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Quem é Nsue, artilheiro que marcou hat-trick histórico na CAN e já jogou em La Liga e Premier League

Aos 34 anos, o centroavante nascido em Maiorca é o mais velho a fazer um hat-trick na competição

Após segurar um heroico empate com a Nigéria na abertura da Copa Africana de Nações, a Guiné Equatorial se aproximou da classificação às oitavas de final ao bater por 4 a 2 Guiné-Bissau nesta quinta-feira (18). No triunfo de hoje, muito se deve ao atacante Emilio Nsue, autor de três gols que garantiram o resultado e ainda se tornou um marco na história da CAN. Aos 34 anos, o centroavante é o mais velho a fazer um hat-trick na competição, que não via alguém marcar três vezes em um jogo desde 2008.

O show do capitão equato-guineense começou aos 21 do primeiro tempo, quando mostrou frieza na cara de Ouparine Djoco e abriu o placar. Viu sua seleção sofrer o empate e retomar a vantagem nos primeiros segundos da etapa final com Josete Miranda até que cravou dois em 10 minutos, primeiro concluindo um cruzamento na segunda trave e depois driblando o goleiro adversário antes de empurrar para as redes. A vitória garantiu a liderança da Guiné Equatorial no grupo A com quatro pontos, precisando apenas empatar com a anfitriã Costa do Marfim na rodada final para garantir o segundo mata-mata de CAN consecutivo.

Já maior artilheiro da história da Seleção, Nsue aumentou ainda mais sua marca com os três de hoje e chegou aos 20 gols com a camisa vermelha. Maior ídolo do futebol equato-guineense, ele defende o selecionado desde 2013, mas essa história poderia ser diferente. Nascido em Palma, capital da ilha de Maiorca, na Espanha, se tornou profissional no Mallorca e fez toda a categoria de base na Seleção Espanhola, passando do sub-16 ao 21. Pela Roja, conquistou a Eurocopa nas categorias sub-19 e 21 e participou da Copa do Mundo Sub-20 de 2009.

Emilio esperava ser convocado para os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, e por isso, inicialmente, recusou o convite do país da África Central, onde nasceu seu pai. Quando não foi selecionado, aceitou defender a Guiné Equatorial e brilhou. Ele participou da melhor campanha do país na CAN, quando, em 2015, caíram apenas na semifinal da competição que sediaram. A edição de 2023 é a quarta participação da Nzalang Nacional, como é conhecida a seleção, sendo que Nsue jogou três delas.

A carreira de clubes é, principalmente, construída na Espanha, mas com passagens por outro centro importante do futebol. Além do Mallorca, onde jogou 154 partidas (até hoje o clube que mais defendeu), jogou pela Real Sociedad, emprestado por uma temporada em 2009/10, e hoje defende o Intercity, da terceira divisão espanhola.

Do clube formador na Espanha foi para o Middlesbrough, sendo peça importante no acesso à Premier League de 2016/17, quando jogou apenas quatro vezes e voltou para segunda divisão inglesa, se transferindo para o Birmingham City. Depois, atuou por dois anos no futebol do Chipre, onde conquistou dois campeonatos nacionais. Antes do atual Intercity, teve uma breve ida ao FK Tuzla City, da Bósnia e Herzegovina.

Um fato curioso de Nsue é sua polivalência. Lateral-direito de origem, por muito tempo jogou em uma linha de quatro, às vezes dando um passo à frente para ser meia ou ponta pela direita. No entanto, como é visto na Seleção de Guiné Equatorial, ele é centroavante e foi meio-campista armador em outro momento, sempre se movimentando por todo o campo. Emilio é daqueles exemplos de quando o mais técnico da geração de um país, mesmo sendo defensor, joga mais avançado, como faz Alphonso Davies no Canadá e tantos outros.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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