Cassano, sim ou não?

A convocação de Giampaolo Pazzini para a seleção italiana, que não terá Toni e Gilardino nos jogos contra Montenegro e Irlanda pelas eliminatórias da Copa, é totalmente justificada. São oito gols em dez jogos desde que a antiga promessa da seleção sub-21 se transferiu da Fiorentina para a Sampdoria, em janeiro.
Mas e o jogador que tem criado a maior parte das jogadas para Pazzini, completando uma das duplas mais temidas da Serie A da atualidade? Antonio Cassano atravessa um ótimo momento, mas Marcello Lippi insiste em ignorá-lo.
Não é uma questão técnica. Se fosse, Lippi já teria chamado Cassano. O problema maior é com o caráter do “Talentino di Bari Vecchia”, visto como um jogador danoso ao espírito de grupo – algo que o treinador valoriza muito.
Em recente entrevista na televisão italiana, Lippi afirmou que a maior razão para voltar à Azzurra, mais do que tentar repetir o feito de Vittorio Pozzo com dois títulos mundiais consecutivos, é o desafio de reconstruir um elenco tão unido como o de 2006.
Ainda assim, talvez fosse o caso de fazer uma nova tentativa com Cassano. Nem que seja para ele aprontar alguma e depois Lippi dizer que estava certo desde o início. Mesmo porque o atacante parece mais maduro e tem, enfim, feito falar de si pelo que é capaz de fazer com a bola nos pés.