Libertadores

Rosario Central se poupou para encarar o Atlético-MG, mas sabe que o desafio vai além

Adversário do Atlético, Rosario Central poupou todo o seu time no fim de semana pensando no duelo pela Libertadores

Após conquistar o título do Campeonato Mineiro no último domingo (7), o Atlético-MG já se prepara para entrar em campo novamente nesta quarta-feira (10), agora pela Copa Libertadores. O adversário será o Rosario Central, que, enquanto o Galo se sacrificava no fim de semana, poupou todos seus titulares e chega 100% fisicamente, mas sabendo que o desafio vai muito além.

O Rosario Central vive um início de 2024 muito instável, pendendo mais para o lado negativo. O clube chegou a atual edição da Libertadores ao vencer a Copa da Liga em 2023, mas, em 2024, já está eliminado do torneio na fase de grupos, somando quatro vitórias, dois empates e sete derrotas na competição.

Até por isso, na última rodada da Copa da Liga, quando encarou o River Plate fora de casa, poupou todos os seus titulares, inclusive o goleiro. Los Canallas, como são conhecidos, quase surpreenderam o Monumental ao saírem na frente, mas acabaram sofrendo a virada. Com os poupados, o Rosario chega com seus titulares 100% fisicamente para encarar o Atlético, enquanto o Galo está desgastado pelo esforço do título Mineiro. Mas os argentinos sabem que o desafio vai muito além do que só sobressair no físico.

No papel, esse jogo é o “perdível” do grupo, por conta da capacidade técnica dos jogadores do Atlético— afirmou Tomas Romero, setorista do Rosario Central, à Trivela.

Como joga o Rosario Central

O Rosario Central é um típico time que tem um estilo de jogo dentro de casa e outro fora, como explicou Tomas Romero para a Trivela. Para o duelo contra o Atlético, o provável é ver um time muito defensivo, que vai focar em não sofrer gols e tentar sair com um empate da Arena MRV.

Para o jogo desta quarta, o Rosario não terá o lateral Damián Martínez, que deve ser substituído por Emanuel Coronel. É possível, ainda, que o experiente treinador Miguel Angel Russo opte por jogar com três zagueiros, formando assim uma linha de cinco, já que o objetivo é se fechar. Apesar disso, Romero cita que o mais provável é ele continuar utilizando a formação base: “Se seguir utilizando a base, será uma linha de quatro. Até porque todos os outros defensores que poderíam entrar, jogaram o jogo todo contra o River. De qualquer forma, se defender será prioridade”.

Em campo, além de um time focado em se defender, devemos ver uma aposta grande em lançamentos. Já foi assim na estreia da Libertadores contra o Peñarol, em casa, e deve ser mais ainda na Arena, principalmente por ter o time todo atrás. Para o Galo, vale ficar de olho no experiente camisa 10, Ignacio Malcorra, que é quem rege o meio-campo do time argentino. A bola aérea, que é, provavelmente, o ponto mais fraco do Atlético, é algo que pode ser explorado pelos Canallas, principalmente com o zagueiro Quintana, que marcou, inclusive, o gol da vitória na estreia.

Além dos citados, outros nomes que merecem atenção no Rosario são do colombiano Jaminton Campaz, ex-Grêmio, que atua pela faixa esquerda do campo e tem muita habilidade, e o jovem argentino Lautaro Giaccone, que atua pela direita e pode fazer a diferença saindo do banco.

O provável Rosário: Jorge Broun; Emanuel Coronel (Elías Ocampo), Facundo Mallo, Carlos Quintana e Agustín Sandez; Ignacio Malcorra, Tomás O'Connor, Kevin Ortíz e Campaz; Jonathan Gómez (Gimenez – zagueiro), Maximiliano Cervera.

Pontos fracos do Rosario

Um ponto que a Trivela analisou assistindo aos últimos jogos do Rosario é que o time comete muitas faltas para frear os ataques adversários. Por muitas vezes, cometem as infrações ainda em seu campo de ataque, para evitar que o rival sequer crie algum perigo.

Mas, diante disso, ficou evidente também como os argentinos têm problemas em marcar um jogo rápido por baixo. Ou seja, uma troca de passes em velocidade e bem feita pode desmontar a marcação do Rosario e escapar das faltas táticas que o time faz. Esse é um ponto que já pôde ser visto no Atlético de Milito e que pode fazer diferença.

Além disso, os zagueiros do Rosario são mais veteranos e lentos. Lançamentos nas costas deles para aproveitar as velocidades de Hulk e Paulinho podem fazer a diferença para o Atlético. Com Milito, o Galo já usa essa estratégia, com uma ligação direta, partindo geralmente de Bruno Fuchs e às vezes de Jemerson.

Basicamente, o Atlético deve encontrar um ferrolho, de um time que sabe que é inferior tecnicamente e vai se contentar com um empate. A famosa “catimba argentina” deve ser vista desde o início do jogo. Cabe ao Galo não cair nessa artimanha e achar maneiras de furar o bloqueio adversário.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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