O Al Ahly reafirma seu gigantismo com o 11° título na Champions Africana e a revanche contra o Wydad
O Al Ahly encaminhou o troféu com a vitória no Cairo e, neste domingo, se valeu do empate na visita a Casablanca
O maior campeão africano da história voltou a erguer a taça mais importante do continente neste domingo. O Al Ahly comemorou seu 11° título na Liga dos Campeões da África, e com um gosto de revanche. Após perderem as finais de 2017 e 2022 para o Wydad Casablanca, os Diabos Vermelhos conseguiram o troco nesta temporada. A atual edição da Champions Africana voltou a contar com partidas de ida e volta na decisão. O Al Ahly deu um passo importante ao ganhar a ida, no Cairo, por 2 a 1. Já neste domingo, nem a pressão no Estádio Mohammed V intimidou os visitantes. O empate por 1 a 1 em Casablanca valeu a comemoração dos egípcios.
O Al Ahly viveu uma campanha caótica na fase de grupos da atual Champions Africana. Os Diabos Vermelhos ficaram a um triz da eliminação. A equipe passou longe de competir com o Mamelodi Sundowns pela liderança do Grupo B e precisou disputar a segunda colocação ponto a ponto com o Al Hilal, do Sudão. Os sudaneses ficaram a ponto de eliminar os egípcios antecipadamente na penúltima rodada, mas só empataram com o Mamelodi Sundowns, graças a um pênalti perdido nos acréscimos do segundo tempo. Custou caro. Já na rodada final, com o confronto direto, o Al Ahly derrotou o Al Hilal por 3 a 0 e avançou pelo saldo de gols no confronto direto, já que ambos contabilizavam os mesmos dez pontos.
Foi durante os mata-matas que o Al Ahly cresceu de verdade. Durante as quartas de final, a equipe eliminou o Raja Casablanca com os 2 a 0 no Egito e o 0 a 0 no Marrocos. Já na semifinal, os Diabos Vermelhos dominaram o confronto com o Espérance, graças aos triunfos por 3 a 0 e 1 a 0. Isso até que o Wydad Casablanca reaparecesse no caminho, após derrotar o Al Ahly nas finais de 2017 e 2022. Seria uma excelente chance de revanche para os egípcios, especialmente diante da mudança de regulamento da competição.
Na última edição da Champions Africana, o Al Ahly ameaçou boicotar a final única. O palco da decisão tinha sido escolhido já durante as semifinais, com o privilégio a Casablanca. Os egípcios avaliaram que existia um benefício para Wydad e Raja naquela escolha, ambos ainda vivos no torneio. Apesar da insatisfação, os Diabos Vermelhos entraram em campo e perderam para o anfitrião Wydad. Agora, ao menos, poderiam disputar as finais em duas partidas. A ida aconteceu no Estádio Internacional do Cairo e contou com a imposição do Al Ahly, na vitória por 2 a 1 diante de 50 mil torcedores. Percy Tau e Mahmoud Kahraba anotaram os gols, enquanto apenas no final é que Saifeddine Bouhra descontou para o Wydad.
A regra dos gols fora de casa é aplicada nas finais da Champions Africana. Até por isso, o triunfo por 1 a 0 beneficiaria o Wydad. Diante do lotado Estádio Mohammed V, com 45 mil torcedores, o time da casa deu um passo à frente no primeiro tempo. O Wydad abriu o placar aos 27 minutos, numa falta cobrada por Yahia Attiyat Allah pelo lado direito. O cruzamento passou por todo mundo, inclusive pelo goleiro Mohamed El Shenawy, e morreu nas redes. Nestas circunstâncias, o Al Ahly precisava pelo menos do empate para ser campeão e fazia uma atuação pobre, até melhorar com as substituições no segundo tempo. O gol decisivo saiu aos 33 da etapa final, num escanteio que Ali Maâloul bateu e Mohamed Abdelmonem desviou para as redes no primeiro pau. No fim, os visitantes poderiam ter virado nos contragolpes, mas não aproveitaram as chances.
O Al Ahly é atualmente treinado pelo suíço Marcel Koller. O comandante chegou a dirigir a seleção da Áustria por seis anos e teve uma passagem pelo Basel, antes de assumir o Al Ahly em 2022. Consegue preencher a lacuna deixada por Pitso Mosimane, duas vezes campeão africano com o clube, que havia saído meses antes. Já em campo, os Diabos Vermelhos continuam com várias figurinhas carimbadas da seleção egípcia. Mohamed El Shenawy, Mohamed Abdelmonem, Hamdy Fathy e Mahmoud Kahraba compuseram a espinha dorsal dos alvirrubros durante a final. Também se destacam o tunisiano Ali Maâloul, o malinês Aliou Dieng e o sul-africano Percy Tau – todos importantes no atual ciclo do clube.
O Al Ahly é, com sobras, o maior vencedor da Champions Africana. Os Diabos Vermelhos somam 11 títulos em 16 finais disputadas. Na segunda posição entre os maiores ganhadores, Zamalek e Mazembe possuem cinco troféus. Enquanto isso, o Wydad fica com três taças em seis finais disputadas. O título confirma o Al Ahly no Mundial de Clubes de 2023, que será realizado na Arábia Saudita. De todos os participantes, falta conhecer apenas o campeão da Libertadores. Manchester City, Urawa Red Diamonds, León, Auckland City e Al Ittihad são os demais confirmados. Além disso, o Al Ahly possui vaga garantida no novo Mundial de Clubes, que será organizado em 2025. O Wydad Casablanca também figurará no torneio da Fifa.