Bayern se impõe fisicamente, vira contra o Mainz e dispara na liderança da Bundesliga
Virada no segundo tempo foi marcada pela boa condição física dos bávaros e por belo lance de Musiala
Não foi uma moleza para o Bayern consolidar sua liderança, mas o dono da Bundesliga conseguiu o que planejava ao início da rodada. Diante do Mainz, com estádio vazio na Allianz Arena, o gigante bávaro venceu por 2 a 1 e disparou na ponta da tabela com o tropeço do Borussia Dortmund no clássico do Vale do Ruhr diante do Bochum.
Mirando o título de campeão do inverno, conquista simbólica que marca a virada de turno, o Bayern não começou bem contra os visitantes e saiu para o intervalo perdendo. Conversar resolve, sempre, sobretudo para um time com tanto talento. Na volta para a segunda etapa, os comandados do prodígio Julian Nagelsmann passaram por cima do adversário e, mesmo em uma partida abaixo da crítica, somaram mais três pontos.
Sinal de alerta na Baviera
Poucos apostariam que o duelo seria de tanta adversidade para o Bayern. Afinal de contas, o Mainz vem sobrevivendo na elite e não representava grande perigo, ao menos era o que apontavam os prognósticos. Muito provavelmente, os bávaros estavam tão confortáveis com o favoritismo, que de certa forma não levaram tão a sério o jogo na primeira metade.
A bola pune: aos 22 minutos, em uma jogada que parecia infrutífera nos pés de Jonathan Burkardt, veio o golpe. Burkardt cruzou e Karim Onisiwo subiu com bastante liberdade para balançar as redes de Manuel Neuer. A defesa mandante teve um lance de cochilo e pagou caro.
Embora tenha sido um momento bastante oportuno para uma diabrura do Mainz, o Bayern não fez por onde para empatar ou merecer a vitória até a volta do intervalo. E tampouco o Mainz incomodou o suficiente para ampliar. Estava bom demais para os nanicos, que sonham com uma modesta vaga europeia, bem longe da briga entre os dinossauros lá de cima.
Musiala: o beliscão que o Bayern precisava
O Bayern subiu do vestiário para os últimos 45 minutos se sentindo ultrajado. Mas era difícil projetar uma atuação inspirada de quem estava bastante relaxado antes disso. A resposta não demorou a vir: em descida pela direita, Kingsley Coman chamou para si a responsabilidade e resolveu, após passe de Corentin Tolisso. A conexão francesa deu certo: Coman acertou o cantinho da meta de Robin Zentner e deixou tudo igual.
Restava ao cavalo de Troia do Mainz propor alguma alternativa surpreendente. O problema é que havia muito pouco a oferecer ofensivamente e o Bayern havia despertado para o jogo. Técnica e fisicamente falando, a competição é desleal. Especialmente quando alguém como Jamal Musiala sente que é o momento para mostrar serviço. O jovem, que vem em grande ascendente, recebeu de outro francês, Benjamin Pavard, para virar o placar. Recuado na tarde de hoje, Musiala veio de trás para aproveitar a sobra de uma ofensiva e teve bastante frieza para dar um corte simples no zagueiro e bater rasteiro para ir às redes.
Quando os figurões não estão em um bom dia, a juventude do Bayern tem as respostas. E Musiala certamente é uma das promessas mais encantadoras na manga de Nagelsmann. Além do garoto, quem se destacou foi Tolisso, que se portou como o motorzinho do time, dando passes importantes. Coman foi o jogador mais incisivo do Bayern, demonstrando muita fome e habilidade para se livrar da marcação. Por outro lado, Robert Lewandowski e Leroy Sane ficaram devendo.
A ausência da torcida ajudou a construir um clima bastante morno em campo. Talvez por isso, tenha faltado um pouco mais de adrenalina ao Bayern para fazer fluir melhor as saídas da defesa ao ataque. Exceto o lance do gol de Onisiwo, os donos da casa não foram mais ameaçados. Cansado, o Mainz se limitou a afastar o perigo e não levar mais gols. Boa atuação de uma equipe que foi forçada a fazer uma limonada com tão poucas peças de bom nível no elenco.
Nessas circunstâncias é que fica evidente o tamanho do abismo entre eles e os demais: a mentalidade e a paciência para reverter cenários desfavoráveis é um dos fatores que ajudam a explicar a soberania do Bayern na Alemanha. Mesmo sem encantar ou se esforçar muito, a equipe de Nagelsmann segue quase imbatível. Melhor ainda quando quem concorre ao título deixa tantos pontos pelo caminho.