Assessor de imprensa da CAF é acusado de estupro durante a CHAN 2022 e deixa a Argélia

A Confederação Africana de Futebol (CAF) suspendeu um dos seus profissionais de imprensa por cinco anos após uma acusação de estupro contra uma funcionária marroquina durante o Campeonato das Nações Africanas (CHAN), disputado apenas por jogadores que atuam no continente, e que está sendo disputado na Argélia.

Segundo apuração do Guardian, o profissional é Sohounde Peperipé, um jornalista de Benin que tem trabalhado como um dos profissionais da assessoria de imprensa da CAF, como freelance, durante o torneio. Ele foi acusado de abusar sexualmente de uma funcionária mulher de Marrocos em um hotel em Alger no último fim de semana.

Segundo relatos, a funcionária solicitou uma credencial de acesso total e o assessor da CAF indicou que ela deveria ir até o seu quarto de hotel para retirar o documento. Teria sido ali que ela foi abusada sexualmente. Baseado no depoimento de diversas testemunhas, a CAF decidiu punir o profissional com cinco anos de suspensão.

Sohounde Peperipé teria voltado ao Benin depois de ser sancionado pela CAF. A vítima do estupro denunciou o agressor à polícia para que ele responda criminalmente pelo abuso. Peperipé negou as acusações e alegou que foi suspenso sem poder apresentar o seu lado da história. O problema é que a CAF está sendo questionada por ter supostamente facilitado a saída de Peperipé do país e, assim, tentando abafar o caso.

Peperipé é um ex-jogador de vôlei e tênis de mesa e foi nomeado “o melhor jornalista de esportes de todos os tempos” pelo Observatório de Mídias Success Plus e trabalhou como correspondente da RFI no Benin por mais de 20 anos. O acusado reclamou que não pôde apresentar a sua versão, mas rapidamente deixou a Argélia, onde há uma denúncia criminal que será investigada. A CAF pareceu mais preocupada em tirar o profissional de lá do que apurar de fato o que aconteceu.