Copa do Mundo

Os jogos acabaram, mas ainda tem um pouco de Copa no Recife

Não há mais partidas de Copa do Mundo programadas para a Arena Pernambuco, que aguarda o reinício do Campeonato Brasileiro para voltar à ativa. As ruas do centro do Recife nem parecem as mesmas que nos últimos dias receberam tantos turistas, em seus bares e na Fan Fest. Mas apesar da sensação de fim de festa, ainda há um pouco de clima de Copa na capital pernambucana.

LEIA MAIS: Por um jogo, Howard foi tudo aquilo que os americanos um dia esperaram dele

A Fan Fest da cidade recebeu algumas dezenas de argentinos para a primeira partida do dia, as oitavas de final contra a Suíça. Com o recente encontro entre Estados Unidos e Alemanha, na Arena Pernambuco, porém, o Cais da Alfândega ficou mais lotado apenas para o jogo entre os americanos a Bélgica. Umas duas ou três centenas de pessoas apareceram, a maioria usando o vermelho e o azul dos EUA, camisas do Capitão America e a bandeira com as estrelas amarrada às costas. Embora a multidão estivesse mais inclinada aos americanos, nem todos nasceram em um dos 50 estados. Na realidade, a maior parte era composta por turistas retardatários que estão aproveitando mais alguns dias no Recife.

Como o polonês Adrian Jankowiak. Com um inglês perfeito, a pele esbranquiçada e uma bermuda, passaria facilmente por americano. Está acompanhado de um britânico e veio visitar um amigo no Recife. Viu Estados Unidos e Alemanha, mas a maior aventura foi enfrentar o Rio Amazonas. “Também assistimos à Inglaterra e Itália, em Manaus. Pegamos o barco até Belém e um ônibus para cá”, afirmou. “Adoramos a cidade, Recife é maravilhosa”. E a torcida no jogo da Fonte Nova era a favor dos belgas. Por quê? “Porque são os Estados Unidos”, justificou, como se isso explicasse tudo.

Tomas Anyuru também está acompanhado de um amigo. Chegou na quinta-feira passada ao Recife para ver as oitavas de final da Costa Rica contra a Grécia. Ficou feliz com a classificação e torceu pelos Estados Unidos. O amigo, pela Bélgica. Nada que os impeça de dividir uma cerveja. “Vamos ficar mais uma semana em Salvador e depois eu ainda vou passear pela América do Sul”, contou.

VEJA TAMBÉM: Fuleco-móvel: a alegria da criançada e a paixão de seu Sebastião

Com um pouco de atenção, daria para identificar o sotaque americano e a língua inglesa falada perfeitamente em alguns frequentadores do Cais da Alfândega. Como Brad Hernandez, que não conseguiria passar despercebido nem se quisesse, com a bandeira dos Estados Unidos pintada com tinta ao longo do corpo e uma de pano pendurada no pescoço. “Fomos a todos os jogos da fase de grupos. Estamos aqui há uma semana e adoramos a cidade”, comentou. “Apesar de termos sido assaltados à mão armada. Levaram nossos celulares”.

Brad e outros amigos americanos comemoraram o gol de Green, no final da partida, que deu um pouco de esperança aos Estados Unidos, mas saíram da Fan Fest decepcionados. Tudo bem. Sexta-feira ela estará lotada para o início das quartas de final, que incluem um jogo do Brasil. Porque enquanto houver Copa do Mundo, haverá uma desculpa para fazer festa.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
Botão Voltar ao topo