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Antigo assistente de Nagelsmann, Dino Toppmöller é a escolha para manter o Frankfurt em alta

Dino Toppmöller é filho de Klaus Toppmöller, técnico finalista da Champions com o Leverkusen, e chegou a levar o Dudelange à fase de grupos da Liga Europa

Oliver Glasner marcou seu nome na história do Eintracht Frankfurt, ao conquistar a Liga Europa e alcançar ainda uma final da Copa da Alemanha. Substituir o austríaco não seria uma missão tão simples para as Águias, até pensando nos nomes à disposição no mercado. E o clube optou por fazer uma aposta, ao anunciar nesta semana a contratação de Dino Toppmöller, de 42 anos. O trabalho no Frankfurt será o maior desafio da carreira do alemão, que passou os últimos anos como assistente de Julian Nagelsmann, tanto no RB Leipzig quanto no Bayern de Munique. Pesa o DNA dentro do Eintracht: Toppmöller chegou a atuar pelo clube nos tempos de jogador, enquanto seu pai, Klaus Toppmöller, dirigiu a equipe durante os anos 1990. É a primeira vez que pai e filho passam pela casamata de um mesmo clube na Bundesliga.

Klaus Toppmöller teve uma carreira respeitável dentro da Bundesliga. Foi por muitos anos jogador do Kaiserslautern e rodou pelo comando de times da primeira divisão durante os anos 1990. O Frankfurt marcou exatamente sua primeira oportunidade na elite, quando as Águias contavam com um time fortíssimo, estrelado por Tony Yeboah, Jay-Jay Okocha, Maurizio Gaudino e Uwe Bein. O comandante alcançou a quinta colocação da liga e as quartas de final da Copa da Uefa em 1993/94, mas saiu após um ano no cargo. Depois disso, Klaus Toppmöller rodou por equipes como o Bochum, o Hamburgo e o Bayer Leverkusen. Seu trabalho nos Aspirinas é o mais relevante: era ele à frente da equipe durante o tri vice de 2001/02, inclusive levando o time à decisão da Champions League, na qual foi derrotado pelo Real Madrid.

Neste momento, Dino Toppmöller tentava firmar sua carreira como atacante no Bochum. Jogaria pelo Frankfurt na segunda divisão, em 2002/03, mas não passou de 16 partidas pelas Águias. Depois rodaria bastante pelas divisões de acesso da Alemanha, vestindo as camisas de clubes como o Kickers Offenbach, o Erzgebirge Aue e o Augsburg. Acabaria se dando melhor como técnico, numa trajetória que começou a conciliar ainda nos tempos de atleta. Foi assistente do Salmrohr e do Mehring, antes de virar jogador-treinador do próprio Mehring e do Hamm Benfica.

É curioso notar como, não faz muito tempo, Dino Toppmöller estava num ambiente bem mais modesto. Em 2016, o alemão assumiu o Dudelange para treinar a equipe principal e também coordenar o trabalho de base. Conseguiu se dar bem em Luxemburgo, com dois títulos da liga nacional e um feito monumental ao colocar os nanicos na fase de grupos da Liga Europa. Seu time chegou a empatar com o Betis, além de eliminar Cluj e Legia Varsóvia nas preliminares. Após sair em 2019, teve uma breve experiência nas divisões de acesso do Campeonato Belga com o Virton.

O reconhecimento para Dino Toppmöller só aconteceu de verdade quando ele se tornou o braço direito de Julian Nagelsmann em seus últimos trabalhos. Os dois atuaram juntos por uma temporada no RB Leipzig, a partir de 2020. Já em 2021, Toppmöller acompanhou Nagelsmann rumo ao Bayern de Munique. Ficou durante todo o trabalho e acabou saindo de cena durante a intempestiva demissão ocorrida no último mês de março. Entretanto, o auxiliar permaneceu bem cotado. A ponto de assumir um dos principais clubes da Bundesliga, e com a chance de participar da próxima Conference League.

O desafio de Toppmöller no Frankfurt será o de conduzir um trabalho de renovação. Daichi Kamada e Evan Ndicka são dois dos melhores jogadores do clube que sairão de graça ao final de seus contratos na virada do mês. Valorizado, também é bem possível que Randal Kolo Muani descole uma transferência graúda. Ao menos, a diretoria já começou a se mexer e a garantir novas peças. Philipp Max, Ansgar Knauff e Junior Dina Ebimbe foram contratados em definitivo, ao fim de seus empréstimos. As Águias também gastaram nas compras do zagueiro Willian Pacho, do Royal Antuérpia, e do meia Hugo Larsson, do Malmö, grandes promessas de seus clubes. Outro baita negócio foi o acerto com Omar Marmoush ao fim de seu vínculo com o Wolfsburg.

Ao longo das últimas temporadas, o Eintracht Frankfurt se caracterizou como um time copeiro. Fez boas campanhas nas competições de mata-matas, mas perdeu o gás na Bundesliga e não deu conta de garantir uma vaga na Champions League via G-4. O elenco da atual temporada foi bastante reforçado, justamente pelo retorno à Champions via título da Liga Europa. Toppmöller terá que aproveitar esse grupo mais recheado, incluindo medalhões como Mario Götze, para tentar uma regularidade maior nos pontos corridos. Mas sem deixar de lado a veia competitiva que marca os últimos anos do clube, sob as ordens de Oliver Glasner e também do antecessor Adi Hütter.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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