Africa

Afetado por guerra civil, futebol da Somália enfim começa a ver a luz no fim do túnel

Devastada por décadas de guerra civil, a Somália ainda está longe de se recuperar das ações de milícias e grupos islâmicos, que começaram a agir a partir de 1991, após o fim do regime do presidente Siad Barre. Inevitavelmente, o futebol do país também foi afetado, mas a luz no fim do túnel começou a ser enxergada recentemente. Na edição passada do campeonato nacional, oito atletas estrangeiros, também da África, foram levados para a competição pela primeira vez. Para o próximo torneio, que começa em dezembro, mais alguns nomes de fora se juntam às equipes, e a mudança de panorama, prova da maior segurança experimentada ultimamente, é vista por dirigentes como uma grande oportunidade de crescimento para o futebol somali.

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Em declaração em entrevista coletiva, no domingo, Shafi’i Mohyaddin Abokar, chefe de imprensa da Federação Somali de Futebol, celebrou a chegada dos estrangeiros e definiu como “marcante” o momento pelo qual passa o esporte no país. “O aparecimento de jogadores estrangeiros no país é muito notável. Seis clubes da liga compraram mais jogadores, então isso é um progresso marcante para a Somália, que está agora se recuperando de décadas de anarquia”, observou.

“O futebol somali está se recuperando agora das feridas causadas pela falta de estabilidade que experimentamos por anos, e o caminho para mais progresso foi reaberto agora”, completou Abokar.

Apesar da continuidade da guerra civil, o Campeonato Somali pode continuar sendo disputado graças à ajuda sobretudo econômica da Fifa. Com a entrada de atletas de outros países, a federação local pretende mostrar aos patrocinadores internacionais que já é possível investir no futebol somali, o que ajudaria a diminuir a dependência na entidade máxima comandada por Blatter.

Além da crescente chegada de atletas estrangeiros, a Somália recebeu neste ano, pela segunda vez consecutiva, cursos da Fifa para treinadores, o que é apontado pelos somalis como mais um exemplo de como a situação caótica que configurou o país nas últimas duas décadas tem ficado para trás. Pelo menos os jogadores, eles já têm convencido. Mais 12 estrangeiros se juntarão aos oito que hoje atuam na liga. Passo a passo, ano a ano, o futebol somali vai se tornando mais viável. Se os investidores virem isso, pode ser o combustível final de que o país precisa para que o esporte se estabilize no país do Chifre da África.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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