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Bayern é o dono do melhor elenco da Europa – e com sobras

Teoricamente, o Bayern Munique não tem mais grandes interesses na Bundesliga. Campeão com seis rodadas de antecedência, a equipe mantém o ritmo para buscar também os títulos da Copa da Alemanha e da Liga dos Campeões. Não por menos, Jupp Heynckes tem realizado uma rotação entre os titulares. E, ainda assim, os bávaros somam atropelo depois de atropelo.

Desde a comemoração da conquista na liga, o Bayern entrou em campo três vezes e marcou impressionantes 16 gols. Depois de enfiar quatro no Nürnberg e seis no Wolfsburg, neste sábado, o time massacrou o Hannover por 6 a 1 dentro do campo inimigo. Os que mais brilharam na partida foram justamente dois reservas: Claudio Pizarro, autor de dois gols e cinco assistências, e Mário Gómez, que também balançou as redes duas vezes.

O ótimo desempenho dos bávaros, mesmo com o time misto, não é coincidência. Em sete partidas desta temporada, o Bayern atuou com cinco ou mais jogadores reservas. Manteve os 100% de aproveitamento e registrou média de quatro gols por jogo.  Logicamente, alguns desses adversários eram mais fracos do que de costume, mas não dá para negar a força do grupo. Pela qualidade dos reservas e pelo desempenho deles quando vão a campo, fica difícil apontar outro clube europeu com elenco tão forte.

Ter jogadores do calibre de Arjen Robben, Mário Gómez, Claudio Pizarro e Luiz Gustavo esquentando o banco não é para qualquer um. Embora muitos desses astros não devam estar satisfeitos com a reserva, a guerra de egos parece controlada nos vestiários. Quando ganham uma chance, tentam justificar porque deveriam aparecer mais vezes na equipe. E aí é que está o grande mérito de Jupp Heynckes, ao lado do bom trabalho na montagem das peças.

Aproveitamento melhor até que o dos titulares

Durante o início da temporada, o Bayern fez movimentações excelentes para encorpar seu elenco. Não perdeu nenhum jogador incontestável e trouxe diversos nomes para brigar por posição, como Javi Martínez, Mario Mandzukic, Xherdan Shaqiri, Dante e Claudio Pizarro. O custo, obviamente, foi alto – mais precisamente, de € 70,3 milhões. No entanto, foi decisivo para elevar o patamar de uma equipe que tinha ficado no “quase” várias vezes nos últimos anos.

O forte time reserva do Bayern
O forte time reserva do Bayern

Ter que recorrer aos reservas não é nenhum custo a Heynckes. Pelo contrário. Mário Gómez e Claudio Pizarro possuem médias de gols próximas às de Mario Mandzukic. Xherdan Shaqiri e Arjen Robben somam 12 assistências cada, menos apenas que Franck Ribéry, Philipp Lahm e Thomas Müller. Luiz Gustavo é o vice-líder do time em desarmes e aproveitamento nos passes. Tony Starke foi para o gol em três partidas, não foi vazado e ainda defendeu um pênalti.

Uma efetividade que serve não apenas para Heynckes descansar seus melhores jogadores, como também para solucionar possíveis imprevistos. Tony Kroos era fundamental na equipe, mas poder contar com Robben em seu lugar após a lesão diminui a pressão sobre os outros atletas. Da mesma forma como aconteceu com Luiz Gustavo, Jérôme Boateng e Holger Badstuber em outros momentos da temporada.

O Bayern contra o resto

Para efeito de comparação, um exercício simples. Excluindo os jogadores que mais atuaram na temporada (e algumas outras exceções, em casos de lesão), montamos o provável time reserva dos quatro semifinalistas da Liga dos Campeões, além de Manchester United, Paris Saint-Germain e Juventus, líderes de suas ligas nacionais e que não chegaram tão longe na competição continental.

E, mesmo no papel, o Bayern parece acima dos demais. Os bávaros não possuem uma defesa tão forte, mas melhor do que a dos outros, na média. Do meio para frente, só Real Madrid e Manchester United possuem nomes de tanto peso, mas que, ainda assim, não têm se mostrado tão regulares quanto os jogadores disponíveis no grupo de Jupp Heynckes.

Enquanto ainda busca justificar o rótulo de melhor time da Europa na corrida pela taça da Liga dos Campeões, ao menos um título informal o Bayern já pode comemorar. Diante de tantas evidências, dá para cravar os bávaros como donos do melhor elenco do continente.

***

Os prováveis times reservas dos sete clubes mais fortes da Europa nesta temporada:

Bayern Munique: Tom Starke, Rafinha, Daniel van Buyten, Holger Badstuber e Diego Contento; Luiz Gustavo e Anatoliy Tymoshchuk; Xherdan Shaqiri, Claudio Pizarro e Arjen Robben; Mário Gómez.

Borussia Dortmund: Mitchell Langerak, Oliver Kirch, Felipe Santana, Sven Bender* e Jakub Blaszczykowski*; Nuri Sahin e Moritz Leitner; Kevin Grosskreutz, Leonardo Bittencourt e Jonas Hofmann; Julian Schieber.

Barcelona: José Manuel Pinto, Martín Montoya, Javier Mascherano, Marc Bartra e Adriano; Alex Song, Thiago Alcântara e Sergi Roberto; Cristian Tello, David Villa e Alexis Sánchez.

Real Madrid: Iker Casillas, Raúl Albiol*, Ricardo Carvalho, Raphael Varane e Marcelo; Michael Essien e Luka Modric; José María Callejón, Kaká e Álvaro Morata; Gonzalo Higuaín.

Manchester United: Anders Lindegaard, Chris Smalling, Jonny Evans, Phil Jones e Alexander Büttner; Nani, Paul Scholes, Ryan Giggs e Ashley Young; Shinji Kagawa e Chicharito Hernández.

Paris Saint-Germain: Nicolas Douchez, Gregory van der Wiel, Mamadou Sakho, Zoumana Camara e Sylvain Armand; Clément Chantôme, David Beckham, Thiago Motta e Jérémy Ménez; Hervin Ongenda e Kevin Gameiro.

Juventus: Marco Storari; Martín Cáceres, Luca Marrone e Federico Peluso*; Simone Padoin, Mauricio Isla, Paul Pogba, Emanuele Giaccherini e Paolo De Ceglie; Fabio Quagliarella e Alessandro Matri.

* Improvisados por falta de opções

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.

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