos derrotados por aquele Bayern, em especial Mats Hummels e o talismânico Mario Götze, que também se mudaram à Baviera. Isso sem contar a presença de outros veteranos do Bayern, em especial Miroslav Klose. O artilheiro não foi tudo o que se imaginava em Munique, mas era tudo e mais um pouco pelo Nationalelf. Se o domínio do Bayern em 2012/13 marcava o reerguimento em relação às decepções do clube, também deu tarimba para que a Alemanha se levantasse o “quase” insistente nos anos anteriores. A mentalidade do clube deu sua contribuição à seleção.
– A identidade de um clube
O time de 2012/13, além do mais, tornou-se um parâmetro dentro do próprio Bayern de Munique. As grandes equipes do clube se marcaram por um futebol firme e agressivo, com um estilo mais direto de jogo. Exatamente o que fazia o esquadrão de Jupp Heynckes, em características que pareciam mais próximas do que se viu nos anos 1970 ou então na virada do século. Por mais que o Bayern tenha voltado a acumular taças ao longo da década seguinte, a régua utilizada na Baviera tantas vezes foi aquela equipe da Tríplice Coroa.
Quando o time de Pep Guardiola patinava na Champions League, por exemplo, a falta de um futebol mais contundente servia de questionamento. Era a sombra de Heynckes que reaparecia. O mesmo acontecia em tempos menos efetivos, com Carlo Ancelotti e Niko Kovac – a ponto de voltarem com Heynckes. Quem deu mais sentido àquela ideia foi Hansi Flick, embora com uma equipe de mais posse de bola e pressão ofensiva do que se via na Tríplice Coroa anterior. A reconquista da Champions em 2019/20 parecia ocupar a lacuna dentro daquilo que o Bayern almejava. Quando se quiser pensar no que são os bávaros, muito provavelmente é a imagem de 2012/13 que voltará neste século.
– Os outros títulos
É bom lembrar que as conquistas do Bayern de Munique em 2013 não pararam com a Tríplice Coroa. Depois que Pep Guardiola já tinha assumido o time, os bávaros levaram mais dois troféus menores. Faturaram a Supercopa Europeia, com a vitória nos pênaltis diante do Chelsea. Também ficaram com o Mundial de Clubes, na decisão diante do Raja Casablanca. O desempenho só não foi perfeito porque o Borussia Dortmund conseguiu um troco, ao levar a Supercopa da Alemanha de 2013 com a vitória por 4 a 2. Todavia, é uma nota de rodapé em comparação com a Champions.
– A década seguinte
Mais do que o marco de uma temporada impecável do Bayern de Munique, 2012/13 também é o início das séries de conquistas do clube. A maioria dos heróis da Tríplice Coroa ainda tinham muito a contribuir na Baviera. É verdade que a Champions levou sete anos para reaparecer na prateleira. Porém, a Bundesliga se tornou lugar-comum, algo diferente do que se via até 2012. Se antes os bávaros nunca tinha conseguido mais do que o tricampeonato alemão, depois de 2012/13 essa conta seria multiplicada por três e mais uns quebrados. Era como se o caminho às vitórias tenha se tornado mais fácil.