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Ainda não acabou, Bayern: Dortmund amassa o Wolfsburg e mostra seriedade na luta pelo título

Atuação primorosa na primeira etapa colocou os Lobos em uma situação frágil no Signal-Iduna Park

Três rodadas restantes, um ponto de diferença separando líder e vice-líder. É este o panorama de uma edição memorável da Bundesliga na qual é possível sonhar com um campeão diferente das últimas dez temporadas. Quer dizer, não seria uma novidade tão grande assim voltar ao último time vencedor além do Bayern, mas já é um começo. Neste domingo (7), o Borussia Dortmund manteve sua perseguição aos bávaros e venceu o Wolfsburg com muita tranquilidade pelo placar de 6 a 0.

Em casa, com apoio da torcida e toda a vontade de vencer logo, o Dortmund pisou fundo no acelerador para colocar os Lobos contra a parede. Prevendo eventuais dificuldades para arrancar uma vitória caso o placar continuasse zerado por muito tempo, a equipe mandante encontrou buracos na defesa rival e fez seu jogo antes mesmo do intervalo.

Borussia Dortmund

Borussia Dortmund
4-5-1
1
Gregor Kobel
ch
17
Marius Wolf
de
25
Niklas Sule
de
15
Mats Hummels
de
26
Julian Ryerson
no
21
Donyell Malen
nl
22
Jude Bellingham
gb
23
Emre Can
de
19
Julian Brandt
de
27
Karim Adeyemi
de
9
Sebastian Haller
ci
Substitutos
7
Giovanni Reyna
us
4
Nico Schlotterbeck
de
6
Salih Ozcan
tr
18
Youssoufa Moukoko
de
30
Felix Passlack
de
11
Marco Reus
de
13
Raphael Guerreiro
pt
33
Alexander Meyer
de

Wolfsburg

Wolfsburg
3-1-4-2
1
Koen Casteels
be
3
Sebastiaan Bornauw
be
5
Micky Van de Ven
nl
27
Maximilian Arnold
de
22
Felix Nmecha
de
32
Mattias Svanberg
se
16
Jakub Kaminski
pl
39
Patrick Wimmer
at
23
Jonas Wind
dk
Substitutos
33
Omar Marmoush
eg

A tensão que se espera das rodadas finais não contaminou o ambiente do Signal-Iduna Park nesta rodada. Seguro e confiante, mesmo após o tropeço desanimador contra o Bochum, o Dortmund colocou a bola no chão e fez o que sabe melhor. E o ataque avassalador chegou pela primeira vez com Julian Ryerson pela esquerda, para achar um passe aéreo. A bola concluiu sua rota na cabeça de Karim Adeyemi, que testou firme para vencer Koen Casteels. Era o primeiro golpe do Dortmund em uma partida em que quase tudo deu certo.

Quando o Wolfsburg tentou se atrever a entrar na área, esbarrou em dois grandes nomes: Mats Hummels e Gregor Kobel. Foi o goleiro, que ainda busca se afirmar, o responsável por uma defesaça para impedir um gol certo de Patrick Wimmer. Depois, Hummels executou com maestria e classe o seu papel de capitão, afastando o perigo, aparecendo como barreira para o ataque do Wolfsburg e também como primeiro homem a iniciar uma jogada ofensiva do Dortmund.

Foi isso que aconteceu no lance do primeiro gol, quando Jonas Wind tentou partir em velocidade ao campo do Borussia, foi desarmado por Hummels, que sem querer acionou Ryerson para a assistência ao roubar a bola do dinamarquês. Quando a engrenagem está bem cuidada, o motor funciona em plena potência.

O Dortmund não diminuiu o ímpeto ao abrir o placar. Ampliou aos 28′ com passe de Adeyemi para Sebastien Haller, pelo chão. O marfinense não perdoou e foi às redes. O show continuou aos 37′, quando Julian Brandt acionou Donyell Malen para anotar o terceiro. Se alguém da galera visitante pensava que a surra estava acabada, é porque provavelmente não considerava que os aurinegros tinham interesse em ampliar o marcador.

O problema é que eles tinham. E seguiram voando para chegar ao quarto e ao quinto gol, obra de Jude Bellingham e Adeyemi, respectivamente. O Dortmund passou a funcionar como música, enquanto os Lobos assistiam passivamente ao espetáculo. Adeyemi chegou perto de ampliar seu recorde na tarde, mas perdeu um pênalti aos 20 minutos. O passeio foi tão notável que merecia uma reedição da narração de Galvão Bueno feita naquela infame semifinal de Copa do Mundo, em 2014, no Mineirão.

Inexistente em campo, a equipe de Niko Kovac acenaria com uma bandeira branca para fechar o jogo apenas com o 5 a 0, se pudesse. Porque ainda houve tempo e disposição para o sexto, marcado por Bellingham. Aí ficou suficiente, tudo bem, parabéns, rapazes, já tá de bom tamanho.

A implicação de uma goleada como essa é a injeção de moral para o Dortmund. Não bastava só vencer para seguir pressionando o Bayern. Era preciso mostrar que os aurinegros podem atropelar qualquer um (como foi feito com o Frankfurt, semanas atrás), enquanto o Bayern segue em terceira marcha, apenas cumprindo seu papel. E a diferença é que o teto do Dortmund é mais alto do que o do Bayern nesse momento. Nada adiantará, porém, se no fim das contas o time de Edin Terzic escorregar de novo.

A distância é mínima, reversível em uma rodada, com um simples tropeço, nem precisa ser uma derrota. O Bayern, importante observar, pega Schalke, Leipzig e Colônia em suas rodadas finais, enquanto o Borussia pega Gladbach, Augsburg e Mainz. Na atual conjuntura da temporada, a tabela bávara se apresenta como mais complicada. Senhoras e senhores, temos um grande clímax preparado para a Bundesliga neste ano. Que os roteiristas, tão previsíveis nos últimos anos, tenham escrito um desfecho diferente para esse encerramento.

Foto de Felipe Portes

Felipe Portes

Felipe Portes é zagueiro ocasional, cruyffista irremediável e desenhista em Instagram.com/draw.portes
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