Classe tricolor

Vamos lá: é inegável a superioridade da admnistração são-paulina diante da de todos os seus rivais. Só sorte, e houve sorte, não explica um título ganho com tanta folga, em seguida a outro conquistado também com facilidade.
Isto posto, não dá para não observar que atitudes como a de Marco Aurélio Cunha, que dizia antes da partida contra o América que não haveria comemoração pelo título “porque o São Paulo está acostumado”, servem para sedimentar a imagem de arrogância que o cluube tem, e que faz com que sua torcida tenha um limite natural de crescimento.
O Sâo Paulo se acha nobre? Então vamos lá: entregue a taça do penta ao Flamengo, o primeiro pentacampeão brasileiro. O São Paulo, em 87, dizia isso, e, desde então, até este ano, nunca disse nada de diferente. O Flamengo foi o verdadeiro campeão brasileiro de 1987, e não há pessoa de bem que possa achar qualquer coisa diferente – a não ser os torcedores do Sport e do Vasco. O São Paulo disputou a Copa União, e apoiou o Flamengo quando este se recusou a disputar o título com o vencedor da liga pirata da CBF.
Que agora seja efetivamente nobre. Divida o troféu, faça uma réplica, pense em algo. Mas tenha a grandeza que afeta ter, entregando o título de 1987 a seu legítimo dono.
E pra neguinho – e branquinho, amarelinho e azulzinho – não vir aqui me encher o saco, já aviso: não sou flamenguista, não. E nem corintiano.